Chocobosses do meu coração gelado, sê bem-vindos!

Terei todo o prazer de ser o vosso anfitrião dos Machados do Ano 2016, os mais prestigiantes prémios que eu dou, há… 1 ano, esta é a segunda edição. Portanto, sentem-se, ponham-se confortáveis e dêem-me o prazer de ser meus convidados…

O ano civil de 2016 está a acabar, por razões ideológicas e astrológicas eu prefiro guiar-me pelo calendário lunar cujo ano corrente, o do Macaco que tem sido uma bosta no seu geral, acaba a 28 de Janeiro. Nós vivemos em sociedade, e acabamos por acomodar as coisas mais gerais do todo na nossa vida particular e eu acabo por ceder aos festejos calendário Ocidental também mas no fundo prefiro o meu. Dito isto afirmo que 2016 foi bastante fraco para mim no que diz respeito a jogos. Dos mais de 100 que me vieram parar às mãos, a qualidade deixou muito a desejar. Foram lançados muitos jogos que já inundaram listas de jogos do ano como Uncharted 4, Rise of the Tomb Raider, Overwatch, XCOM 2, Civilization VI e outros, mas não lhes toquei, portanto se acham que os grandes títulos que habitualmente recebem prémios de quem também não os jogou podem dar meia volta e ir para outro texto. Aqui são os meus melhores, aqueles que eu mais gostei de jogar este ano.

Sem mais demoras vamos começar com: O MACHADO DE GUERRA

O Machado de Guerra deste ano vai para o que durante algum tempo esteve como candidato a Machado do Ano, este jogo conseguiu dar-me uma mistura de dois universos até agora separados, falo de Total War: Warhammer.

Como nunca tinham sido agrupados até agora é algo que ainda não consegui perceber, o rico universo fantasioso e histórico de Warhammer, a sua variedade de unidades com capacidades particulares são perfeitamente adequadas à táctica de Total War. A variedade do jogo base, posteriormente expandido por vários DLCs, é mais que suficiente para horas de satisfação dos jogadores mais sedentos de qualquer um dos universos. Guerra e estratégia levadas ao extremo num mundo fantasioso.

Mas nós nem sempre podemos estar em casa a jogar, às vezes os nossos jogos são portáteis, seja nas consolas dedicadas a isso ou nos telemóveis, há um mercado enorme para isso, daí o prémio: MACHADO DE MÃO

Apesar de ter jogado alguns de mobile, foi na 3DS que encontrei a minha pérola portátil do ano. Eu sei que o Ricardo vai ficar chocado por não escolher um dos que eu sei que vão para a lista dele e admito a qualidade genial do mesmo (spoiler: é o Severed) mas o meu Machado de Mão vai para River City: Tokyo Rumble.

Não tivesse testado River City (e apesar de ter jogado alguns jogos de até ter tido spin-offs de Legend of Zelda), Severed ganharia o prémio, estive até à última a debater comigo mesmo porque não daria o prémio a esta obra fantástica dos videojogos, e acabou num ponto apenas, diversão. A qualidade do segundo lugar é acima da média e de quase tudo o que foi lançado este ano em várias plataformas, mas na portátil, nada me divertiu tanto como River City: Tokyo Rumble, talvez por ser um grande fã de alguns jogos da saga Kunio Kun ou porque o jogo me faz rir na sua parvoíce geral, talvez seja sem explicação, a única coisa que posso dizer é que merece o seu prémio.

Infelizmente também há maus jogos para dar prémios este ano, para isso tenho o: MACHADO DE PLÁSTICO

Também nesta categoria tinha dois grandes candidatos, ou seriam dois pequenos candidatos…? Como se classifica em tamanho os melhores dos piores…?

Não importa, para o melhor dos piores dá-se o prémio de Machado de Plástico, que é aquela coisa tão útil como um segundo recto, no cotovelo esquerdo. E assim como a inutilidade desse objecto há jogos que não deviam ver a luz do dia, não deviam sequer ser ponderados por serem um insulto ao que tentam imitar e homenagear, NightCry é um deles. Mal desenhado, escrito e programado, sem o mínimo interesse dentro ou fora do seu género conseguiu fugir com esta bela peça daqui do palco dos prémios.

Este ano, não vamos ter intervalos na cerimónia, vai ser sempre a bombar porque há muitos prémios para dar ainda.

