Subsiege agarrou-me pela direcção artística, pelo apelo ao meu saudoso coração de fã de RTS, pelo bem engendrado trailer a contextualizar a forçada migração humana para um mundo subaquático recheado de perigos, pelo conceito da luta de recursos exponenciada pelo facto de ter o Oxigénio, o precioso Oxigénio a constar dessa lista…

A coisa é bonita, francamente bonita. O fundo do mar fornece um pano de fundo soberbamente explorado para – literalmente – imersão. Naves subaquáticas a batalharem entre si com a urgência de quem luta por ar. Parece bem. Parece a moldura perfeita para um jogo que traz um cartão de visita ao mais alto nível.

O ambiente, a iluminação e a ondulação são fantásticos, mas à 5ª tentativa perdem a piada.

Mas fica por aí.

É certo que isto não passa de um Early-Access. O jogo ainda não saiu. E eu nem sou um dos ferozes críticos contra a modalidade de Early-Access… O seu lançamento está agendado para Março. Mas foi-nos pedida uma antevisão. E é aí que eu mergulhei num derradeiro Groundhog Day.

Heh.. era o destino… Ricardo Mota… dia da MarMOTA…

Tudo começou com naturalidade. Algo lento a entrar, sou presenteado com um Menu que me encaminha para um Tutorial a que, obedientemente, acedi. E mergulhei – é o segundo trocadilho intencional aqui, creio que começo a merecer algum crédito – no fantástico ambiente que Subsiege consegue construir e mostrar. Um mundo agreste, recheado de borbulhantes perigos, mal enquadrado por frases de ajuda lidas por algo que parece saído de um Google Translator ébrio, com o bot Arnald a ler as coisas em inglês.

Shakespeare soltou uma ruidosa flatulência, com este “Enemy’s”

Como um bom tutorial, vamos sendo conduzidos pelas mecânicas de jogo, com um ligeiro apoio textual à mecânica voz que procura situar-nos num mundo pós apocalíptico, metendo água por todos os lados – eu sei, eu sei. Volta e meia, uma incorrecção, uma omissão… um ou outro placeholder aqui e ali, a denotar a falta de polimento expectável do jogo estimulando a incrédula gargalhada.

Sim Abílio, mete só “Insert Names”. Entretanto arranjamos um nome para os bichos. À falta de melhor, chamamos-lhes “Cláudias”, por causa daquela do Piso 2… a mal encarada!

E, meus amigos, é este o meu inferno.

O Groundhog Day de Subsiege leva-me a experimentá-lo, com alguma frequência, apenas para me deparar com mais do mesmo… O Quick Game que me leva para uma sala onde aguardo sozinho durante largos minutos até desistir pelo meio de suspiros, manicura caseira e perguntas filosóficas sobre o que raios estou a fazer com a minha vida… Não há NINGUÉM para jogar! Zero. Nicles. Niente. E como o Quick Game só dá para ser feito em multiplayer, é-me sugerido jogar o Tutorial. Uma e outra vez. E outra. E mais outra. Anda cá ouvir o Arnold a ler isto com a entoação de Hannibal!

Subsiege – ou como um jogo pode fazer-nos sentir sozinhos numa sala cheia de gente

E como está o Tutorial hoje? Como estava ontem. E anteontem. E na semana passada.

Mas vá, tenham em conta que isto é uma antevisão… o jogo tem um potencial que de momento não conseguimos explorar, de todo. Mas teremos que esperar mais umas semanas para tirar a prova dos nove… se encontrarmos alguém para jogar.

 

[ Todas as imagens aqui presentes, bem como todos os testes realizados com Subsiege  foram realizados na máquina fornecida pela Alientech, a ALIENTECH MASTER EDITION, cujos specs podem verificar aqui.]