Por norma, o objectivo de um grupo que quer jogar um tabletop RPG é passar um bom bocado, divertir-se, gozar uns com os outros e dar uma série de gargalhadas mais ou menos propositadas. Contudo, não deixa de ser possível que o ambiente esteja tudo menos repleto de animação.

Creio que é praticamente seguro dizer que todos nós já tivemos à mesa jogadores que se calhar não estavam tão interessados quanto inicialmente levavam a crer. Se calhar as expectativas que tinham delineadas não foram cumpridas, ou simplesmente este tipo de actividade não é a sua praia. O grande “problema” aqui é que a melhor maneira de se perceber como estes jogos funcionam é jogando-os. Independentemente do quão bem se explique, nunca se consegue igualar os efeitos de uma verdadeira sessão.

Já aqui se falou de etiqueta à mesa e neste caso é algo que merece ser relembrado. Só porque não se está a gostar da experiência não quer dizer que se esteja autorizado a manter conversas paralelas e até mesmo sair da mesa com uma certa frequência para fazer o que quer que seja que se vá fazer. Há todo um grupo de pessoas interessadas no que se está a decorrer, e algumas delas podem muito bem ter usado uma série de horas do seu tempo livre para que o grupo se pudesse divertir. Só por isso, algum reconhecimento é merecido. Claro está que, se são novos ao conceito, o melhor mesmo é, no fim da sessão, ter uma conversa a sós onde se explica o porquê daquele comportamento não ter sido visto com bons olhos.

Há quem recorra a medidas mais extremas, como por exemplo, acabar o jogo assim que alguém pegar no telemóvel para fazer algo mais que consultar os seus apontamentos. Contudo, eu diria que algo deste género é demasiado extremo, deixando clara uma certa hostilidade à mesa, algo que se deve evitar sempre.

Pessoalmente, já tive este tipo de situações nas minhas sessões, desde jogadores a trocar mensagens ao telemóvel, a olhar por cima do DM Screen e a retirar material do mesmo. Não é propriamente bonito de se ver, mas não é nada que uma conversa não resolva.

Dependendo de uma série de factores, pode ser um tanto ou quanto difícil arranjar pessoal com quem jogar. Assim sendo, convidar pessoal a sair pode ser algo demasiado extremo, mas, se a pessoa em questão não estiver a funcionar bem com o grupo ou mostra claramente que não quer mudar a sua postura, tal terá que ser feito.

É verdade que não é um hobby que agrade a todos, mas é algo cujas nuances devem ser entendidas por nós que jogamos e por aqueles que acabam por experimentar, culminando daí um respeito mútuo.

Diversão, boa disposição e fair-play acima de tudo.