Há algumas editoras no Steam que têm feito um esforço por manter o mercado indie saudável e em movimento, trazendo uma série de novos jogos para um mercado que alguns dizem esta saturado, mas que outros agradecem a abertura de experiências para além dos blockbusters. A Digital Tribe, editora responsável por nos trazer jogos como a Almightree, TinyKeep e FortressCraft é uma delas, e tem neste final de ano duas propostas distintas, quase todas relacionadas com ambientes sci-fi, para além de Return NULL, o jogo do qual falámos recentemente.

Chamem o Tarantino, está na hora de Hyperdrive Massacre

Hyperdrive_header

Parece-me que a nossa vontade de regressar aos jogos multi-jogador locais é sinal da nossa idade. Adoramos single players, mas também nos temos divertido com algumas propostas que o mercado indie nos tem trazido para partilhar com os amigos, sendo o delicioso Knight Squad uma das nossas maias recentes descobertas.

Hyperdrive Massacre do estúdio 34BigThings quis fazer isto mesmo: uma homenagem a uma cultura retro-futurista, não só por todo o ambiente do jogo que tem um sabor bem 1980s como pela nostalgia de competirmos lado-a-lado com os nossos amigos em jogos frenéticos que, para além da diversão, conseguem na prática colocar à prova a força de qualquer amizade.

HDM-2015-02-23-19-45-47-22

A nostalgia está aqui presente nas mecânicas bebidas directamente do velhinho (mas sempre divertido) jogo da Atari, Asteroids, mas com um pequeno ligeiro twist: é que Hyperdrive Massacre é uma arena de batalha constante nos seus seis modos: Deathmatch, Death Race, Team Deathmatch, Space Soccer, Last Man Standing e Spong. Explosões, condução veloz e frenética com controlos clássicos mas sempre difíceis de masterizar, e uma arena para resolver as frustrações com os nossos amigos.

Sim, é preferível jogar com humanos, porque estes serão de certeza mais possíveis de derrotar do que o computador. É que houve algum tipo de anabolizante injectado na IA de Hyperdrive Massacre e os carros controlados pelo computador são uma espécie de Charles Bronson do jogo.

 

ROOT (que é quase, quase um anagrama para TRON)

ROOT-PressKit-Header

Um hacker com uma missão: conseguir desvendar os segredos informáticos de uma gigantesca corporação. É este o gancho deste jogo de ciber-espionagem que nos coloca na pele de Edward Summerton, e a sua viagem por um ambiente minimalista representativo da sua intrusão na Rede Informática.

ROOT é um jogo furtivo na primeira pessoa, que nos desaconselha rapidamente a tentar resolvê-lo “à Rambo”. Temos de testar a nossa paciência e tentar resolver e passar pelas muitas salas que constituem a representação cibernética da corporação que estamos com imensa paciência, observando as trajectórias dos guardas e tentando esgueirar-nos deles sempre que possível. Agachados, silenciosos, sempre vigilantes, é a melhor forma de nos movermos por entre corredores de um mundo digital simplista que em muito nos lembra o ambiente de TRON.

Root

ROOT é extremamente desafiante e punitivo nos nossos erros. Atirar a furtividade para “o galheiro” é possível, e encará-lo como um FPS é um caminho, ainda que rapidamente o jogo nos demova dessa nossa decisão. Afinal , Edward é um espião, um pirata informático, e não um soldado, e é facilmente (e muito) danificado e eliminado por qualquer investida dos inúmeros guardas. E sem os usualmente habituais e muito facilitadores itens de recuperação de vida, os developers do estúdio Deep Fried Enterprises conceberam o jogo de forma a relembrar-nos sempre que se trata de um jogo furtivo, e deverá, sempre que possível, ser jogado como tal.

A simplicidade visual e mecânica do jogo envolve-se de forma eficaz com a narrativa algo humorística ajuda a aliviar alguma da tensão que o jogo cria. ROOT não é para todos, e só deverá ser procurado por jogadores que procurem um desafio furtivo. Para quem quiser jogar verdadeiros FPS deverão fazer uma pesquisa mais aprofundada: de certeza que há melhores soluções do que ROOT.