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Machados e escudos, arcos e flechas, hidromel e carne no espeto, pilhagens e conquistas, mulheres guerreiras e uma mitologia fantástica. São todos os ingredientes necessários para uma cultura rica, única e fonte de inspiração para tantos. Eu tenho um fraquinho maior pela cultura Romana e Nipónica, mas a Nórdica vem logo a seguir no terceiro lugar, portanto não tive problema nenhum quando chegou a altura de testar Valhalla Hills da Funatics e Daedalic Entertainment. Afinal de contas o meu mais velho amigo é arraçado de Viking, e ambos gostamos de ir para o campo disparar flechas, forjar machados e facas, e atirá-los a alguma coisa enquanto bebemos hidromel. Cenas de macho, com barba. E não de meninos lumbersexual.

Homens a sério não usam creminhos para amaciar pele e não ter pontas espigadas na barba, no máximo aparam-na, não usam camisas flanela porque parecem lenhadores ou vão à loja comprar móveis com aspecto rústico, vão à floresta cortar uma árvore e fazem os móveis com as mãos. Nem bebem Gin com casquinha de toranja, e bagas e o *******! Bebem hidromel com pernil de porco! Homens a sério jogam Valhalla Hills! E mulheres a sério também! Não há cá cenas de feminismo nos Vikings “Tens duas mãozinhas e dois bracinhos que mexem?”, “Tens filhos?” ainda bem para ti. “Também podes pegar num machado e num escudo! Ou numa lança e ir para o campo de batalha!”

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E é mesmo assim em Valhalla Hills (que está em Early Access e eu já tinha falado antes), mulheres e homens fazem tudo o que lhes aparece à frente. E para meu raro agrado neste tipo de jogos, fazem-no automaticamente.

Esperem… estou a adiantar-me.

É um bocado complicado fazer uma antevisão de um jogo que estou a gostar tanto, mas que ainda não saiu oficialmente, “não está acabado” dizem eles…  A mim enganavam, porque pelo que joguei, parece feito. Com uma falha mínima ou outra, mas finalizado e eu podia acabar este artigo assim:

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Feito, acabado, comprem já ou comprem depois, não me importa, mas comprem e divirtam-se. Mas não pode ser só isto, pois não? Isto não é eu dizer para comprarem e acabou, devia explicar o porquê. Ou no mínimo explicar o jogo, certo?

Peguem nos machados e no corno, encham-no de hidromel ou cerveja artesanal e aqui vamos nós.

Como já tinha dito esta é uma criação da mente que nos trouxe o aclamado Settlers 2 e segue a mesma base, controlar um povoamento Viking com o propósito de chegar a Asgard. Mas este jogo tem vários aspectos que fazem dele um grande prazer para quem como eu, tem um histórico nestes campos. Como eu disse antes o jogo não distingue géneros, tal e qual como na civilização viking onde havia guerreiras, aqui não importa se é a Frida ou o Lasse que vão para guerreiros, há um lugar livre, quem está livre vai para lá. A outra, é que na maior destes jogos temos que seleccionar um personagem para uma posição. Ou seja: construímos uma pedreira, temos que escolher alguém e “atribuir” à pedreira. Aqui não. Construímos uma serraria e vai logo alguém para lá. Curiosamente costuma ser a Jette e posso dizer que aquela mulher destrói árvores como se não houvesse amanhã. E não é só isso, qualquer coisa que se mande construir todos os personagens que estão sem fazer nada vão logo apanhar materiais e levam para lá, sozinhos.

A curva de aprendizagem combinada com os avanços no jogo. Adoro como isto foi feito. O jogo é apresentado em pequenas ilhas, o objectivo é abrir o portal na ponta mais distante da que começamos e atravessar para uma ilha maior. E é neste ritmo que vamos aprendendo a jogar. Cada ilha é maior, com mais diversidade em recursos naturais e construções a nosso dispor e um portal mais longinquo. Pouco a pouco e sem se dar por isso, torna-se mais complexo. Mas sem tutoriais de segurar a mão e levar pelo caminho todo, é natural.

Outro factor que me agrada, combinado com os que já mencionei é o respeito pelo estilo de vida Viking. Entre as várias construções que temos ao alcance estão cabanas de caça, destilarias de hidromel e acampamentos de batalha, mas à boa maneira viking, e ao contrário da maior parte dos jogos deste estilo não são fixos. O objectivo é chegar ao final do mapa, e vamos usando recursos que acabam, portanto levantamos os edifícios ou destruímos e construímos novos mais à frente.

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O último factor é a resposta a que tipo de viking és tu?

O portal tem sempre criaturas lá dentro que nos vão atacar quando o abrimos, portanto há duas coisas que podemos fazer, ter um batalhão de bravos guerreiros prontos a destruir os gigantes do gelo, ou um altar onde fazemos sacrifícios para os apaziguar. Eu prefiro esmagar-lhes as gargantas debaixo do couro da minha bota.

Mas nem tudo é uma prenda de Odin, às vezes Loki faz das suas e mete o nariz onde não é chamado. Há uma coisa que me desagrada em Valhalla Hills. Apesar da sua beleza gráfica tanto em mapas no geral como em pormenores como ver o Bjarne com umas orelhas de coelho no seu capacete depois de ganhar o título de Rabbit Killer! A câmara e a sua manobrabilidade não são muito amigáveis em algumas situações, mas tirando isso, é limpinho!

Requisitos mínimos:

Hidromel (garrafas e mais garrafas com moderação)

Tempo (algum livre e do outro também)

Imaginação (imensa, mas se não tiverem o jogo dá um empurrão)

Gosto por jogos de estratégia tipo Settlers (se não gostarem, arrisquem à mesma)

PC (ou laptop)

Cópia de Valhalla Hills

Ser homem ou mulher com espirito Viking!

Mas Vikings mesmo, porque agora a sério… Lumbersexuals… que ***** é essa?

Revirar de olhos épico!