Caçada Semanal #168

Não consigo gostar de jogos que castiguem os jogadores incessantemente, também não consigo gostar de jogos que facilitam demais e que praticamente se jogam sozinhos e ficamos só a ver. Perdeu-se um equilíbrio de dificuldade nos últimos anos. Os jogos ou são estupidamente fáceis ou são ridiculamente difíceis.

Lá nos antigamentes fazia sentido, Bullet hells, ou  jogos como Megaman recompensam o jogador pela aprendizagem mecânica dos padrões inimigos mas por limitações técnicas e comerciais da altura, não havia tanta memória para programar padrões diferentes e grande parte dos jogos era apontado para o mercado de arcadas e comer moedas, logo a dificuldade era necessária. Jogos como Nioh ou os Dark Souls e Bloodborne da nossa vida que torturam o jogador com morte atrás de morte, atrás de morte, são louvados pela sua dificuldade hardcore, mas é algo que não consigo entender, daí a minha dificuldade em gostar dos dois jogos da caçada de hoje, apesar de ambos terem qualidades redentoras.

Azuran Tales: Trials

Começando com Azuran Tales: Trials, entramos numa espécie de sidescroller de fantasia medieval em que vestimos a pele de um Paladino que após a sua morte é trazido de volta pelo Deus dos Mortos, a nossa missão é derrotar o seu maior inimigo que tenta conquistar o mundo que habitamos. À falta de um enredo original, Azuran Tales: Trials tira proveito da sua imagem que tem imenso trabalho de qualidade. O mundo parece habitado, está bem construído e é interessante o suficiente para nos fazer tentar continuar.

Tentar é a palavra chave, porque morremos a cada dois ou três passos que damos. De armadilhas a inimigos brutalmente poderosos, a morte torna-se a nossa maior amiga aqui. Não só porque e vemos constantemente mas também porque está sempre a ressuscitar o nosso personagem.

Ainda está numa fase pós lançamento e talvez vá ter updates e DLC no futuro, só que para já Azuran Tales: Trials é apenas frustrante para mim. Muito frustrante. Não menos frustrante é Quest of Vidhuraa, talvez até seja mais.

Quest of Vidhuraa

Quest of Vidhuraa foi feito por alguém que, na minha imaginação apenas porque não sei se é assim ou não, após anos a levar na cabeça por perder tantas vezes em jogos como os acima mencionados pensou algo como “Ah gostam de jogos difíceis? Eu vou dar-vos um jogo difícil! Vai ser o jogo mais difícil do mundo e vão todos chorar aos meus pés! Mwhahaha haha haha ha ha!”.

Ok… provavelmente não foi tão exagerado mas não devo estar muito longe da verdade. Porque este platformer em que controlamos uma especie de Johnny Lawrence geometrico que suponho vá a caminho do All-Valley Karaté Tournament é realmente complicado. Eu não sou propriamente novato em jogos, posso não ser muito bom em alguns deles, mas tenho bastante experiência e tive bastantes dificuldades em passar alguns níveis.

Tanto Quest of Vidhuraa e Azuran Tales: Trials são jogos bem feitos, a sua dificuldade não vem de má produção, para quem é fã deste estilo parecem-me boas compras, mas como eu não sou adepto de bater com a cabeça na mesa em frustração vou-me simplesmente ficar por aqui.