Se calhar vou aqui falar de um evento que não é dirigido para mim enquanto público-alvo. Se calhar este vai ser um artigo de opinião sobre a qual eu não deveria opinar. Mas não me controlo – eu quero escrever algo sobre o que vi no evento que ocupou o Pavilhão 4 da Fil no passado Fim-de-Semana de 05 a 08 de Novembro. Depois disto podem enviar “hate email”, chamar-me nomes, dizerem que sou uma c…a elitista prepotente que não sabe do que fala. Eu aguento isso e não respondo nem fico ofendida – prometo. Uma opinião, é só uma opinião, e a minha é mesmo isso. Só uma opinião.

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Nunca na vida tinha ido a uma Feira de Videojogos. Nunca tinha ido sequer a um grande evento relacionado com a minha maior Paixão. É estranho – eu sei. Estar apaixonada por algo e não frequentar eventos que celebram essa paixão. Mas eventos com muita gente não têm mesmo a ver comigo…muitas pessoas à minha volta deixam-me um pouco claustrofóbica.

No entanto, este evento tinha para mim um significado muito diferente. Na Fil, em Lisboa, e ainda por cima, com a honra de se não ser apenas uma visitante – mas sim, uma redactora da minha segunda casa: o Rubber Chicken. A expectativa era mesmo muito alta e o Orgulho de ver o que a nossa equipa conseguiu alcançar ao longo do tempo, sem sermos pagos por nada e para nada, merecia qualquer coisa.

Esperava encontrar um espaço onde todos os grandes do mundo da arte do meu coração estariam bem representados. Palestras com developers portugueses e não só. Secções dividas por géneros. Secções de Vendas e Trocas. Um espaço onde a geração que mais “consome” videojogos, a geração dos 25 aos 40 anos, pudesse partilhar as suas experiências, jogos que mais os marcaram e sobretudo, a oportunidade de viver por uns tempos no mundo muito secreto que todos nós, os gamers, fomos construindo ao longo dos anos.

Mas não! O que encontrei foi um… jardim infantil. Com caixas de cartão a fazer de separadores de stands. Com crianças a correr por todo o lado, agarradas aos posters dos famosos de hoje – os youtubers – para serem autografados.

Não sou propriamente a pessoa mais maternal do mundo. Não sou mãe e não quero ser mãe. Dito isto, não quer dizer que deteste crianças… nem pouco mais ou menos. Simplesmente, o ambiente infantil não é para mim. E ver tanta criança aos gritos pelo espaço, que de si estava mesmo muito mal organizado e separado, sem qualquer interesse real e consistente pela indústria, que só gritavam o nome de uma hormona fabricada pelo nosso corpo…deixou-me triste. As crianças de hoje, que serão os gamers de amanhã, formulam as suas opiniões e ideias através das opiniões de pessoas que gravam vídeos em casa e que dizem autênticas barbaridades acerca dos videojogos. E que ainda por cima falam como se a sua audiência sofresse de algum tipo de incapacidade de compreensão cognitiva…

Já sei – vão chamar-me Hater e dizer que eu tenho inveja da notoriedade e visualizações do “Rick que Faz”, da “Hormona”, e do “Luís que procura a Ilda” (e agora… o nosso Bernardo)… mas a última coisa no mundo que me podem acusar de ter de alguém é inveja. Não acredito em sentimentos de mesquinhez para com outro ser humano. A verdade é que fico simplesmente triste com o facto que o conteúdo de má qualidade tenha sempre prevalência sobre aquilo que é feito com conhecimento e verdadeira Paixão. Tal como me deixa triste que a Casa dos Segredos seja dos programas mais vistos em Portugal e que ao mesmo tempo, no Canal 2, possa estar a passar uma reposição do Dexter, Twilight Zone ou The Outer Limits, Simpsons e a maioria não irá ver. Ok… já desabafei sobre isto… podemos passar à frente.

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E o cosplay, que quanto a mim é das coisas que, quando bem feito, é das melhores e mais divertidas homenagens feitas às nossas personagens favoritas? O Cosplay, esse, andava aos molhos e sem brio – daquele que estava ora muito bem feito ora absolutamente ridículo. Os meus parabéns pessoais a quem se vestiu do meu amado Agent 47 – um dos melhores do evento, pela postura e por não ter saído do “papel” o tempo todo.

E as empresas? Sony em Grande, Nintendo… tímida, e Microsoft… desaparecida em combate. Acho mesmo que foi preenchido um formulário de “Procura-se vivo ao morto” à entrada da LGW para encontrar a marca americana e a sua consola de X. Será que nome da consola – X, que em inglês se lê: “Exe”, é um símbolo escondido que nos quer dizer: Ex-consola? Ex-empresa de Videojogos? Ex-empresa com ambição? Não sei quem da MS Portugal foi responsável pela ausência da marca no evento…mas, como diz o outro, “se eu mandasse”, alguém ou “alguéns” seria certamente despedido! Até a Asus e Mad Catz marcaram (alguma) presença e da MS… nem o rasto foi encontrado.

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Já chega de negativo! Vamos ao positivo:

Adorei o stand do nosso galinheiro. Aconchegante e singular. Adorei estar com a nossa equipa. Com as vidas e trabalhos, são poucos os momentos que encontramos para estarmos todos juntos. Adorei ter conhecido outros redactores de publicações que sigo: O André do IGN, o Rui da BGamer, entre outros. Pessoas espectaculares, humildes que apenas querem partilhar gostos e opiniões. Não há concorrência, apenas uma Paixão comum que nos une e nos faz sentir que nos conhecemos há algum tempo. Senti-me profundamente Grata e Humilde por conhecer pessoas que se dirigiram a mim como: “És a Alexa do Rubber? Gosto muito do que escreves!” Sempre que alguém diz algo assim, sinto uma gratidão que não vos sei expressar. É uma profunda Honra partilhar a minha paixão desta forma e ter quem lê. A eles, o meu mais sentido Obrigada. Apenas posso tentar continuar a merecer a honra de tentar manter o vosso interesse naquilo que escrevo – Prometo-dar-vos-ei o meu melhor.

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Com o meu coração cheio com estas pessoas que tive a Alegria de conhecer, deixei o evento. Que importa se para mim foi uma desilusão? Que importa se não era dirigido a mim? Afinal, evento FIL à parte, MS que desapareceu e Hormonas que ocupam espaço a beber leite Agros, nada significa, quando conhecemos aqueles que fazem tudo valer a pena. No final da história – Só as Pessoas interessam!

Nota… deixo aqui o meu “momento” Fangirl do evento. Eu com o meu “bebé” favorito do mundo Slash Movies. I Love You Jason Vorhees!!! (a rir como uma adolescente que vê os One Direction…)

Me and Jason