Escrevi o título e de repente lembrei-me do facto de na língua dos nossos vizinhos ibéricos isto significaria algo próximo de “Gravidezes online e outras histórias de vergonha” o que assemelharia isto mais a um Diário de Maria do que a um Tudo ao Molho. A qualidade é semelhante, o conteúdo é que é diferente. Diria.

Esta semana para responder à pergunta

Qual o momento mais embaraçoso que tiveram a jogar online?

convidámos um grande amigo que dividiu casa, comida, bebida, WCs, banheiras e miminhos com a equipa do Rubber Chicken em Colónia. Falamos obviamente de Pedro Romão (Pedro Mourão para o Isaque), do Bad Wolf, o Lobo Mau vegetariano que adora andar no meio das Galinhas sem as comer.

 

Pedro Romão

Confesso que não sou grande adepto de jogar online. Gosto muito mais de concluir os modos de história, sozinho ou, caso seja possível, em modo cooperação com um amigo. A principal razão para pensar assim talvez seja mesmo o facto de ser bastante “mal tratado” sempre que jogo online. Em jogos FPS, por exemplo, não tenho qualquer tipo de hipótese! Momentos embaraçosos tenho vários… Uma vez ouvi outro jogador (que me parecia um miúdo de 12 anos, pela voz) pedir-me para sair da equipa dele porque da forma que estava a jogar estava a ajudar mais os adversários do que a nossa equipa… Às vezes, ainda com o coração destroçado, tento voltar a desafiar outros jogadores, espalhados por esse mundo fora, sem grande sucesso. Mas ainda assim, penso que o momento mais embaraçoso de todos foi ter perdido uma série de não sei quantos jogos seguidos de FIFA 14 com um amigo meu. A maior derrota foi um 8-0 ou algo do género… Desde então tenho evitado jogar com ele! Aliás, quando o vejo na rua escondo-me e espero que ele não me veja…

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Alexa Ramires

Hummm estava eu, numa linda tarde de Sábado a jogar World of Warcraft, quando, armada em Boa (também tenho direito…às vezes), meti-me num: Dungeon Finder. É muito engraçado: metemo-nos na fila, escolhemos o nosso papel (eu sou sempre mas sempre TANK) e ficamos à espera que o grupo de 5 pessoas necessárias fique completo para entrarmos. Eu nunca tinha feito aquilo. Não sabia como funcionava. Quando apareceu o botão: Group Complete – Accept, lá fui toda lambona. Cheguei lá dentro, enganei-me no botão, fiz Leave Instance (ou seja, saí da Dungeon), tinha o grupo todo no chat a gritar: Tankkkkk where the fuck are you? Eu a tentar responder e a entrar ao mesmo tempo e nem uma coisa nem outra. Resultado…deixei o grupo silenciosamente, mais ou menos como se nunca tivesse entrado. Quase que conseguia ouvir o som de grilos embaraçados na minha cabeça…..cri cri cri cri. Lição desse dia: Alexa – armares-te em Boa, só quando fores mesmo Boa!

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João Machado

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Maria João Marques – não jogo online. I’m out. *drops mic dramatically*

João Machado – A Maria João é das minhas! High five!

 

Frederico Lira 

O Momento mais embaraçoso foi sempre o mesmo: 0.03 K/D no Bacalhau. E quando te começam a chamar “whore” e só depois de um tempo é que percebes que não vestiste a nova armadura.

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Isaque Sanches

A primeira: não sou fã de WoW, e odeio o género MMOG que surgiu à sua volta para tentar destroná-lo. Além de serem todos idênticos, são identicamente abominações estéticas vazias, repetitivas, obtusas de se jogar e sempre baseadas em lore cliché.
Convenceram-me a comprar o Guild Wars 2, que fazia várias reformas à formula, que era inovador, que era um dos melhores MMOs de sempre; e até tinham razão, é um dos melhores MMOs que joguei. Desinstalei aquela porcaria duas semanas depois de comprar.
Passaram um ou dois anos, e convenceram-me a reinstalá-lo; foi uma decisão um bocado parva; já não me lembrava da minha aversão pelo jogo – eram uma guild – a primeira vez tinha experimentado o jogo num grupo de três – agora era para jogar com sete pessoas, que isso é que tinha piada, yadayayada. Voltei a desinstalá-lo no próprio dia.
O episódio em questão envolveu uma viagem com o meu character antigo de nível 20 por zonas de nível muito superior, viagem essa que foi guiada por um jogador de nível avançado. Para me teleportar para um sítio, tenho de já ter estado nesse local; eu não tinha visitado o sítio onde estavam a jogar os meus novos companheiros. Estive entre meia hora a uma hora a morrer e a ser reanimado – literalmente, só a fazer isso: levantava-me, morria, levantava-me, morria, levantava-me morria. Isto porque, num MMO, tudo quer matar os jogadores – estamos num bosque, vemos lobos, os lobos vão ter connosco e vêm matar-nos. Estamos na praia, vemos peixes, os peixes vêm ter connosco e vêm matar-nos. Estamos na neve, vemos um lagarto, o lagarto vem ter connosco e vem matar-nos. Uma vaca, a vaca vem matar-nos. Uma árvore, vem matar-nos – até as árvores – até algumas pedras são inimigos.
O momento mais embaraçoso foi depois de sofrer isso tudo, e ter chegado à zona, finalmente, e ter começado a jogar. Senti-me envergonhado comigo mesmo, (por estar a jogar um MMO).

