Uma Hora do Meh ajaponesada!

Usualmente tudo o que vem do Japão é à grande e à francesa, quiçá como excessiva de compensação por algo mais.

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Em Trillion: God of Destruction (Makai Shin Trillion no original) encontramos um jogo caricato, peculiar, mas que se deixa enredar por essa peculiaridade e caricatura de forma demasiado fácil, e cedo essa estranheza transforma-se em algo mais. E poderia ser um monstro gigante cheio de tentáculos mas não é. É apenas aborrecimento.

Começamos o jogo no papel de Zeabolos, o senhor do Submundo que defronta o seu arqui-inimigo, Trillion, que possui um contador de HP com demasiados zeros para eu contar mas aposto que ronda o trilião de HP. Acertei?

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Facilmente somos derrotados, e é nesse prólogo que inicia a história, quando uma rapariga chamada Faust nos promete ajuda para derrotar Trillion em troca da nossa alma. So far, so good, diria o Bryan Adams, se também ele jogasse cruzamentos nipónicos entre roguelikes e visual novels.

Nessa ressurreição às mãos de Faust, todo o nosso poder vai embora, e cabe à nossa família, as Overlords do Submundo de progredirem a nossa missão. Estas sete Overlords são mais do que obviamente sete moças sobre-sexualizadas em que cada uma representa um pecado mortal. A história, o desenvolvimento dos personagens e as linhas diálogo vão sendo o ponto alto de um jogo que rapidamente cai ali numa fasquia baixinha, baixinha.

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Trillion por alguma razão entrou em hibernação que dura exactamente sete dias, acorda, e volta a um período de hibernação de sete dias, num loop infinito com densidade narrativa da poupa do Donald Trump. Nesses sete dias temos de “treinar” as nossas personagens, tanto em dungeons genéricas e desinspiradas com um nome mais épico do que efectivo (The Valley fo Swords) como através de um menu simulator que nos coloca a escolher opções de drop down menus como se isto fosse a tarefa mais afável de sempre. Talvez até seja para um corrector da bolsa, que passa o dia a olhar para diversos monitores a desenvolver olhos à Sartre e a desejar por um menu que possa clicar, e uma moça digital anime-style para dialogar*.

Chegado o sétimo dia, lá vamos nós ser derrotada(o)s pelo Trillion. Apenas para recomeçarmos as sessões de treino num loop tão chato que começamos a olhar para os idle games como uma boa ideia.

trillion-god-destruction09Trillion: God of Destruction parte de boas premissas mas demora muito pouco a tornar-se um produto meh, aborrecido e que pouco ou nada faz para ser um jogo nipónico genérico. E com isso destrói o seu grande ponto positivo: a narrativa, que está amplamente superior ao resto do jogo.

* perdoem-me o estereótipo, mas imagino o que passa na cabeça de um corrector de bolsa ao final do dia, e não consigo imaginar nada mais solitário.