Estratégia por turnos com aroma de Apocalipse

Mundos pós-apocalípticos é como o outro dizia “resmas, de mundos pós-apocalípticos, resmas deles”. É possível que isto seja um sinal dos tempos, no qual quanto mais nos aproximamos do abismo mais facilmente vamos vislumbrando o que está (ou não está) depois desse momento, e a distopia parece o único caminho possível.

Post-Human W.A.R. é um jogo absurdo passado no final do terceiro milénio, no qual toda a Humanidade extinguiu-se mas 3 facções opostas emergiram para dividir entre si o espólio da Terra, e no caso de uma delas aproveitar para urinar num canto para marcar território.

Entre robots-utensílios domésticos, animais mutantes e símios evoluídos, cada lado deseja ganhar a guerra num curioso jogo de estratégia por turnos que conta com ideias e um visual no mínimo loucos, mas que se demarcam num género que passou de estar quase morto para estar quase saturado.

Esta divisão de duas facções distintas é bem compreensível na peculiaridade que é este jogo. Por um lado todos os estranhos e bizarros animais que querem destruir todos os resquícios de memória humana no planeta e reconstruir um mundo unicamente natural, e por outro os símios que parecem querer assumir o papel da Humanidade, vestindo-se como nós e querendo apropriar-se desse status quo dos homens então extintos.

A grande particularidade mecânica deste Post-Human W.A.R. é um “jogo” de gato-e-rato que fazemos com o nosso adversário. Ao contrário de todos os jogos como Warcraft III que seguem a ideia de ter um herói bem visível e reconhecível, Post-Human W.A.R. deixa-nos (e aos nossos adversários) atribuir o manto invisível de “herói” a qualquer uma das nossas unidades. Se o nosso herói ou o do adversário morrerem, todas as unidades receberão x pontos de dano fixos em cada turno, o que é um valente handicap se tivermos em conta a percentagem da vida total a que esse valor corresponde.

Aguardamos com alguma ânsia para conhecer um eventual modo de campanha desenvolvido pela equipa do estúdio Studio Chahut, que com certeza manterá a mesma dose de loucura e absurdo que fazem parte da construção visual e conceptual deste mundo.