Há que admiti-lo: nem todos os jogos se adequam a todas as situações. Nem todos os jogos são bons depois de uns copos. Nem todos os jogos são bons em multiplayer. Nem todos os jogos se adequam aos nossos gostos para determinado momento do nosso dia ou das nossas vidas. Stardrift Nomads é, para mim, um desses casos.

A base do jogo é interessante, oferecendo-nos um top-down shooter em que controlamos uma nave espacial que procura defender a sua base de naves inimigas e de asteróides que parecem apontados de propósito. Podemos construir diversas estruturas de defesa que orbitam a nossa base ali naquele 2D representativo da imensidão do espaço. As defesas auxiliam-nos, mas cabe a nós puxar a carroça no que a defesa concerne. Há que pilotar por entre as naves inimigas, esquivando as balas e apontando para semear a destruição entre as hostes contrárias.

Pelo caminho, recolher também os restos de metal para que os possamos entregar na nossa base e assim financiar novas defesas e equipamento para assim maximizar o nosso poder destrutivo ante as sucessivas vagas de atacantes.

A nossa nave é personalizável e dispõe de um conjunto de habilidades que podemos activar para nos ajudar os confrontos e, para ter sucesso, há que gerir bem, muito bem, os fundos disponíveis. Tudo custa dinheiro, e uma torre extra pode significar que não tenhamos dinheiro suficiente para reparar a nossa base ou melhorar uma torre já existente. Temperos para uma jogabilidade relativamente simples e linear.

Meteoros. Piratas. Ambos com um único objectivo em mente: destruir a nossa base. Porque, aparentemente, aquele hectare ali no meio do espaço faz falta para qualquer coisa. E sinto-me sozinho. Até porque, na imensidão do espaço, os inimigos preferem atacar a minha base do que a mim, que me esforço por os destruir. Entretém. Mas não seria jogo para me agarrar por muito tempo, pese embora haver margem para progredir.

O jogo brilha sobretudo com a vertente multijogador, permitindo partilhar as partidas com amigos, por entre gargalhadas e uns copos, e ganhando assim uma vida que, confesso, não o vi ganhar no modo solitário. Não é um mau jogo, e denota até uns interessantes pormenores aqui e ali, mas a experiência para jogador individual não conseguiu agarrar-me e fazer ficar com vontade de a explorar.