Mais um jogo da Pokémon Company, e mais um vicio! Mas depois da Nintendo ter “perdido” o sucesso que foi o Pokémon Go com o facto de não ser “dona do pedaço” (como dizem os nossos irmãos do outro lado do Atlântico), mas apenas co-licenciar o uso das imagens e nomes do Branding, finalmente resolveu lançar o seu próprio jogo para smartphone, um jogo novo, uma ideia nova, mas com os velhos Charmander, Squirtle e Bulbasaur.

O lançamento foi bem mais discreto que Pokémon Go e inicialmente não despertou aquela vontade arrojada, mas bom, Pokémon é Pokemon, o jogo é gratuito, então acabou por surgir o “bora lá instalar”.

Pokémon Duel é o nome do mais recente jogo da Pokémon Company disponível na AppStore e na Google Play. Lá instalei e abri o jogo, e após um grande loading inicial com instalação dos últimos packs e estava prontos a jogar. “Tap Screen” é a nossa deixa, começa o tutorial e mais uma aventura Pokémon. Os desenhos, animações e falas trazem a nostalgia habitual de um jogo Pokémon. Mas que tipo de jogo é este?

Começa o tutorial e estamos algures no que parece um cais de embarque. Começa um alerta num monitor e uma transmissão sobre algo chamado Pokémon Figure Game (PFG) World Championships, surgindo o nosso típico rival – bem mais simpático do que Gary ou Blue/Red Oak – mais umas linhas de texto e entregam-nos um Duel Set. Revemos os nossos velhos amigos Bulbasaur, Charmander, Squirtle e Ratata. Recebemos também uma mascara típica de um baile de mascaras de Veneza e acabamos por ser atirados para o nosso primeiro jogo, um tabuleiro idêntico a um boardgame dos mais conhecidos (xadrez ou damas), mas com uns pequenos tweeks. Neste encontramos duas entradas e posições específicas para onde as figuras dos Pokémon podem ser colocadas, um sistema linear onde as nossas entram nos dois cantos mais próximos e as do adversário nos cantos mais afastados. Perdemos o jogo se o adversário colocar uma figura no ponto mais próximo de nós, no meio desses dois cantos, e ganhamos se uma figura nossa chegar ao ponto mais afastado de nós, no meio das duas entradas dele.

Mas espera ai Boardgame? Com tanto estilo de jogo, porquê um jogo de tabuleiro? Ouvi dizer que isso está a voltar à moda. Pois está, e a Pokémon Company não está nada indiferente a essa tendência retornada, resolvendo lançar este jogo, que apesar de um jogo virtual para um smartphone nos leva a colecionar Figuras (estátuas miniatura como o sapato ou o carro do Monopoly).

Tenho uma dúvida… Ok, boardgames, Xadrez e Pokémon até ai percebi… mas das coisas mais interessantes que o conceito de Pokémon trouxe foram os combates… e aqui onde estão? As habilidades? Onde faço o meu golpe favorito False Swipe? Vamos deixar essa parte para depois e agora vamos debruçar-nos sobre colecionar figuras. O jogo dá-nos uma caixa exemplo para recebermos a nossa primeira figura diferente de todos os iniciantes. A mim saiu-me o Vaporeon e a vocês?

Temos uma shop, onde vemos a semelhança clara com o que são hoje em dia os jogos mobile free to play, com microtransações que nos dão alguma coisa, mas nada bom o suficiente para tornar o jogo apenas jogável por filhos de donos de petroleiras. Todo o sistema de aquisição de figuras e menus fora do nosso tabuleiro é quase mímico do Clash Royale. Ao ganhar jogos recebemos caixas, as quais demoram X tempo a abrir e que nos dão depois Y Pokémon com base no tipo de caixa.

Vamos ao nosso segundo jogo fazendo Queue para encontrar um adversário. O sistema de ladder e queue é também idêntico ao Clash Royale, mas o facto de ser Pokémon e também o jogo de tabuleiro que é, torna-o ainda mais viciante, pelo menos para esta galinha viciada em Boardgames. Então mas espera lá, entrei no segundo jogo e a minha figura está encostada à outra. O meu Squirtle vai combater contra o Charmander. Fácil! Já ganhei! Surgem as rodas que definem a sorte do combate, espera, sorte, porque falei eu de sorte? Passo então a explicar. Apesar da TPC ter mantido grande parte da base do que é um jogo normal de Pokémon, introduziu um novo sistema de batalhas neste conceito que é habitual um rolar de dados. Aqui fazemos rodar uma roda e onde cair a seta é o nosso ataque, roda essa com vários ataques que variam de Pokémon para Pokémon. Mesmo assim o Squirtle é água e o Charmander fogo, tenho vantagem?

Pois é, grande questão… Mas como seria óbvio a Pokémon Company não ia perder nada disso, então arranjou forma de colocar isso tudo dentro do jogo desde uma série de ataques diferentes, tanto os agressivos, como defensivos ou até mesmo modifiers, não tendo deixado sequer de fora os famosos tipos de Pokémon (erva, fogo, água, etc).

Após algum spam na ladder, combates perdidos e ganhos, descobrimos que podemos abrir algumas caixas para ter novas figuras e com isso vamos melhorando o nosso cardápio de figuras a utilizar. Mesmo assim o sentimento de “o que devo fazer”, “como fazer” e “quando” é algo muito forte no jogo. O tutorial deixa muito a desejar, apesar de ter um sistema de Quests onde nos vão dando figuras ou gemas conforme as fazemos e assim vamos conhecendo mais pormenores dentro do jogo. Infelizmente algumas coisas estão totalmente inexplicadas e apenas recorrendo à tentativa e erro ou à pesquisa no Tio Google é que conseguimos entender para que servem, exemplo disso são os cubos que nos são presenteados.

Mesmo assim faz hoje uma semana que esta galinha joga diariamente este PFG e sempre com bastante entusiasmo. Já encontrei de tudo, desde jogadores com táticas brilhantes que me deram uma surra e pensei duas vezes se devia carregar para procurar um novo oponente ou por outro lado, jogadores que das duas uma, ou não perceberam o conceito ou deixaram o jogo aberto e meteram o telemóvel no bolso.

Que tipo de jogadores serão vocês? Encontramo-nos no Spam para confirmar.