Se houve algo que a história dos videojogos nos ensinou, é que o sucesso de uma consola está intrinsecamente ligado à biblioteca de jogos disponível para a mesma. São vários os exemplos de consolas com melhores capacidades gráficas e tecnológicas que perderam mercado face a consolas inferiores, apenas porque estas tinham os melhores jogos. Foi precisamente isto que fez com que a Game Gear perdesse a luta contra o Game Boy ou mesmo a Master System contra a NES.

Algo que raramente é tido em conta são os acessórios criados para as diferentes plataformas. Na maior parte dos casos, os acessórios são apenas um gimmick, uma espécie de armadilha disfarçada de algo genial que geralmente tem pouca relevância ou uso.

Não obstante, alguns acessórios foram autênticos sucessos de marketing e vendas. Os maiores casos de sucesso foram sem duvida a pistola Zapper, a bazuca Scope e a Power Glove para a Nintendo. No caso da Sega tiveram as pistolas Phaser e Justifier e a bazuca Menacer.

Mas por cada um que teve sucesso, muitos outros ficaram pelo caminho. Hoje a Galinha de Borracha inicia uma nova rubrica dedicada a essas consolas e acessórios que por questões de qualidade, falta de marketing ou apenas porque eram demasiado específicos para agradar ao publico geral, ficaram “Perdidos no Tempo”.

Aura Interactor 

aurainteractor

Numa altura em a realidade virtual está cada vez mais na moda com os Oculus Rift ou o PlayStation VR, pouco falta para chegarmos ao dia em que a imersão será total, tal como no filme Tron. A ideia de imersividade nos video jogos é algo pensado há muitos anos e nada como darmos uma voltinha no Delorean até ao ano de 1994, para vermos uma das mais obscuras e estranhas tentativas.

Lançado a 5 de Setembro de 1994, o Aura InteractorVirtual Reality Game Wear, é uma espécie de carapaça provida de force-feedback desenvolvida pela Aura Systems. A ideia do criador Larry Shultz era fazer com que o jogador, para além de ouvir e ver, pudesse também sentir o jogo.

O principio de funcionamento é simples: o Interector vibra consoante o som dos jogos, transmitindo ao jogador a sensação de estar em contacto com o próprio jogo. E que melhor tipo de jogo para experenciar todo o potencial do Interactor, que um jogo de luta?

Foi exatamente o que a Aura System pensou e que levou ao acordo com a Acclaim para promover o Mortal Kombat 2! O Interector não foi concebido para uma consola especifica, podendo ser usada com todas as consolas e computadores. Para tal, seria apenas necessário ligar um cabo jack à saída de audio da consola ou computador e ao amplificador que vinha incluído, e este por sua vez ligava à carapaça. Tanto o amplificador como a carapaça tinham colunas embutidas e para alem das colunas a carapaça tinha também um motor para a vibração. Determinados sons, como explosões e golpes, eram detectados e convertidos em vibrações.

Apesar do seu sucesso relativo com cerca de 40 mil unidades vendidas, a verdade é que tendo em conta o potencial de clientes para este dispositivo, o número ficou muito aquém das expectativas e, tal como surgiu assim desapareceu, juntando-se aos muitos Perdidos no Tempo.