O termo realismo é por norma abrangente. Podemos incluir nele literalmente tudo aquilo que define o nosso dia-a-dia e posteriormente fazer com ele o que quisermos. Como já vimos em temas anteriores, tabeltop RPGs não são estranhos em terem na sua génese variações de realismo.

Ciclos de dia e de noite acabam por ser obrigatórios, uma vez que é esta transição que estipula o término do dia e, consequentemente, o descanso das nossas personagens e o restauro das suas habilidades. Comer também tem o seu quê de importante, podendo ser tido como uma forma de cura entre explorações e combates (é claro que o DM/GM pode ser mais extremo, obrigando a que se tenha os mantimentos debaixo de olho). A exaustão é uma mecânica que já é implementada nalguns sistemas, como é o caso de Dungeons & Dragons, e que, como o próprio nome indica, prende-se ao cansaço físico (e também cognitivo) associado a actividades específicas (montar uma balista, trepar uma montanha íngreme sem equipamento, ler um longo tomo durante uma noite, etc.) Mas há um outro elemento cuja implementação me surgiu recentemente como interessante.

Face às adversidades do meio ambiente, ou simplesmente à má sorte, é apenas normal que doenças sejam contraídas. Uma gripe após uma noite dormida ao relento, uma estranha e irritante comichão ganhou forma após vários minutos a arrastar-se por entre vários tipos de vegetação, uma pesada tosse tomou controlo assim que uma série de esporos foram respirados. Tudo elementos que representam um novo desafio para os nossos jogadores e que vão para além do que o mero poison consegue fazer: agora teriam que procurar contornar acampamentos inimigos ao mesmo tempo que tentam silenciar a tosse de um dos seus companheiros… ou arriscar lutar com eles neste estado.

É algo simples e que pode muito bem ser combatido com recurso a feitiços de cura e a kits médicos, mas não deixa de ser algo eficaz em mostrar aos jogadores que no início é preciso ter alguma precaução extra.