Há dois aspectos técnicos que todos nós adoramos no que toca a RPGs: equipamento novo e subir de nível. Não só nos permitem explorar melhor as nossas personagens como são um aspecto fulcral para que com o tempo nos sintamos verdadeiros deuses.

No último artigo já falámos sobre itens mágicos e como lidar com eles sob a perspectiva de uma melhor dinâmica de jogo. Neste sentido, desta vez iremos centrar-nos essencialmente na questão do nível que se avizinha.

Para começar, como é que se sobe de nível? Simples. Por norma, basta ganharmos experiência suficiente. E como é que fazemos isso? Ora aqui é que as coisas se tornam interessantes. Normalmente, a principal fonte de experiência é o combate e há muitos jogos que se focam neste único aspecto, provocando um grind constante e sistemático. Dungeons & Dragons não é excepção. Uma vitória em combate proporciona um variável montante de experiência, aumentando consoante o grau de dificuldade associado ao inimigo em questão. Mas não precisa de ser esta a nossa única forma de subir de nível.

Exploração e interacção podem ser excelentes complementos e até mesmo alternativas. Imaginem que estão a explorar uma densa floresta e se deparam com estranhas marcas no chão. Seguindo estas marcas acabam por dar de caras com umas ruínas que não constam em qualquer mapa. É claro que aqui tudo depende do Dungeon Master, mas, se a descoberta resultou das capacidades de investigação dos jogadores, não vejo qual é o problema em dar-lhes alguns pontos de experiência pelo achado. O mesmo se pode dizer de procurar alternativas de lidar com um objectivo. O grupo está incumbido de se infiltrar num acampamento de orcs, mas a porta da frente parece todo menos convidativa. Estudando o local podem cruzar-se com alguma forma de passagem subterrânea muito bem escondida e que lhes permite entrarem no acampamento despercebidos.

Passando para a interacção, podemos dizer desde já de que nem todos os conflitos têm que ser resolvidos à lei da espada. Muitos podem muito bem sê-lo e até mesmo interrompidos pela força da palavra. Imaginemos que estão a tentar extrair subtilmente informação de um general. Ele é desconfiado por natureza e mostra-se defensivo e pronto a tratar de vocês se assim tiver que ser. Se construírem um bom e convincente argumento (e rolarem mesmo muito bem), parece-me justo que recebam a informação que procuram juntamente com uns simpáticos pontos de experiência. É claro que uma abordagem mais agressiva pode cumprir o mesmo propósito, e às vezes não há mesmo nada melhor que uma boa intimidação.

Já todos nos cruzámos com momentos tensos desta natureza, tanto dentro como fora de combate, e são uma excelente forma não só de dar jeito àqueles pontos de Carisma como também à nossa imaginação e pensamento rápido.

Combate é fixe, não há dúvida alguma, mas jogar com estilo é uma excelente forma de manter as coisas interessantes, de ganhar experiência e, ultimamente, de subir de nível.

“Como queres fazer isto” não precisa de se resumir somente aos momentos finais dos nossos inimigos.