Passamos agora para o MACHADO MODERNO

Este troféu premeia aquele jogo que conseguiu de alguma maneira agarrar num conceito mais antigo, numa versão clássica de algo e moderniza-la, torna-la mais esguia e ligeira utilizando matérias e métodos mais recentes mas sem perder a sua magia, o seu encanto e funcionalidade. Entre remakes e remasters o prémio de Machado Moderno só podia ir para The Warlock of Firetop Mountain.

Um board game é por regra algo para jogar em conjunto com amigos e/ou família, um livro de aventuras é algo por regra repetitivo tendo apenas uma história limitada. A maneira como o jogo de tabuleiro e o livro de aventuras fantásticas foi adaptado para um jogo de PC foi perfeito, conseguindo dar ao jogador individual uma lista bastante extensa de escolhas desde personagens com histórias e objectivos individuais a caminhos que se cruzam, trazendo uma fórmula com mais de 30 anos para a actualidade.

O próximo prémio é o: MACHADO DE ROLE PLAYING

Dar um prémio a uma categoria tão especifica como RPG é um risco tendo em conta que grande parte dos Machados do Ano são mais abrangentes e vagos, mesmo assim acho que este jogo, que assim como vencedor do Machado de Guerra esteve em competição para o prémio de Machado do Ano merece reconhecimento pelas muitas, muitas, muitas, muitas, muitas horas de prazer que me tem dado. O Machado de Role Playing vai para Forza Horizon 3.

Porquê Forza Horizon 3? Porque este não é um jogo de carros, é um sandbox RPG, e é o melhor que eu joguei deste ano*. O que caracteriza um Sandbox RPG: uma campanha sem história/enredo fixos, cumprir missões num mundo aberto, fazer upgrades ao personagem e equipamento, mini-jogos, convívio com outros jogadores online e co-operação… Horizon 3 tem tudo isso, apenas é feito com carros e corridas em vez de guerreiros e dragões e coisas do estilo. Também é obrigatório para quem gosta de jogos de carros. 2 em 1.

Já demos um prémio para um mau jogo, mas vamos dar mais um, não por ser mau mas por ser uma desilusão, o: MACHADO DE VIDRO

Quase tão inútil como o de plástico é o Machado de Vidro, aquele que até parece bonito e funcional mas assim que tentamos dar com ele em algo estilhaça-se em mil pedaços deixando o nosso coração partido em outros tantos.

Apenas um jogo conseguiu esse nível de desilusão nos meus olhos este ano, apenas um jogo que parecia ser bom, apresentava-se como sendo tendo potencial de ser um candidato a um dos melhores e falhou estupidamente, e não estou a falar do No Man’s Sky. O prémio vai para um jogo que nem me vou dar ao trabalho de dedicar mais uma linha de texto, porque os seus produtores não lhe dedicaram as de programação também: ReCore.

O ano do Macaco foi mau do geral, teve grandes pontos altos mas foram poucos, contudo o próximo prémio mostra que o próximo ano, o ano da Galinha deve ser bem melhor, daí dar o: MACHADO NA FORJA

Às vezes apanhamos jogos acabados que não valem nada, outras apanhamos alguns que ainda estão em construção mas já nos imaginamos com eles na mão e todo o seu esplendor, este ano o Machado na Forja premeia um jogo que se mostra já como possível candidato ao prémio máximo do ano do seu lançamento, esse jogo é Lost Ember, que se ficar a 50% do que se mostra capaz vai ser uma obra de arte. Não há muito mais para dizer sobre ele, apenas que é algo a manter debaixo de olho e nas listas de desejos para os próximos tempos.

O MACHADO DO ANO

Foi muito difícil escrever sobre o Machado do Ano, aquele que mais me agradou em todos os aspectos. No ano passado tivemos o que os Estado Unidenses chamam a Cinderella Story, simbolizado na Gata Borralheira. Aquela beldade que aparece sem ninguém esperar e sem se saber de onde e ganha tudo. Este ano não foi tanto porque o vencedor já era esperado desde ter sido visto na Gamescom 2015, mas nunca pensei que me fosse agradar tanto.

Por ser um grande jogo por direito próprio, por ser um remake perfeito de um clássico, especialmente com o DLC de expansão lançado recentemente, porque podia ter ganho também o Machado de Guerra e o Machado Moderno, o Machado do Ano 2016 vai para: Master of Orion – Conquer the Stars.

Despeço-me por este ano, desejo a todos as melhores saídas e entradas no novo ano do calendário Gregoriano.

* Forza Horizon 3 é o melhor sandbox deste ano que joguei. O melhor que joguei este ano é sem dúvida Red Dead Redemption, mas infelizmente não o posso colocar na lista apesar de só o estar a conhecer agora.