O cheiro a verão começa a pairar no ar, substituindo o odor primaveril de Maio. Férias, sol, praia, churrascadas, os Santos, festivais e mil e uma outras coisas começam a ocupar um lugar frontal na nossa mente, para mal da produtividade escolar/laboral. No entanto, como amantes de videojogos, há uma coisa em particular que esta época tem de muito especial: a Electronic Entertainment Expo, ou E3 para os amigos. Neste período de transição começa todo um fervilhar de anúncios, exclusivos, entrevistas e rumores sobre o que irá surgir de novo (ou, de acordo com algumas tendências actuais, o que é que vai ser retirado do armário e polido) para a alegria, tristeza ou desplante da indústria de entretenimento com o maior crescimento na actualidade.

Seguindo este clima de antecipação, a Nintendo Portugal convidou o Rubber Chicken para a antevisão de três das suas próximas ofertas para a Switch, que decerto vão marcar presença na E3 deste ano.

Mario Tennis Aces

A nova entrada da Nintendo na franquia Mario Tennis aparenta ter tudo para fazer jus ao nome. Durante a curta sessão de jogo, pudemos experimentar um pouco do modo de história assim como jogos versus com diferentes personagens. A jogabilidade base é de fácil compreensão e execução para quem não estiver interessado em ir ao detalhe de explorar todas as opções que o jogo oferece e o modo aventura conta com desafios e bosses que aprimoram as nossas capacidades como jogadores, preparando-nos para a arena online ou as partidas locais entre até quatro jogadores.

É perfeitamente possível desfrutar do jogo com apenas os botões direccionais e o botão de servir, que funciona também para o batimento mais simples e para carregar charged shots. No entanto, à medida que nos vamos habituando ao jogo, é nos oferecida a hipótese de batimentos como topspin, lob e flat, assim como a possibilidade de apontar os batimentos para diferentes zonas do campo. Aliando a isto o novo conceito da barra de energia, que recarrega com sucessivos batimentos, e as habilidades ofensivas e defensivas que consomem a energia da nossa personagem, Zone Shoot e Zone Speed respectivamente, é introduzida uma faceta de estratégia e gestão de risco ao jogo, tornando-o mais apelativo a jogadores mais capazes. Escolher entre gastar a nossa energia para pontuar, ou preservá-la para nos protegermos dos batimentos mais agressivos do adversário cria uma tensão e acelera o ritmo da jogabilidade, trazendo momentos mais cinemáticos, onde o jogo pode demonstrar a sua capaz direcção artística.

Sempre soubemos que o ténis era um desporto para betos, só refinado!

Mario Tennis Aces tem data de lançamento (ou devíamos dizer, serviço) de 22 de Junho, por isso não falta muito para os ávidos amantes da componente mais social da Nintendo terem uma boa opção para umas jogatinas com amigos. Entretanto, haverá um demo na forma de um torneio online entre 1 e 3 de Junho, por isso aproveitem para experimentar!

Octopath Traveler

A mais recente aposta da Square Enix no género dos retro RPGs tem uma premissa muito interessante. Temos oito personagens entre as quais podemos escolher, cada uma com a sua própria história, classe de combate e habilidade específica. Podemos escolher quais histórias seguir e a trama central será afectada por essa escolha. Fora do campo de batalha, podemos escolher entre as diferentes habilidades das nossas personagens para ameaçar, convencer, seduzir ou inspeccionar diferentes NPCs e objectos e assim progredir. Diversidade de escolha parece ser o tema do dia e, embora no curto tempo de jogo que pudemos ter a extensão e profundidade destas escolhas seja difícil de avaliar, foi possível lutar contra um aldeão aleatório e deixá-lo inconsciente no chão, não obtendo nenhuma informação útil, ou inspeccionar pistas e seguir conversas de transeuntes para deslindar um mistério.

