A convite da Nintendo Portugal lá fomos até ao Parque das Nações jogar a grande parte das coisas que o Frederico jogou em LA. Nós não pudemos voar todos até Los Angeles (no meu caso as asas são muito punitivas nos dias que correm) portanto contentamos-nos, e muito, com essa visita a um sítio que sempre nos recebeu tão bem. Estivemos perto de Xabregas, mas com um Oceano entre nós e a E3. Para muitos Los Angeles ou o Parque das Nações são quase a mesma coisa. Para mim não, porque a zona que recebeu a Expo ganha por causa da vista. Que vista! Os jogos da Nintendo são bons, mas a vista é melhor. Muito melhor.


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O ano passado analisei o Chibi-Robo! que saiu para a 3DS e houve uma série de anticorpos que se criaram em mim. De um certo ponto de vista diria que fiquei vacinado para a simpática figura da Nintendo, pelas injecções da grande atrocidade que o jogo se tornou a médio prazo. Quando vi que a sequela Chibi Robo! Zip Lash estava no Showroom da Nintendo para experimentar, soltei um grunhido. Vociferei com enfado para o ar, o desprazer que era voltar à série, ao que o Jorge Vieira (o Sr. Jorge da Nintendo) me avisou: “olha que te vais surpreender”. Sorri com algum desdém, revirei os olhos projectados num sorriso irónico (é possível fazê-lo metaforicamente através de um sorriso, ora tentem ), como quem diz “Yeah! Right!”. Alguns minutos depois voltei até ele e estendi-lhe a mão. “Tinhas razão!” disse eu sem qualquer vergonha de o admitir. Ele sorriu. E toda a cena ficou ainda melhor composta e mais bonita porque as paredes de vidro do escritório adornavam-nos na vista brutal do Parque das Nações como pano de fundo, como postal ilustrado que nos sublimava. O Chibi Robo! antevê-se como um bom jogo, mas a vista do escritório da Nintendo é melhor. Incomensuravelmente melhor.

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Ao contrário das experiências de Realidade Aumentada do jogo anterior, aqui o skip Ltd., o estúdio por trás da série decidiu manter tudo mais simples com um beijo, e fazer deste jogo um de plataformas, onde resolvemos grande parte dos saltos, e onde colectamos os diversos itens nos níveis com a masterização do nosso fio de alimentação (somos um robot que funciona a electricidade). E apenas em alguns minutos de jogo Chibi Robo! Zip Lash conseguiu manter a personalidade do protagonista de forma controlada, explorando ao máximo as suas peculiaridades com uma resposta tão simples quanto um jogo de plataformas. O que prova que muitas vezes as coisas mais belas são mesmo as que nos tiram o fôlego pela sua simplicidade. Como a vista dos escritórios do Showroom da Nintendo. Prédios que se abraçam, urbanismo do Séc. XXI, teleféricos, trânsito e o Tejo de fundo. O Parque das Nações é bom, por si só, mas a vista é melhor. Fraternamente melhor.