Quando falamos em tabletop RPGs, falamos de jogos de vários jogadores onde todos eles trabalham em equipa para atingir um certo e determinado fim. Contudo, pode muito bem acontecer que haja apenas um jogador à mesa (sem contar com DM/GM) e o trabalho de equipa em questão resulte da interacção desse jogador com uma série de NPCs.

Não há muitas diferenças no que toca a administrar uma sessão com um jogador em vez de um grupo. De um ponto de vista técnico (encontros e afins), e para aqueles que baseiam o número de oponentes no número de jogadores, está claro que vão fazer uma diminuição mais ou menos drástica. No entanto, se o jogador em questão cair na lista negra de uma qualquer facção, ele não deve estranhar se a mesma aparecer em peso para um ajusto de contas com ele. A principal diferença resume-se à maior presença do DM/GM no sentido que, no que toca a interacções, ele interpretará tudo aquilo com que o jogador se irá cruzar, seja o mais simples dos NPCs ou potenciais membros de equipa.

Para além disto, há mais alguma coisa que muda? É mais difícil para a história se desenrolar? Há horas mortas entre transições? O mundo não acaba por parecer menos vivo nestes termos? Não necessariamente. Uma vez mais, tudo irá depender do DM/GM, e desde que ele ou ela estiverem preparados, não haverá qualquer tipo de problema. Pessoalmente, a campanha que administro há mais tempo conta com apenas um único jogador e cada sessão é melhor que a outra. Está claro que tenho mais trabalho, como já referi acima, mas ao fim do dia sei que valeu a pena. Não vou negar que as coisas abrandem de vez em quando, nomeadamente quando se está a ir de um lado para o outro através de um caminho que já se percorreu uma série de vezes, mas diria que, e usando este mesmo exemplo, é preferível ter estas “horas mortas” do que um grupo de salteadores a aparecer sempre que por ali se passa. A própria história tem-se desenrolado bastante bem e a forma como o jogador e o mundo interagem é algo bastante agradável de observar.

Mas prefiro administrar sessões para vários jogadores ou só para um? É claro que quantos mais melhor, até porque ver os jogadores e as suas respectivas personagens a interagir uns com os outros é algo bastante interessante de apreciar, mas também há algo bastante único numa sessão com um único jogador. Diria mesmo que coisas diferentes se podem tirar de ambas as situações.

Moral da história, só porque não está um grupo de heróis (ou de vilões) à mesa, não que dizer que ele não esteja na força de vontade da personagem e do jogador que aparece assiduamente.