O título representa bem uma ida nossa a uma farmácia. Aparentemente há pouca diferença num genérico e um medicamento de marca, sem ser que o medicamento de marca tem uma…marca…e o excipiente do medicamento. Parece-me algo inócuo, é verdade, e mais barato. Na verdadeira torrente de jogos lançados há também muita postura genérica. Foi o FPS genérico que o Ricardo falou na semana passada e foi o Tactical RPG genérico do qual falei ontem, com a agravante que este é um genérico de marca. Parece estranho não é? Mas até os gigantes da indústria farmacêutica como a Merck têm uma divisão de genéricos. Com a sua marca.

Zheros (3)

As máquinas de arcada e as consolas da nossa infância estavam repletas de side scrolling beat’em ups, esse género que adoro (e que muitos dos jogadores da minha idade devem adorar) mas que foi remetido ao esquecimento com o crescimento do 3D e dos Action RPGs. O mercado indie tem feito das tripas-coração para ressuscitar o género, e a realidade é que Castle Crashers abriu caminho para outros jogos de sucesso, do qual Zombie Vikings é um dos mais recentes exemplos.

E depois temos jogos como ZHEROS, que não sendo incompetentes são o equivalente dos videojogos a beber água da torneira na zona de Odivelas, a comer uma carcaça sem nada, a ouvir músicas do André Sardet. Ok, de todas estas comparações só o André Sardet sai fora, porque o que queria queria dizer é que quase todos os exemplos são coisas boas, mas sensaboronas.

Andre Sardet

ZHEROS tem um visual competente, mas genérico, e demasiado colado à estética da Pixar como milhentos outros jogos, em especial no mercado mobile. O combate é divertido mas pouco diversificado, e ao passar os primeiros vinte minutos faz-nos sentir num loop constante. Não é que os jogos clássicos do género fossem muito diferentes, mas pelo menos mantinham o nosso interesse com algo: diversidade. Os inimigos são bem-conseguidos, mas têm um número tão reduzido que parece que o jogo se passa dentro da linha de montagem de uma faábrica de clones. O cenário é interessante, excessivamente colado a uma lógica mobile (na pior acepção da palavra) e repetitivo, mas tão repetitivo, que apesar de ser pano de fundo ficamos com a sensação constante que o jogo em nada avançou.

Zheros (2)

ZHEROS é meh. Mediano, genérico, e pouco interessante. Num género que teve há vinte cinco anos tantos exemplos de diversidade, é impressionante que este jogo tenho um potencial notório mas que tenha limitado à mediocridade.