Há sempre uma primeira vez para tudo, e hoje são duas primeiras que vão ser mencionadas aqui. Não só vou escrever sobre uma demo exageradamente antecipada, como dei um apoio a um projecto no Kickstarter. Não me importa que o processo já tivesse fechado muito acima do objectivo proposto, qualquer um pode continuar a apoiar o projecto financeiramente e eu tenho tanta fé neste que não me importo de o fazer.

Até hoje, na lista para os Machados do Ano de 2016 já vão cerca de 90 jogos, a shortlist é menos de um quarto e os vencedores nem devem chegar a 10% deles até porque este ano para mim tem sido um bocado fraco em jogos (muitos irão discordar mas se calhar os vossos favoritos não estão na lista dos que joguei) e por isso há falta de concorrentes aos títulos. Entretanto chegou-me às mãos o que será muito possivelmente concorrente do top 3 ao ano em que estiver completo. Seja ele qual for.

Lost Ember, ainda em fase pre-alpha, é uma aventura de exploração baseada numa história. Pensem em Journey. Cenários vastos e um objectivo perdido. Controlamos um lobo que acompanhado por um misterioso ser de luz que nos vai guiando pelos cenários que desenrolam à nossa frente. Ainda com comandos bastante toscos e sem a precisão necessária nestes ambiente (lembremo-nos que é um pre-alpha apesar de não parecer) mostra muito potencial. A Mooneye conseguiu dar o suficiente para me aguçar o apetite para o que parece ser um banquete.

Há um problema sério neste jogo que é vir a sofrer de hype extremis, numa variante semelhante à estripe noman skyitities.  Tem muita promessa e eu não duvido que o estúdio consiga entregar o que prometem. O que eu tenho dúvidas é que o público, em particular se Lost Ember começar a ter algum peso nas redes sociais, aceite as promessas como reais e não o que desejam que fossem. Um bocado como quando aquela pessoa diz “eu gosto de ti” num sentido, és simpático, porreiro, dá para tomar um café contigo de vez em quando, e a que ouve já está a fazer planos de casamento e a comprar uma casa, carrinha para levar os miúdos e um cão.

Nesta espécie de Journey com um ambiente que me lembra Okami e em particular as partes do Lobo em Twilight Princess podemos controlar qualquer animal para explorar o mundo e eventualmente alcançar o nosso destino. Para já nesta pequena demo de não mais que 15 ou 20 minutos podemos possuir uma toupeira e um pássaro. Embora a parte da toupeira seja mais funcional que outra coisa, a do pássaro mostra como este jogo pode ser algo que vai entreter todos os jogadores menos agressivos que apenas querem um espaço para fugir.

Vou seguir atentamente este jogo e espero que os poucos que irão ler este artigo o façam também, mas acima de tudo que não o espalhem por aí aos sete ventos. Este merece ser guardado como um segredo especial até à altura certa.