No início da conferência, quando anunciaram que esta seria mais um evento género Sundance e menos Óscares tive de me rir. A Electronic Arts indie? Não existe, como se vai ler já de seguida.

Fomos primeiro brindados com o novo Dead Space 3 a mexer e, melhor ainda, com o seu modo cooperativo. Estar a combater com um parceiro ao nosso lado e com a sua companhia nos nossos ouvidos faz perder grande parte do terror e do medo que a série quer provocar. Percebendo isso, a Visceral Games resolveu apostar num estilo muito mais Gears of War com grandes monstros no terreno. No entanto, a parte final da demonstração dentro do estômago de um monstro fez-nos lembrar os arrepios dos anteriores jogos.

 

Não fazia sentido mostrar a integração com Kinect no novo Madden NFL 13, uma vez que a Microsoft já o tinha feito umas horas antes. Por isso, aquilo que foi detalhado foi o novo Infinity Engine que permite grandes avanços no motor de física e na detecção de colisões. Onde antes, cada vez que um jogador era agarrado a jogada saía do nosso controlo, agora podemos lutar e tentar libertamo-nos ou ganhar novo equilíbrio. Com elementos de RPG na progressão da carreira que podem ser geridos também noutros dispositivos como o nosso smartphone, o jogo promete. Agora é só tentar perceber de uma vez por todas as regras e como se joga.

Para além do novo SimCity, está um SimCity Social a caminho do Facebook. Este freemium vai de certeza quebrar recordes na rede social. The Sims Social já era uma adaptação muito inteligente e confesso que ainda perdi muitas horas no jogo, daí que estou entusiasmado com esta nova versão “mais leve” do simulador.

http://www.youtube.com/watch?v=w2M1DAzDedk&feature=plcp

 

Como seria de esperar foram mostrados mais detalhes de SimCity e do seu impressionante motor Glass Box. Esta nova versão está deslumbrante visualmente e a quantidade de elementos controláveis e variáveis introduzidas no jogo promete muitas revoluções na série. O novo trailer mostra o que nos espera em termos de jogabilidade, embora tenhamos realmente que esperar um pouco. Fevereiro de 2013 é ao que parece a data final.

http://www.youtube.com/watch?v=SObs9KnK0Ng&feature=plcp

 

Mais um ano, mais um FIFA. Com controlo de voz por Kinect que, infelizmente, não está optimizado para gritar para dentro das quatro linhas e com Lionel Messi na capa e na inspiração do novo motor de controlo de bola, viu-se FIFA 13 a mexer pela primeira vez. Visualmente, o jogo está muito mais detalhado e percebe-se que o motor gráfico foi mexido e melhorado. A Electronic Arts quer continuar também a optimizar as funcionalidade online do Football Club e todas os dados de FIFA 12 passam para este novo título. Quer ainda que o Football Club se torne a maior rede social de futebol. Eu também queria muita coisa. Das novas funcionalidades, o controlo de bola ao primeiro toque é a que mais me fascina.

 

Medal of Honor Warfighter está visualmente fantástico. Mas embora este novo jogo mostre que os shooters estão cada vez mais realistas, mostra também que cada vez mais parece que estamos sempre a ver o mesmo jogo. A jogabilidade com o pequeno carro robô introduz alguns elementos curiosos mas é a mesma coisa que os drones, os quadrocopters e o que mais se utiliza nos outros franchises. Ao que parece todas as batalhas vão ser baseadas em eventos reais do globo e vamos poder controlar grande parte das forças especiais mais conhecidas do mundo.

 

Battlefield anunciou sem surpresa a sua primeira aproximação a um serviço “Elite”, o Battlefield Premium vai custar cerca de 50 euros e é basicamente um Season Pass com um preço elevado. Vai permitir ter acesso mais cedo aos 5 packs de expansão, eventos exclusivos com experiência a dobrar, novos elementos e novas capacidades. Ora aqui está a Electronic Arts indie…

Os últimos dois anúncios foram o melhor do evento. Primeiro tivemos a primeira demostração do que a Criterion está a fazer com Need for Speed Most Wanted. Com uma clara inspiração em Burnout Paradise mas com uma execução muito mais perfeita, este open world promete proporcionar muitas horas de jogabilidade com as suas muitas missões numa enorme cidade jogável. A demonstração no evento permitiu perceber que o jogo equilibra bem a liberdade de movimentos com os caminhos de corrida mais definidos. Depois do desastre que foi Need for Speed: The Run, parece que a série volta a acelerar na direcção certa.

 

Por último tivemos a tão esperada demonstração de jogabilidade de Crysis 3. Outro jogo que regressa às origens de um mundo aberto. Pelo que se viu parece que é um regresso à jogabilidade do primeiro título mas com o novo motor muito mais aperfeiçoado. Não deu para ver muito da cidade mas a selva está perfeita. O arco e flecha este ano está na moda (Assassins Creed III, Tomb Raider, Far Cry 3) mas não percebemos se terá vantagem real para com as armas tradicionais que também estão presentes no jogo. O que surpreende são os efeitos de física com destaque especial para a sequência em que a barragem rebenta e que é de cortar a respiração.

 

O seu lado mais independente anunciado pela Electronic Arts quando iniciou a conferência não se viu em lado nenhum. O que vimos foi um regresso de todos os seus franchises mais conhecidos, o que não é mau porque todos eles parecem estar a dar passos na direcção correcta. O que nos pareceu é que vamos ter muitos bons jogos mas nada de surpreendente que não tenhamos já visto. Comercialmente eficaz.