Muito tem sido partilhado aqui no Hens of Pen and Paper, nomeadamente no que toca a truques e dicas para serem implementados nas sessões de cada um. Um conjunto de ideias maleáveis e fáceis de adaptar a cada sistema, procurando culminar sempre numa melhor e mais memorável experiência de jogo. Hoje venho falar de algo dentro do mesmo conceito mas mais específico: como é que eu preparo e mestro uma sessão.

No que a Dungeons & Dragons diz respeito (até porque é o sistema com o qual tenho mais experiência), enquanto estive à procura de um grupo estável, tive tempo mais que suficiente para desenhar o mundo de Dosluvi. Todas as regiões estão baptizadas, tal como as aldeias, vilas e cidades que lá se encontram; os oceanos, o panteão, etc.. Posso não ter cada região esmiuçada ao pormenor (situação política, estabilidade económica-social, vida animal/potências perigos, etc.), mas o simples facto de estarem todas demarcadas e os próprios nomes reflectirem algo (nomes élficos à partida apontam para sítios habitados por elfos, ou de certa forma relacionados com os mesmos), já é suficiente para ter um apontamento para a posteridade. Quando tenho mais tempo procuro expandir o mundo a nível de detalhes, mas é um processo por vezes lento e que é melhor levar com calma.

Para além disto, gosto de dar liberdade aos jogadores para moldarem o mundo logo a partir da história de origem da sua personagem. Eu disponibilizo-lhes os mapas do mundo e permito que eles escolham a sua terra de origem e até mesmo criarem uma se não encontrarem nada que lhes agrade. Cabe-lhes a eles depois descrever de forma mais ou menos extensiva como é que era a vida deles ali e porquê.

Quanto à preparação, procuro seguir a margem de uma hora de preparação por cada hora de sessão (às vezes é preciso mais ou menos tempo, dependendo do que está pendente, mas isso já se sabe). Raramente escrevo guiões e mais raro ainda é escrever diálogos. Tiro notas mentais sobre as várias possibilidades, que aos poucos vou passando para o papel há medida que a sessão decorre e que tudo acontece. Quanto ao local onde os jogadores se encontram e a NPCs com os quais se podem cruzar, procuro definir a personalidade de ambos (que tipo de pessoas é que vivem/se encontram naquele sítio em particular?; como é que aquela pessoa funciona, quais são os seus interesses e ambições?). Com base nisto, e depois também de estipular o sotaque e a postura, trato então de dar liberdade total ao NPC para falar e interagir com todos.

Procuro também melhorar a experiência com recurso, por exemplo, a terreno modular quando confrontos têm lugar e a cartas ou pedaços de pergaminho, escritos à mão e atados ou lacrados, caso se venham a encontrar com eles. Contudo, é algo que acabo mais por usar em sessões presenciais.

A música é importante e tento tê-la sempre presente e de acordo com o ambiente/situação que está presentemente a decorrer.

Quando a sessão chega ao fim, trato de tirar notas mentais quando ao que pode acontecer futuramente e trato de escrever um resumo daquilo que transitou.

No que toca a outros sistemas, é só mesmo isso que muda. A minha metodologia de preparação acaba por ser a mesma, quer vá mestrar Dungeons & Dragons ou Call of Cthulhu, por exemplo (está claro que as temáticas e a forma como serão abordadas serão diferentes).

De forma bastante resumida, é isto que faço no que toca a rituais preparatórios. Procuro ter o essencial sempre á disposição, fazendo-me acompanhar também de um certo à-vontade para improvisar.

E vocês, como é que se preparam para as vossas sessões?