Drive!Drive!Drive! tem uma premissa simples: completar várias corridas em simultâneo contra sete oponentes que são a inteligência artificial menos dotada de sempre. A nossa classificação final (aquela que nos permite progredir na campanha do jogo) é determinada pela classificação em cada uma das corridas. Não é esperado um primeiro lugar em cada uma delas, mas definitivamente ajuda.

O ponto forte do jogo não é propriamente a condução mas a forma como a sua premissa itera sobre ela. Os controlos são desleixados e as físicas também, apesar de assim que aprendemos a dominar ambas as features do jogo, estas passam apenas a jogar a nosso favor. O jogo conta com diversos veículos diferentes com atributos diferentes, o que nos leva diversas vezes a deixar uma corrida a meio para alterar o veículo para um mais apropriado.

Drive! Drive! Drive! em time trial. Muito bonito.

A dificuldade aumenta gradualmente ao longo do modo carreira, mas não levanta problemas devido à premissa do jogo não ser suficientemente consistente para se tornar desafiante sem disparar a dificuldade. Menos cuidado no aumento da dificuldade levaria o jogo à injogabilidade, o que o prejudicaria gravemente. É também devido a este facto que não podemos contar com Drive! Drive! Drive! para nos entreter sem se fazer sentir aborrecido e cansativo, no entanto, se insistirem e se esforçarem para entender o jogo, poderão encontrar combustível para horas de diversão e recompensa.

Drive! Drive! Drive! tem, visualmente, o apelo da grande maioria dos jogos que conheço. Estéril, limpo e flashy sem qualquer tipo de exageros, um pouco à semelhança do que conseguimos encontrar em jogos que são meus preferidos (como WipEoutThumper, Furi ou Fast Racing NEO), o que me faz ter alguma pena de que o gameplay não me tenha agarrado instantaneamente. A banda sonora roça tanto no synth pop como o EDM, mas deixa claras as influencias de géneros mais progressivos – poderão ter uma referência mais clara se procurarem pela banda Zombi, uma vez que esta banda sonora é de sua autoria. Não creio que seja um género que afaste público, confesso até que é uma escolha bastante apropriada, no entanto, esperávamos uma integração mais dinâmica da banda sonora no jogo, em vez de funcionar simplesmente como backing track.

A UI, além de extremamente apelativa, cem por cento funcional.

O jogo conta com um modo campanha, training mode e a possibilidade de criarmos as nossas pistas em um dos dez possíveis cenários correspondentes ao modo campanha. A criação é feita em grelha através de escolha de troços predefinidos, seguido da duplicação da faixa e seus posicionamentos e um gerador automático de cenário. Apesar de funcionar, gostaríamos de ver um modo de criação mais dinâmico, uma vez que o universo não se cinge às leis usuais do nosso (exceptuando talvez a gravidade e o atrito, necessárias para qualquer jogo de corridas, como é lógico), mas talvez não haja demanda do público para tanto. Após a criação é possível partilhar as nossas pistas online e também jogar as pistas publicadas por outros. Drive! Drive! Drive! conta também com modo multiplayer online até quatro jogadores, ainda que aparente estar completamente vazio. Não existe forma de convidar amigos para as nossas partidas, no entanto suponho que não seja particularmente difícil com matchmaking actual.

Pursuit mode e todo o seu caos.

O modo campanha conta com vários tipos de modos possíveis, como pursuit modetime trial modearcade modecolection mode. Em pursuit mode o objectivo é minimizar a soma das classificações em cada uma das corridas, time trial minimizar a soma do tempo em cada uma das corridas, arcade em atingir uma pontuação estabelecida através da nossa classificação, driftjumps e por fim, em colection mode (e aproveitando a oportunidade para dizer, o meu modo preferido) coleccionar um número pre-estabelecido de icosaedros distribuídos por secções específicas das pistas. Existe também forma de alongar esta campanha além dos dez mundos (cada mundo contém 5 eventos, somando um total de 50 eventos) disponíveis com mais dois níveis de dificuldade (skilled elite – nestes a velocidade é aumentada, não ao nível de Phantom em WipEout, mas a uma velocidade onde as curvas e os saltos são bem mais desafiantes de manter controlados) e uma outra outra campanha apelidada de offensive onde a AI tem um comportamento mais agressivo.

Drive! Drive! Drive!, explained.

Dado isto (e depois de bater com a cabeça mais umas quantas horas em Drive! Drive! Drive!) avaliamos a nossa experiência como positiva, levantando a questão de se as funções multi-jogador terão profundidade suficiente para trazer um pouco mais de variedade à experiência. Pela quantia de 19,99€ no Steam e na PlayStation Store aconselhamos este jogo simplesmente àqueles que, depois da descrição aqui feita, ainda vêem motivos para o jogar. Não irá desiludir aqueles que sabem o que estão à procura e certamente têm conteúdo suficiente para enterrar horas da vossa vida a mudar de pista.