Quando o mau dançarino que até se assemelha à Maria Leal dança mal, é norma dizer que a culpa é do chão. Quando um mau jogador é mau a jogar (especialmente em jogos competitivos online) a culpa é sempre de outrem ou de algo, sendo que o lag e rato são os suspeitos do costume, os bodes expiatórios da inépcia multiplayer.
Num quase Síndrome de Estocolmo jogo diariamente uma a duas partidas de LoL há já seis anos. O máximo a que cheguei (e certamente a que chegarei) é a Gold. E não, a culpa não é do lag ou do rato, ou do teclado, ou da densidade de oxigénio na zona onde vivo. Esse é o meu patamar competitivo, e tenho plena consciência dele e não perco o meu precioso tempo a inventar desculpas. Até porque a bem da verdade já perco o meu tempo precioso refém da vontade (ou necessidade) de jogar LoL todos os dias.
Se o meu tempo de jogo não é tão intensivo como por exemplo um jogador profissional, a realidade é que o desgaste causado ao meu rato económico da 1Life foi imenso. Até ao ponto de no último mês os botões estarem praticamente impossíveis de usar. A chegada a minha casa do Speedlink Kudos Z-9 não poderia vir em melhor altura.
O que é que pesa menos que uma bruxa e que um pato (e só não sei se flutua porque não quero arriscar estragar um rato perfeitamente novo só para fazer um teste de bruxaria)? É verdade, o Speedlink Kudos Z-9. Quando o tirei da caixa pensava que tinha sido enganado, e que o rato era o equivalente à compra de um sabonete em formato de Nokia 3310 na Feira do Relógio. Peguei nele e percebi que era tão leve que a possibilidade de ter recebido apenas o chassi do rato e um cabo USB me parecia plausível. Mas lá o liguei e rapidamente percebi que ele funcionava.
A leveza do Speedlink Kudos Z-9 levou-me então, depois do uso, a um segundo problema de habituação: aquilo a que o João Machado chama de Síndrome de Super-Homem, ou seja, habituado que estava ao meu rato baratito (e estragado) e à força necessária para o mover, ao utilizar este novo rato senti que era super-poderoso, e cada gesto quase que o enviava em queda livre para o chão.
Este Kudos Z-9 é notoriamente um rato de Gaming, e percebemo-lo de imediato com o design e a ergonomia da sua construção. A forma como ele foi ajustado para jogadores destros é especialmente evidente na sua estrutura e como nos permite relaxar o polegar e mão sobre a sua curvatura e o seu “descanso” para o dedo, mantendo os botões laterais acessíveis a qualquer instante. Botões esse, configuráveis com macros, mas cuja sensibilidade e posicionamento os impedem de serem pressionados indevidamente.
Com 9 botões programáveis com macros (dos 11 disponíveis), guardados em até 5 perfis diferentes na sua memória interna, o Kudos Z-9, não sendo um rato de Gaming muito dispendioso, consegue trazer a customização necessárias a quem como eu passa muito tempo em jogos online. Ao qual ajuda muito a sua construção lateral em borracha, que exponencia a tracção da nossa mão para com o rato, evitando as usuais escorregadelas que em jogos online podem ser fatais.
Com um preço a rondar os 50€, o Speedlink Kudos Z-9 prova que é possível ter um rato com um excelente equilíbrio de qualidade e preço, para jogadores mais exigentes. A sua leveza é algo que no máximo em 2 dias de utilização passa a ser um dado adquirido e deixará de causar diferença, e facilmente sentimos que toda a sua configuração ergonómica e a menor intensidade gestual a que somos obrigados para o manusear permitem que algumas horas seguidas de jogo sejam menos desconfortáveis do que com um rato mais pesado.