Ataque dos Clones #43

Em seguimento da última quinta-feira, que poderia facilmente ser apelidada de “Quinta-Feira de São Goku”, em que o João dedicou o seu Rapaz-Ventoinha à franquia de Toriyama, e eu aproveitei para encavalitar o artigo de opinião sobre o novíssimo Dragon Ball Fusions. Aproveitar que esta semana o Ataque dos Clones é minha responsabilidade para ir desenterrar um cartucho de plástico da feira onde Goku e os amigos brilharam com todo o esplendor da pirataria.

Senhoras e senhores, esta semana trazemos Dragon Ball Z – Super Butoden 2 para a NES.

Criado pelos nossos amigos e verdadeiras celebridades dos bootlegs dos anos 1990, os senhores da Hummer Team, que aproveitaram o sucesso de Dragon Ball para fazer mais um dos muitos hacks baseados no motor de Street Fighter II para a NES, do qual o meu velhinho Street Fighter IV de 1993 foi apenas mais um exemplo.

Dragon Ball Z – Super Butoden 2 foi lançado em 1993 para a SNES, sendo um dos primeiros grandes fighting games (dos quase milhares que seguir-lhe-iam). Esta versão dos 300$ quis adaptar cenários e músicas do jogo original de SNES, colocá-la dentro do misturador com o motor de SFII e fazer um belo sumo de Dragon Ball Z manhoso. Ou talvez não tão manhoso assim.

O triste desta realidade? É que para bootleg o jogo não é nada mau, e admito que na altura do pico da nossa febre colectiva com Goku, este Dragon Ball Z – Super Butoden 2 era realmente fascinante como fighting game com as limitadas possibilidades que existiam à época.

As músicas foram todas refeitas de base, o que demonstra um tremendo esforço da Hummer Team para fazer um cartucho pirata, esforço este tão distinto do habitual trabalho preguiçoso presente em grande parte dos bootlegs do qual aqui falamos, e o jogo incluía um personagem novo em relação ao original da SNES. There’s honor among thieves, diria, com a malta da Hummer Team a esforçarem-se realmente para produzir um bom jogo pirata.

Curiosamente algumas das músicas e assets viriam a ser reutilizados em Tekken 2, do qual o Matthieu falou a semana passada, e que também foi produzido pela Hummer Team.

Eu que comprei uma série de jogos oficiais e não-oficiais de Dragon Ball e DBZ para a minha Famiclone, sempre senti, dentro da minha ingenuidade de não saber aos 10 anos de idade o que era um bootleg, que este Dragon Ball Z – Super Butoden 2 era bastante decente. E agora que o rejoguei tenho de concordar que não eram apenas os meus óculos de correcção da miopia e adição de nostalgia a falarem mais alto, este é um bom fighting game.