Quando fui convidada para fazer parte desta capoeira, senti como se finalmente a minha paixão pudesse unir-se ao meu lado mais ou menos profissional. Pensei: “Ao final de tantos anos, tenho finalmente esta oportunidade de poder unir a minha formação académica com a minha forma de arte favorita, e ter o privilégio de partilhar as minhas experiências enquanto jogadora com as pessoas que me dão a honra de ler os meus pensamentos em forma de artigo”.

Esta foi a primeira parte do capítulo da aventura que iniciei a 30 de Janeiro de 2015 A.D. nesta capoeira. Eis que a segunda parte inicia agora – e esta segunda parte é muito assustadora.

– “Alexa”, perguntou o Ricardo Correia, “Podes fazer a review do Dying Light?” Survival Horror e Acção/Aventura são o meu género favorito e por isso de imediato eu disse: “Claro que sim!” Acabada de comprar a minha Playstation 4, iniciei o download do jogo e enquanto a barra ia dolorosamente mostrando os megas transformarem-se em gigas no processo de instalação, a minha mente começou a perguntar: “Mas que Ca……o é uma Review?” Sim, eu sei o que é, tecnicamente, uma Review –não sou assim tão ignorante. Os reviewers da Rubber Chicken já eram os meus “go to” para obter uma melhor visão de um jogo, bem como outros websites especializados e youtubers de eleição. A questão que se pôs na minha cabeça, e que vagarosamente se começou a transformar em sensação de pânico, não era a problemática gramatical da definição. Era uma coisa mais pessoal…… O que é que eu, Alexa Ramires, poderei trazer de interessante para quem venha a ler? Sim – já que vou ter a fantástica oportunidade de poder partilhar convosco a minha visão acerca de um videojogo, quero que esta possa ser de alguma forma interessante para quem lê.

Reviewer WantedOk…o pânico continua e o raio do jogo nunca mais termina a instalação (raios da Net que consegue ser lenta quando mais precisamos dela).

Vou aproveitar e perguntar aos amigos e namorado o que é que eu posso trazer de interessante e diferente das milhentas coisas que se vêm e lêem todos os dias. Afinal, desde que me lembro, sou a reviewer não oficial de todos os meus amigos quando se trata de cinema. Perguntam sempre: “Alexa, este filme vale a pena? O que achaste daquela cena?”

Nunca pensei muito porque é que era a reviewer não oficial até agora… a barra de download desperta de facto os pensamentos mais profundos e introspectivos.

2h38 minutos já passaram desde que iniciei este artigo e os telefonemas com os amigos já se sucederam. Curiosamente, o telefonema a meio do dia da minha parte a perguntar: “Porque é que me perguntas sempre a opinião sobre os filmes” não lhes pareceu de todo estranha. Tenho amigos estranhos, nerds e maravilhosos que se encaixam na minha personalidade ainda mais estranha e nerd (maravilhosa só quando estou com eles). O namorado também já respondeu à pergunta.

A opinião geral, que foi mais ou menos unânime foi: “Pergunto sempre a ti por causa da tua honestidade, sentido de humor, sentido-critico e paixão”. Bom…..parece uma boa explicação….quando vejo um filme devoro todos os detalhes: da luz, à representação, à realização, à banda sonora…tudo. Um filme é uma experiência que absorvo no seu Todo e que sorvo em partes.

O mesmo acontece com Videojogos. Absorvo cada momento. Todos os meus sentidos ficam alerta cada vez que o comando desperta o sentido do tacto e toca as minhas mãos. O namorado diz também que qualquer dia instala uma câmara oculta para filmar as minhas reacções quando estou a jogar porque, segundo ele: “vives mesmo os jogos”.

Não sou game designer…não tenho conhecimento técnico para poder avaliar a construção dos gráficos e dos níveis de um ponto de vista de designer. Mas sei como se conta uma boa história. Sei o que é necessário para criar uma boa experiência ao jogador. Sei ver todos os ângulos necessários de uma experiência de videojogo e dizer se é divertida (mesmo sem grande qualidade), se é ambiciosa, se é má, se é duradoura na nossa memória.

Sou brutalmente honesta (acho que o contrário não faz sentido quando nos pedem opinião), sou muito irónica e tenho um sentido de humor sarcástico. O namorado diz que tenho um sentido-critico do mundo e de tudo o que me rodeia demasiado apurado e que o deveria controlar um bocado, porque às vezes consigo chocar os outros, – mas aqui não vou controlar rigorosamente nada. Quando se é uma mulher apaixonada, como eu sou por videojogos, deixamos muitas vezes que o nosso amante nos engane e nos minta. Mas não desta vez. Prometo que o meu sentido-critico vai parecer um sentinela alerta para todos os detalhes. Quero partilhar convosco a minha Paixão. Poder partilhar as horas divertidas, as gargalhadas, os sustos, as “secas”, as lágrimas (choro com muita facilidade nos jogos e filmes), o humor…e no meio destas “conversas” por escrito convosco, poder ajudar-vos a decidir se vale a pena gastar dinheiro (e, mais importante, Tempo – a única coisa no Mundo que não se recupera) num jogo ou não.

Sim – é esta a minha promessa!

Vou agora jogar Dying Light para poder então iniciar o capítulo 3 desta aventura na Rubber. Desejem-me Sorte. Já vos conto como correu!

PS: (e….FYI…..sou de Mirandela – Trás-os-Montes, logo, digo muitos palavrões em análises…só para que saibam :)….)