______________________________________________________________

Eon Altar – Desenvolvido e publicado pela Flying Helmet Games
Apróx. 3,1 minutos de leitura (250 wpm c/taxa de compreensão de 60%). Tempo recomendado a despender: 4 minutos (tempo do autor durante a revisão).

______________________________________________________________

Eon Altar, um jogo da Flying Helmet Games, vem trazer o melhor da jogabilidade assimétrica para benefício de um turn based RPG multi-jogador. Para quem não está familiarizado com o termo, os exemplos recentes mais notáveis de jogabilidade assimétrica são a Nintendo 3DS e a Wii U, proporcionando dois ecrãs para output de informação, dividindo assim a atenção do jogador. Excelentes exemplos dessa execução podem-se encontrar em grande parte do catálogo da DS (especial referencia ao combate de The World Ends With You) e 3DS e em alguns títulos da Wii U, mas algo que tem sido uma experiência exclusiva da Nintendo (fora algumas experiências como em Little Big Planet 2 com a PS3 e a PSVita) tenta agora ser estabelecido num jogo para o Steam, fazendo uso de dispositivos Android e iOS. E o que verdadeiramente é uma inovação é ter sido estabelecida uma experiência assimétrica multi-jogador para um só ecrã partilhado de dimensões à vontade do freguês, que a Wii U prometeu fazer e nunca fez.

Eon Altar (4)

Deixando a conversa tecnológica de parte e simplificando um pouco o discurso, aqui descrevo como jogar Eon Altar:

  • Reúne-te com até três amigos com smartphones (vivemos em 2016, até eu finalmente comprei um) no mesmo local;
  • Comprem a meias Eon Altar no Steam (ou então façam um choradinho a uma das mamãs, já que são quatro, a probabilidade de terem um jogo à borla é quatro vezes maior);
  • Descarreguem a aplicação Eon Altar Controller da Play Store ou da App Store para os vossos smartphones, depois de ligados à mesma rede a que pertence o computador;
  • Aguardem o download jogando uma partida de sueca, ou, se a irmã mais nova estiver por casa, sueca italiana;
  • Infinite Possibilities, Endless fun. (lol)

Eon Altar tem cinco personagens disponíveis, distribuídas pelas seguintes cinco classes: Assassin, Crusader, Guardsman, Sellsword e Battlemage. Cada personagem tem três skill trees cada, permitindo várias builds diferentes, no fundo, para distinguir as equipas que se sabem balancear e não são só um agregado de autistas (ou seja, um pequeno grupo de pessoas a jogar Pokémon Go).

Eon Altar (3)

O jogo encontra-se dividido em três quests principais (de cerca de uma a duas horas cada), ainda que cada personagem tenha sidequests individuais e de grupo. Porém, o mundo é explorado no ecrã do computador onde todas as personagens se encontram a todo o momento, esclarecendo assim sobre a linearidade dos mapas e do mundo a explorar. Não é que neste caso seja sinónimo de mau, na verdade, era a única maneira de funcionar correctamente.

O ecrã de jogo consiste numa perspectiva isométrica sobre o cenário, enquanto no smartphone, além dos controlos, informação relativa a sidequests, skill tree, equipamento, está também disponível o texto dito pelas personagens no jogo e o texto da vossa personagem, que tem de ser dito em voz alta para os restantes jogadores ouvirem. Uma decisão certamente engraçada, uma vez que acrescenta à imersão do jogador, mas questionável quando a companhia não é certa e não existe álcool a acompanhar.

Eon Altar (2)

O facto dos ecrãs touch nunca terem sido excelentes dispositivos para controlo faz com que o teor turn based do combate se adeque perfeitamente, é também bastante interessante ver a dinâmica de uma equipa bem coordenada a decidir a melhor estratégia e a executá-la. Os ambientes são simples mas estilizados, mas há pequenos detalhes que demonstram um pouco de desleixo por parte da equipa (coisas como avatar e modelo 3d da mesma personagem não corresponderem em aspecto), no entanto, são detalhes que pouco importam quando se joga Eon Altar da forma devida, ou seja, com amigos.

O progresso nas campanhas é guardado e este é independente dos intervenientes, fazendo com que a qualquer momento um jogador se possa juntar ou sair do jogo. Certamente uma feature extremamente conviniente, já que em todas as campanhas de Dungeons & Dragons a parte mais difícil é arranjar horário compatível com todos os intervenientes.

Eon Altar (1)

Eon Altar vai estar disponível em três episódios sendo que a presente análise visa apenas o primeiro. Este tem mecânicas bem concebidas e oferece uma jogabilidade que poucos outros jogos aspiraram alguma vez fazê-lo. É uma pena alguns detalhes visuais não traduzirem a qualidade do jogo mas principalmente da experiência, já que vos aguarda horas de diversão a alterar guiões de personagens fazendo vozes engraçadas e unir forças no momento das batalhas, que têm mais de tático do que pressionar botões de forma insana. Não é um party game, mas sim um jogo disposto a devolver uma excelente experiência a todos os grupos dedicados a por o respectivo empenho e dedicação.