Filho da p***, xenófobo, cabeça alaranjada adornada com piaçaba louro!

donaldtrump

O decoro é uma atitude respeitável e civilizada. Porém, estes não são tempos para a calma e candura. Estes são tempos para ventilar. E este não é o momento, nem a ocasião, para analisar a situação com frieza e gerar conclusões ponderadas. O momento actual é para pontapear a credencia; deixar cair ao chão os bronzes e estanhos, com altos ruídos de metal a gritar numa luta de corpos especulares; atirar as faianças à parede e vê-las explodir num belo fogo-de-vista de cornucópias azuis e brancas.

E se o nosso intimo e acções se regem pelos ideais budistas, então o Buda que vá levar no ** e que volte para o país dele, árabe de mer**, aqui a roubar os nossos empregos e a meter bombas nos autocarros, p*** que o pariu!

Oh…Sir!! The Insult Simulator é um jogo cujo objectivo é insultar verbalmente o nosso oponente e, desta forma, vencer uma discussão pela humilhação do próximo. À partida, poderíamos arriscar que a geração mais bem preparada para Oh…Sir, seriam os millenials, habituados que estão às caixas de comentários do Facebook. No entanto – e embora possa ser jogado por todas as gerações – são os trintões e os quarentões que mais se vão divertir com as piscadelas de olho às referências humorísticas do passado.

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Se basta um dia para destruir o mundo ocidental – já não bastavam os coninh** dos ingleses, agora os americanos também tinham de f**** isto tudo – bastaram 48 horas para criar um jogo que é literalmente um insulto. Oh..Sir foi originalmente criado numa game jam promovida pela Artifex Mundi e ganhou o prémio do público. O jogo original é muito similar à versão comercial e pode ser experimentado gratuitamente aqui: Queres fiado??? Toma!

Oh…Sir!! The Insult Simulator é a versão comercial, aumentada e melhorada do original. Mais personagens, mais modos de jogo, mais insultos. A mecânica de insultar é fácil e consiste em juntar palavras por turnos, construindo a frase que seja mais eficaz a denegrir e vilipendiar o nosso antagonista. Quanto maior for a cadeia de palavras insultuosas maior é o embate na moral do adversário e, quando a energia e o poder de argumentar for esgotado, vencemos a discussão. No entanto, mesmo que nos guiemos pelo principio de que a razão está connosco, os insultos que construímos são tudo menos racionais.

É por isso que: “O teu marido é um comunista, vomita depois de beber vodka, e a tua irmã tem pés pequenos!” é uma possibilidade, mas não tão poderosa quanto “A tua mãe deixa-me doente, ainda usa o Windows Vista, e dança como um hamster”. Ouch!

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Todo este nonsense verborreico vai beber inspiração ao melhor humor de Monty Python e as referências não são subtis, mas descaradamente directas. Dos insultos, aos cenários, à razão da discussão, passando pelos personagens, as referências tanto ao Flying Circus como aos filmes dos Python são constantes, com algumas piscadelas de olho a outras séries como Black Adder, e até ao Deus interpretado por Morgan Freeman. A apropriação é óbvia e a linha entre homenagem e cópia é muito ténue no jogo.

Plágio inadmissível ou vénia criativa, o certo é que desde os insultos de espada de Monkey Island que não se jogava tão bem com ofensas, ultrajes, afrontas e injurias. Mais de 25 anos depois de alguém atirar com “Não há palavras para descrever o quão repugnante tu és”, e de alguém ripostar com “Sim existem. Tu é que nunca as aprendeste”, Oh…Sir!! melhora o género introduzindo várias mecânicas adicionais à arte do desacato digital: um sistema de combos; quanto maior for a cadeia de insultos gerada (os limites para os insultos são as palavras disponíveis que façam sentido gramatical numa frase); multiplicadores sempre que usamos uma palavra já usada noutro insulto (o que também é válido para roubarmos essa capacidade ao adversário); pontos fracos diferentes por personagem (temas que são especialmente rudes para o personagem); e insultos tão bem encadeados que retiram ao oponente a capacidade de responder de volta, tal é o embaraço.

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O jogo está disponível em PC, iOS (a versão testada) e em Android. No entanto, não é aconselhável jogar o jogo num smartphone, uma vez que os insultos e as frases ficam quase ilegíveis na dimensão reduzida destes ecrãs – Fod**** que não se vê um boi! – sendo aconselhável jogar num tablet ou computador.

Oh…Sir!! The Insult Simulator é uma bela forma de, na segurança do lar (no meu caso foi num avião e car**** que me borro todo com medo que aquela mer** venha por aí abaixo), descarregarmos a nossa frustração, libertarmos a nossa bílis, e chicotearmos com a língua a inteligência artificial da máquina ou um qualquer jogador anónimo que se encontre online. Por isso, se estão revoltados com o mundo, o patrão, o esposo, o cão, ou o papagaio morto, a minha sugestão é este jogo.

Se não aceitarem a sugestão, então eu quero é que vão à m****, e para que é estiveram a ler isto? Hem?… ò minhas porc**… ò moluscos panel**roides… Vão mas é levar dentro da pei**! Fazer bro**** a cavalos! E, há que dizer isto com frontalidade.

O que me faz lembrar uma história…