Há muito tempo que não escrevo. Não sei se sentem falta de “me ler” mas eu sinto muita falta de “me” escrever.

Estou a jogar Bloodborne há uns bons 2 meses. São mesmo BONS 2 MESES porque cada vez que peguei no comando da minha consola e entrei em Yharnham, parte de mim ficou lá.

Aqui no Rubber ofereceram-me o jogo para analisar. Uma análise pressupõe, segundo as regras da nossa capoeira, que o jogo seja experenciado até aos seus créditos finais. Pelo menos a história principal. Eu ainda não acabei o jogo. Não sei quanto tempo de jogo ainda me falta. Mas um grande Homem, Gabriel Garcia Marquez, disse um dia que o melhor de se conquistar uma montanha, está na forma como se escala a encosta.

bloodborne-mob

Nesta jornada de Bloodborne descobri uma Comunidade de jogadores que partilhou comigo aventuras, momentos, aflições, irritações, vitórias – tudo! Com a Comunidade BloodBorne Portugal passei dos melhores serões de jogo de que me lembro. Julgo que sou a única mulher na comunidade e nem por um momento senti algum tipo de rejeição ou sentimento negativo por ali estar embrulhada num mundo de Hunters masculinos. O Hugo, O Cláudio, O Filipe, o Paulo, o Jorge e todos os outros fizeram-me sentir que alguém fala a mesma língua que eu.

Como comecei por dizer no início deste artigo, há muito tempo que não escrevo. A análise não vai sair hoje e depois de toda a internet já ter sido invadida por BloodBorne, não sei mais que poderei eu dizer de diferente.

boss2

Vou tentar ser concisa:

Acabei de me separar. Mudei-me para uma nova casa e no processo de reconstrução de uma nova vida sozinha, ainda não consegui instalar uma TV. Os jogos estão assim em descanso. Por isso, por não ter análise, o que vos tenho para dizer é:

Comprem Bloodborne. Consumam-no. Percam-se nele. Bloodborne recorda-nos porque amamos videojogos. Bloodborne domina-nos e com ele sentimos o prazer de dominar. Bloodborne mantém-nos humildes e faz-nos sentir heróicos. Faz-nos oscilar na esfera do antagónico. Torna-nos outros. Faz-nos sentir que somos verdadeiramente gamers.

Não sei se tem interesse o que vos disse – mas um parágrafo é tudo o que é preciso quando as palavras não chegam e o jogo grita para ser experimentado. Toquem-lhe. Ouçam-no. Vejam-no…Vale cada segundo!