RPGs de mesa são um hobby que mexe com muita coisa, começando pelo facto de se procurar ter reuniões semanais, quinzenais ou mensais com um grupo de jogadores, o que nem sempre é fácil, até às horas de preparação por vezes necessárias para que essa mesma sessão tenha lugar. Estes acabam por ser os principais aspectos que levam alguns a defender que RPGs de mesa não são para todos, e apesar de ter um rasgo de verdade, gosto de pensar que há um sistema de jogo para cada um. Neste sentido, seguem-se alguns títulos que já experimentei e que me parecem ideais para introduzir novos jogadores a este mundo.

1 – Dungeons & Dragons 5e

 A quinta edição de D&D veio a simplificar muitas das mecânicas de jogo, permitindo que tudo se resolva fluidamente com alguns lances de dados. Pode haver algum choque de regras um pouco mais complexas, nomeadamente no que toca a feitiços e a efeitos, mas uma leitura rápida ou uma ponderação ainda mais rápida do Dungeon Master fazem com tudo retome o seu rumo natural.

Ainda assim, aquilo que me leva realmente a introduzir D&D nesta lista é a sua premissa de fantasia que relembra O Senhor dos Anéis. A possibilidade de explorar um mundo onde anões, elfos, magia e dragões e existem é algo bastante apelativo.

Em contrapartida temos os manuais. É verdade que não é necessário devorá-los e os jogadores só têm que ter o Player’s Handbook em consideração, mas por mais que se use este argumento, é bastante comum ver ares de hesitação nos jogadores perante o número de páginas que surgem diante deles.

2 – Dread

Dread é ideal para contar histórias de terror e suspense e faz um excelente trabalho em dar vida a estes elementos sob um ponto de vista mecânico ao em vez dos comuns dados, usar um jogo de Jenga (ou algo que cumpra o mesmo propósito). A premissa é simples: sempre que um jogador fizer algo considerado relevante, ele deverá remover um bloco e colocá-lo no topo da torre. Se ela tombar no processo, a sua personagem é removida no jogo, por norma, morrendo. É qualquer coisa de especial ver a reacção dos jogadores ao interagirem com a torre quando está mais debilitada.

O próprio manual é pequeno e permite uma leitura rápida, apenas consolidando o seu objectivo, practicalidade e simplicidade em prol do ambiente e experiência de jogo.

3 – The Pool

The Pool é como Dread no sentido em que não tem muitas regras e é simples de jogar. Bastam uma série de dados, uma personagem resumida em cinquenta palavras e um setting qualquer à escolha do freguês (fantasia, cyberpunk, sci-fi, etc.). De resto é só deixar as coisas correr e ver a personagem a crescer há medida que mais se vai acrescentando à sua história.

4 – Honey Heist

A única coisa que me leva a escolher Honey Heist em vez de Mouse Guard é, uma vez mais, a simplicidade das suas mecânicas, que por sua vez se resumem literalmente a uma única página.

Os jogadores assumem o papel de ursos que, como o próprio nome indica, procuram apoderar-se de grandes reservas de mel. Para isto têm que procurar arranjar um equilíbrio entre a sua natureza animalesca e a perversão da sua mente criminosa.

5 –Tales from the Loop

Outro jogo, também ele simples na sua génese e que promete muito. Em Tales from the Loop assumimos o papel de miúdos que vivem numa versão tecnologicamente mais avançada dos anos 80. Não há muito que se diga quanto às regras, bastando somente rolar dados de 6 faces consoante os pontos de habilidade em questão e somar os sucessos que são o número de 6 rolados.

A premissa é excelente e inovadora, uma vez que tudo muda quando se volta a ser uma criança num mundo de adultos.

Estes são alguns sistemas com os quais me cruzei e que me parecem ter, cada um à sua maneira, algo capaz de cativar os vários interesses que cada um pode querer satisfazer. Uns mais simples, outros mais complexos. Uns com premissas mais realistas, e outros nem tanto. Há um pouco de tudo e para todos, sendo apenas preciso estar atento e ter vontade de jogar.