Depois de calcorreados incontáveis quilómetros pelos pavilhões da Gamescom, qual a melhor forma de passar os poucos minutos livres que tínhamos entre apresentações? Se a resposta apresentada foi “descansar”, então está totalmente correcto. O grande problema da Galinha é que ela é enérgico e quase incansável, e nos poucos “tempos-mortos” que tinha lá ia depenicando conversa com um ou outro indie developer com que se cruzava. E num pequeníssimo stand colectivo de pequenos estúdios suiços lá estava um cartaz de Perils of Man, que logo nos captou o olhar.
Simpaticamente recebidos por Mike Huber, da If Games, criador deste Perils of Man, que à primeira vista não só é uma aventura-gráfica ao velho estilo que temos no nosso coração, como é uma belíssima peça de animação. Ora não estivesse Mike ligada à Boutiq, um dos maiores estúdios de animação da Suiça, trazendo o seu know-how para outro meio altamente narrativo – os videojogos.
Perils of Man será lançado de forma episódica contendo sete capítulos, e estará disponível tanto para iOS como para Steam. Conceptualmente o jogo nasceu de uma ideia relacionada com o ramo das seguradoras, em que a questão central se colocava: “o que faríamos se conseguíssemos ver todos os perigos que nos rodeiam?”. No caso do enredo de Perils esta questão materializa-se na nossa protagonista, que descobre aos 16 anos a capacidade de ver à sua volta todos os infortúnios que a esperam, ultrapassando assim o próprio destino. Esta visão acaba por ter uma mecãnica própria, visto que ao contrário das aventuras clássicas, podemos mudar para uma visão na primeira pessoa em que podemos explorar os cenários à nossa volta.
A contar com a colaboração de Bill Tiller, o veterano artista da Lucas Arts e que trabalhou e clássicos como The Dig, Full Throttle e The Curse of Monkey Island, Perils of Man será decerto uma aventura gráfica que marcará este renovado interesse por um género que muitos definiam como defunto.
