Ganbatte é um jogo simples com algumas premissas estranhas: temos um cenário de influência Japonesa povoado por gatos no espaço a comer sushi.

Este foi um jogo que conheci (e gostei) no Lisboa Games Week e fiquei naturalmente entusiasmado quando este me chegou às mãos para rever, foi com Ganbatte que mais me diverti no ultimo Indie Dome 2017 e inclusive voltei lá para jogar mais um pouco.

Ganbatte é um jogo do estúdio português Mimicry Games que vai buscar muitas influências à cultura japonesa. É um jogo VR vocacionado para multiplayer em que devemos comer peças de sushi como se não houvesse amanhã (também chamado de Sábado à noite com os amigos) combinar peças e pratos para mais pontos e no fim ganha o gato com a maior barriga. Em Ganbatte, há um claro cuidado com a apresentação, começa no nome, uma expressão amplamente usada no Japão em diversos sentidos como – “faça o seu melhor”. A UI do jogo é cuidada com um belo design e o logótipo é simplesmente delicioso.

O jogo vive essencialmente de duas acções, agarrar o prato e comer! Os comandos funcionam lindamente, até em acções mais “complexas” como o acto de pegar no prato e levá-lo à boca para comer, e que rapidamente se torna instintivo.  Num jogo que se quer divertido e bem-disposto, o cenário e a sonoplastia ajudam a criar esse ambiente descontraído logo no primeiro contacto.

As personagens, gatos sentados, são expressivos e temos à nossa disposição um rol de expressões, tipicamente de animação japonesa, que podemos usar, até mesmo bater palmas e acenar. Estes pequenos detalhes tornam a experiência mais divertida pois cria iteração com outros jogadores.

Quando começa somos brindados com uma pequena contagem decrescente em japonês seguida de um expressivo “Ganbatte!!”. Confesso que cá por casa se gritou muitas vezes Ganbatte nos dias que se seguiram. O ritmo é frenético e o jogo apesar de simples torna-se muito divertido quando tentamos bater a oposição, seja por comer mais ou por fazer os melhores combos. Quando joguei a primeira vez estava rodeado de pessoas e competi contra outros jogadores que não conhecia de todo. Acenei, bati palmas, pisquei o olho e comi desenfreadamente, quando saciado simplesmente atirei os pratos para o chão, evocando agora a cultura grega. A competição pode ser feroz mas a atmosfera mantém-nos bem dispostos.

Para além do divertimento obriga a movimento, chega mesmo a dar para suar enquanto jogamos, o que nos leva a exercício e queima de calorias num jogo de Realidade Virtual dedicado a encher a barriga a comer sushi.

Em ambiente próprio, com outros jogadores para competir, o jogo é muito divertido e destaca-se facilmente, porém quando o testei em casa encontrei algumas dificuldades em conseguir outros jogadores online evisto que só temos um dispositivo VR em casa isso impossibilitou-nos de jogar em multiplayer em família. Ficamos assim praticamente com um jogo single player apenas, a não ser que se conheça mais gente com equipamento VR e com o jogo, que não é o caso.

Esta questão foi um problema pois o jogo é bom em multiplayer mas torna-se rapidamente aborrecido e não resulta em modo “solitário”. Tem alguns desafios e podemos tentar ultrapassar a pontuação de topo mas a experiência torna-se insípida.

A conclusão é que Ganbatte pertence a uma arcada VR onde podemos competir com outros jogadores ou eventualmente quando tiver uma base maior de jogadores possa ser um bom divertimento online. Um trabalho interessante de um estúdio português no ambiente da Realidade Virtual que merece sem dúvida ser experimentado.