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Frederico LiraDiablo cows! Infernal bovine.

Roberto Gil

Bem…tough week, hã?
Em primeiro lugar, devo salientar que apesar de jogar LoL (MOBA) há anos, não sou muito experiente com jogos online (MMORPGs), preferindo, de longe, a privacidade e versatilidade do offline. Literalmente, desconheço a esmagadora maioria dos títulos.
Momentos embaraçosos há vários. O primeiro foi ter comprado o Guild Wars 2. Não que o jogo não seja bom, mas apenas porque não o joguei e, sempre que tentava fazer algo mais interessante, sentia que falhava redondamente. O segundo (não cronologicamente) foi o enxerto de porrada que levei no LOTR Online quando a nível cinco (estimativa) um anão com mau feitio me convidou para um combate amigável e, em poucos minutos, me fez compreender que aquilo, se calhar, não era para mim. Por sorte, neste caso pelo menos, não gastei dinheiro com o jogo. A estes juntam-se todas as derrotas 5vs4 no LoL. Happy times.

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Ricardo Correia

Momentos embaraçosos tive e tenho muitos mas queria antes falar de um momento curioso. Por volta de 2004 ou 2005 um colega de Faculdade pôs-me a jogar um MMORPG chinês manhoso do qual já tanto falei chamado Conquer Online. Era um verdadeiro noob a aprender o jogo, mas no meio de um mapa fui ajudado por um jogador que lá andava que se chamava Papirus. Falávamos em Inglês e jogámos juntos durante 1 mês até que ao falar com esse meu colega de Faculdade, percebi que este simpático jogador que me ajudou aleatoriamente e com quem travei amizade era português e primo dele. Meses depois juntei-me a uma Guild de portugueses e brasileiros e comecei a conversar bastante com um jogador. O tipo também tinha a minha idade, e era porreiro, e por isso começámos a conversar um pouco em PM. “Mas moras em Lisboa?” – perguntei eu. “Sim, nos Olivais” – respondeu ele. “Eu também”, respondi eu, “Onde?”, adicionei. “Perto da Caixa”, afirmou ele, “Queres ir beber café?” perguntei eu. E acabei por conhecer pessoalmente um jogador que jogava comigo num jogo manhoso chinês e que morava a ruas de distância da minha casa. A ironia não termina aqui: este jogador era colega de turma e de casa de outro jogador da minha guild. Que era irmão daquele outro jogador, o Papirus, e primo do meu colega de Faculdade. E uma gigantesca amizade nasceu com estes dois irmãos, que ainda hoje são dos meus maiores amigos.

Resultado: os MMORPGs chineses são grandes mas Portugal é uma casca de noz.

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Miguel Tomar Nogueira

A pior coisa de se escrever no Rubber Chicken (sim, nem tudo é bom, especialmente aturar o Ricardo) é a parvoíce da nossa política evangélico-ético-elitista que nós implementámos de ter de jogar os jogos até ao fim e em todos os modos antes de escrever uma análise. Isto implica algo que eu adoro (completionism e side quests por exemplo) mas também algo que eu odeio: ter de ir experimentar o multiplayer com os meus k/d ratios míticos de 0.07 (sim, aconteceu no Destiny).

Em tempos remotos, estava eu a analisar o FEAR 3, e lanço-me online para experimentar esse modo. Dou de caras, ou neste caso, de ouvidos, com um Rapaz? Rapariga? Jovem? Criança? – que insistia em estar a ouvir algo que penso ser Justin Bieber e algo do género e a acompanhar em falsete. Até aqui tudo bem. Eu lá ia aguentando os agudos do puto e até lhe ia ganhando. Do nada, rebenta então em casa do miúdo uma discussão gigante entre os pais, digna de personagens de um trailer park americano, e que acabou “supostamente” com os pais a escalarem durante minutos até ao ponto em que o casamento estava acabado – fine!, fine! e com o marido a sair e a bater com a porta.

O puto nunca parou de cantar durante ou depois da discussão.

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