Quando criamos uma personagem, é normal que tenhamos expectativas quanto ao seu futuro e ao que ela será capaz de conseguir fazer. Contudo, não é invulgar que as coisas não corram propriamente bem nesse sentido, seja porque a classe que escolhemos não é aquilo que queríamos, ou porque a história que delineámos não corresponde exactamente ao esperado. É aqui que o multiclass entra.

Usando Dungeons & Dragons como exemplo, depois de subir de nível podemos optar por dar mais um ponto à nossa actual classe ou optar por investir noutra, permitindo que se crie uma série de combinações… inclusive ter todas as classes numa única personagem (recomenda-se seguir este plano com cuidado)!

Agora, e como o título indica, o multiclass pode derivar de pelo menos duas vertentes: experimentar novas mecânicas e dinâmicas, experienciando uma nova vivência de jogo, ou porque a história segue um determinado caminho e uma nova classe vem somente consolidar idealmente esse mesmo aspecto.

Para aqueles que acompanham Critical Role e Talks Machina, já conhecem casos concretos na vida do grupo de aventureiros chamado Vox Machina onde o multiclass foi ponderado, somente porque as suas experiências pessoais o justificavam (de forma a evitar spoilers, não os vou referir).

Pessoalmente, há algumas combinações que me chamam a atenção, Fighter e Wizard – acesso a um vasto leque de feitiços enquanto ao mesmo tempo se consegue usar todo e qualquer tipo de armas e de armadura; Rogue e qualquer tipo de caster: stealth natural acompanhada com feitiços de disfarce e de persuasão (existe o arquétipo Arcane Trickster, sim, mas neste caso refiro-me a uma combinação onde se escolheu outro arquétipo que não esse); Druid e Barbarian – um verdadeiro tank que consegue reduzir o dano que recebe para metade ao mesmo tempo que consegue assumir a forma de toda uma série de criaturas, cada uma com as suas próprias habilidades.

O multiclass existe e deve ser usado. Pode haver algumas restrições quanto ao que se pode fazer (segundo D&D, o nível de classe vai a nível 20, mas há expansões de níveis épicos que permitem ir até ao nível 30), mas nada que uma conversa com o DM/GM não resolva. Ao fim e ao acabo, é mais uma ferramenta que permite dar asas à imaginação e abrir portas a horas de diversão.