Warhammer é um dos nomes com mais história na história dos jogos, passo a redundância. Tanto nos jogos de tabuleiro como nos videojogos é altamente provável que já tenham cruzado com um dos seus vários títulos. Para os fãs é um universo gigantesco de exploração, táctica, enredos, personagens, enquanto para um iniciado é tão intimidante como o Castelo Anthrax para Sir Galahad.

Infelizmente Vermintide II, a sequela do jogo da Fatshark testado pela Galinha na Gamescom em 2015, não está cheio de jovens loiras e morenas mas sim de Skaven e Chaos que é como quem diz ratazanas humanóides e os bárbaros do norte em números gigantescos.

Para quem nunca jogou o primeiro ou qualquer outro jogo de Warhammer, não faz mal nenhum porque o jogo dá-nos o necessário para estar dentro do seu mundo, como para todo o universo de Warhammer. É algo que é difícil mas fá-lo bem, porque simplifica muito do que é encontrado lá. Aqui não há lugar para movimentações milimétricas de tropas e cálculos elaborados de capacidades e habilidades. O que há é um mundo assolado por um mal e cinco heróis prontos para fazer o seu melhor para o impedir.

Cada um deles tem as suas capacidades especiais, Markus é um mercenário equilibrado em resistência, força e mobilidade, Bardin é um bárbaro forte, resistente e lento, Kerilian uma elfo ágil mas sem força, Victor é um Witch hunter proficiente em armas e Sienna uma feiticeira pirómana, além do seu modo base podem especializá-los enquanto vão fazendo level up moldando-os ao vosso modo de jogo, ganhando novas habilidades explorando a árvore de progressão.

Este jogo é melhor jogado a 4. Pode ser jogado a solo, usando bots para os restantes membros da party, mas acreditem que ter 3 pessoas a jogar connosco faz toda a diferença, para bem e para o mal. Enquanto temos uns bots de inteligência artificial limitada que cria uma dificuldade séria em ambientes por si só já complicados, jogar com 3 randoms de cordialidade limitada pode ser ainda mais complicado, especialmente para a moral e para os ouvidos. Digamos que a quantidade de nomes que me foram chamados e a membros da minha família estavam no patamar de árbitro de futebol que não marca penaltis a favor do Benfica e se dá ao descaramento de marcar foras de jogo aos membros da equipa da segunda circular do lado do C.C. Colombo. Ideal é ter 3 amigos com quem partilhar estes momentos, ou até um só para mitigar a parvoíce dos bots.

Com uma jogabilidade muito inspirada em Left 4 Dead no estilo, a Fatshark conseguiu tornar o jogo seu, dando primazia ao combate corpo-a-corpo seja ele em campos abertos ou espaços fechados que muitas vezes se tornam caóticos pela quantidade avassaladora de inimigos que nos invadem o ecrã de todos os lados. Mas com tempo e paciência, uma equipa compreensível e muitas mortes a meio é possível ser um bom jogador de Vermintide II, até lá é simplesmente divertido, violentamente divertido.

Antes de dar uma opinião final é preciso dizer que Vermintide II tem loot boxes, mas são loot boxes como deve ser. Quando acabamos as missões ganhamos loot boxes que têm objectos ao nosso nível, ou ligeiramente acima. Estes podem ser destruídos e reforjados se assim o quisermos, mas a parte boa é que para tentar ter objectos melhor não é preciso usar dinheiro real, mas sim arriscar. É garantido receber pelo menos uma box no final das missões, mas pelo nível há tomos e grimórios que se levados até ao final aumentam o nível das loot boxes. Qual é o problema, perguntam vocês? É que levá-los ocupa um dos três espaços livres de inventário para poções e outros objectos como explosivos, é uma bom equilíbrio de risco e recompensa.

Para quem gosta de jogos altamente violentos, cheios de acção em perspectiva de primeira pessoa e tem amigos com quem jogar, Vermintide II são €27.99 muito bem gastos (por pessoa), é também um bom jogo para fãs de Warhammer que queiram sair do ambiente táctico e especialmente para quem quiser molhar os pés nestas águas para ver se gosta.

Águas cheias de entranhas de ratazanas…