Os anos 90 foram uns anos de ouro para a NBA, lembro-me de aos domingos ver o programa que dava na RTP 2 com os meus irmãos (alguns Chocobosses mais jovens não se lembram do que era ter só 2 ou 4 canais de TV, nem de quando não existiam canais pagos de desporto e a RTP 2 aos domingos dava tudo o que era desporto!) e nomes como Larry Bird (já no final de carreira), Charles Barkley, Akeem Olajuwon, Scotty Pippen, Patrick Ewing, John Stockon, Magic Johnson, Karl Malone e um tal de Michel Jordan eram tão familiares como hoje em dia algumas “celebridades” da  rádio, TV e disco, e da K7 pirata. Eu era grande fã da NBA, nessa altura e tinha uma colecção de bonés de praticamente todas as equipas, mas só usava da minha, os L.A. Lakers, algo que nunca caiu bem com a minha família do outro lado do oceano por serem todos de Boston…

Os anos passaram e eu continuei fã dos senhores dos cestos norte-americanos até inícios de 2000, quando o meu jogador favorito até hoje estava no seu auge. Vince “Air Canada” Carter tinha tudo para superar Jordan, não o fez, mas esteve tão perto que me doía vê-lo chegar sempre ali tão próximo da perfeição como no concurso de afundanços de 2000. 2 pontos… ficou a 2 pontos do máximo.

Mas já chega de deuses da arena, vamos falar de NBA2K16.

O último NBA 2K que joguei, chamava-se precisamente NBA2K. Corria o ano 1999 ou 2000, não me lembro exactamente de quando o comprámos, era um exclusivo para a SEGA Dreamcast e era fenomenal. Noites inteiras que passei com o meu irmão Alex na nossa carreira de domínio da conferência com os Toronto Raptors. O meu base e o poste dele eram imparáveis a tal modo que libertámos o Tracy McGrady e o Vince Carter para outras equipas porque eram totalmente inúteis para nós. Quaisquer outros 3 jogadores connosco eram simplesmente uma formalidade porque era injusto jogar 2×5 (para a equipa que jogava com 5 era humilhante). NBA2K era um jogo excelente do qual tenho saudosas recordações.

NBA2K16, já não!

Sê a história na simulação mais próxima da experiência da vida na NBA até hoje, é o proposto pelo developer Visual Concepts e o distribuidor 2KSports. Simulação realista, opções até vir a mulher da fava rica, coisas… é a promessa. Aborrecimento, confusão, e hã…? É o que é conseguido.

E antes que digam algo como “Lá estão estes do Rubber com mania que são doutores e como é um jogo comercial de desporto não é bom” podem parar já aí. Não tem nada a ver com isso. Comercial ou não, Português ou do Zimbabwe, complexo ou simples, nós (e vou falar pelos meus colegas também) gostamos de bons jogos. O bom é diferente para cada um. Mas o jogo tem que ter alguma qualidade, algo que sirva um propósito para nós. E para mim, NBA2K16 não tem nada disso. Podem discordar e acho bem que o façam porque terão as vossas razões, eu tenho as minhas.

16, vou só chamar-lhe 16 daqui em diante, tem várias coisas que me fazem não gostar dele, ao contrário de 2K, e até de outros jogos de desporto como FIFA, que não sou um fã absoluto, assim como não sou um fã de futebol no geral, mas gosto de jogar de vez em quando, é um jogo simples que me permite distrair e limpar a cabeça depois de um dia de trabalho e antes de pegar num jogo que realmente puxe por mim. Eu tenho um problema sério, acima de tudo com os comandos de 16, são pouco intuitivos para mim. Para fazer um lançamento ao cesto existem tantas opções que eu acabo por escolher sempre a mesma. Para um lançamento é necessário carregar no X e depois analógico direito para trás. Para outro, é só direccionar o analógico direito para a frente. Para afundar a duas mãos, correr para o cesto e carregar no nariz, para hadouken baixo, baixo-frente, frente, soco. Passar ou roubar a bola, é uma complexidade desnecessária, nós controlamos o jogador com o analógico esquerdo e o modo de driblar com o direito…

Isto é um jogo da NBA pessoal, não é um simulador da NASA!

O facto de eu já não conhecer quase jogador nenhum ou equipas como Brooklyn Nets (no meu tempo eram de New Jersey) e New Orleans Pelicans é-me indiferente. Ou os aclamados DJ’s Prevé, Khaled e D-Snow que fizeram 3 playlists com mais de não sei quantas faixas de “música” que soam sempre à mesma e estão constantemente a tocar não me afectam, mas este jogo é aborrecido para mim, é complexo demais para o que devia ser. Isto quase não é um jogo, é uma máquina de simulação comercial.

16 tem mais opções de jogo do que eu tenho sapatos. Mentira, eu tenho montes de sapatos. Mas enquanto 2K tinha Exhibition, Seasons, Practice, Playoffs e Customization (e todos os modos falam por eles próprios) 16 tem entre outros:

MyGM – no qual tomamos controlo de um franchise da NBA e gerimos de lés-a-lés, desde contratações ao preço da comida no estádio.

MyLEAGUE – Modo de jogo de liga online com até 30 outros jogadores humanos

MyTEAM – Onde podemos criar uma equipa em todos os pormenores. Em PS4, Xbox One e PC há a opção The Gauntlet, que é o MyTEAM mas em 3×3.

MyPARK – Onde podemos treinar o jogador criado em MyCAREER

MyCAREER – No qual criamos um jogador e fazemos a carreira dele, na NBA desde rookie até superestrela, como em outros jogos de desporto, mas em 16, eles realmente foram ao limite do realismo.

Em exclusivo nas versões PS4, Xbox One e PC podemos jogar Livin’ da dream, o modo história escrito e realizado por Spike Lee.

Entre cada jogo do nosso personagem temos um mini-filme com o avançar da história mais realista de sempre, como prometido. Se o nosso jogador for Afro-Americano seguimos a sua história acompanhado pela sua irmã gémea afro-americana Cee-Cee de Harlem até ao estrelado da NBA. Se for Caucasiano seguimos a sua história acompanhado pela sua irmã gémea afro-americana Cee-Cee de Harlem até ao estrelado da NBA. Se for Hispânico seguimos a sua história acompanhado pela sua irmã gémea afro-americana Cee-Cee de Harlem até ao estrelado da NBA. Se for Oriental…

Aqui foi onde eu desisti do jogo. Os meus anos com a NBA já passaram, e com a série 2K também. Eu adorava este jogo, mas já não, muito menos assim. Gostava de ter um jogo de NBA para me distrair de vez em quando, e vou manter-me no JAM.

 

Nota adicional para os mais distraídos ou que como eu não querem saber:

NBA2K16 realmente tem três DJs supostamente famosos a fazer a sua banda sonora, mas apenas um dos que listei aparece lá. Prevé é um modelo da marca de carros Proton, e D-Snow é o DJ da Ana Malhoa. Se não repararam, e ou não conhecem Spike Lee, mostra o fracasso deste jogo por ter investido tanto em coisas que não interessam a quase ninguém.