Embora a arte de Octopath seja incrível, não nos importávamos de ver um RPG AAA com esta estética

Por vezes a quantidade de texto apresentada nos diálogos tornou-se um pouco avassaladora e alguns dos voice actors deixam um pouco a desejar. A apresentação gráfica é brilhante para quem gosta do estilo e a banda sonora não lhe fica atrás. Onde o jogo brilha é sem dúvida no seu sistema de combate. A diversidade de escolha parece também traduzir-se para aqui, onde cada personagem tem um vasto leque de habilidades e armas ao seu dispor. No entanto, as possibilidades não acabam aqui. Muito à semelhança de Bravely Default, existe um sistema de pontos (BP) que vamos ganhando todos os turnos e que nos permitem desencadear múltiplas acções básicas num turno ou tornar as nossas habilidades muito mais poderosas. Este sistema, quando aliado aos diferentes papéis que cada personagem tem no nosso grupo, (algumas podem até transferir BP entre personagens), permite criar um ritmo de combate viciante em que gerimos quais as personagens que precisam de BP em que momento e para que acção (curar, dar buffs, dano) e permitem momentos de catarse em que desbobinamos uma chuva de ataques destrutivos nos nossos inimigos. Este sistema criava alguns problemas em Bravely Default, pois podíamos utilizar todos os nossos BPs no início da batalha e não ter acções durante vários turnos, mas como com esta táctica era possível demolir por completo os inimigos normais num turno, a batalha acabava sem repercussões negativas. Isto não acontece em Octopath, pois acumulamos os pontos lentamente.

Por vezes a diversidade de escolha não é um ponto positivo, principalmente quando não temos motivos para usar mais do que um punhado de habilidades. Felizmente isso não acontece em Octopath, pois as batalhas são desafiantes, com cada inimigo tendo as suas resistências e fraquezas, assim como um certo número de ataques que podem sofrer antes de serem atordoados por alguns turnos. Os inimigos têm bastante vida e dão muito dano, tornando um encontro normal numa luta intensa pela vida em que nos vemos obrigados a usar todas as nossas armas. Amantes de jogos como Valkyrie Profile: Lenneth vão certamente apreciar o desafio e a sensação de adrenalina de não saber o que o próximo encontro poderá trazer.  O que sabemos é que no próximo dia 13 de julho, a Switch ganha o que aparenta ser uma muito sólida entrada na sua biblioteca de RPGs. Está disponível uma demo na Nintendo eShop, para os curiosos.

Splatoon 2: Octo Expansion

Aquele octo à Miami Vice, um trocadilho com os 80s e os 80 níveis no DLC

Splatoon veio preencher o nicho de shooter da Nintendo, com a sua tradicional irreverência e originalidade. Splatoon 2 aprimorou a fórmula e trouxe uma consistência maior e robustez à veia competitiva do original. Agora é a vez de chegar um DLC que promete enriquecer a história do universo Splatoon. Com 80 níveis e muitos desafios únicos, alguns dos quais pudemos jogar, a jogabilidade do original é expandida a par do world building. Jogámos vários níveis, desde desafios de plataformas, a survival modes de ondas de inimigos ou à base de tempo, a puzzles onde temos de guiar uma bola através de um nível. Embora as mecânicas sejam iguais às do jogo original, os developers conseguiram inovar e trazer um espírito único e diferente a cada um, algo que certamente agradará a fãs como um corta-sabores entre as rondas de combates online. Os controlos são fluidos e os desafios, embora curtos, oferecem desafio suficiente para custar algumas tentativas e vidas aos jogadores, prometendo bastantes horas de diversão. Não há data de lançamento confirmada para o DLC neste momento, mas quiçá na próxima E3 sejam revelados mais detalhes!

Durante a nossa curta presença no espaço da Nintendo foi possível ver que o futuro promete qualidade e diversidade, com ofertas completamente diferentes e atraentes a diversos tipos de jogadores. Esperemos que na E3 venham à luz ainda mais boas surpresas! Foi possível também notar uma certa tendência para o número oito, vá se lá saber porquê!