É inegável que, em redor de uma mesa onde se está a jogar um qualquer sistema de RPG, os laços que unem os vários jogadores acabam por se fortalecer há medida que o jogo vai durando. Faz todo o sentido porque para além das memórias e dos vários objectivos que cada um leva para serem realizados no jogo, existe também toda uma dinâmica de grupo que, mais que dar vida, permite trabalhar o espírito de equipa.

As aventuras que estão a ser construídas são de longe algo que se possa ver concretizado com a maior das facilidades. Existe toda uma série de obstáculos e de conflitos que têm primeiro de ser ultrapassados. Coisas tão simples como um grupo de bandidos que está a bloquear a estrada que se tem de atravessar, a procurar construir alianças com impérios rivais.

Temos a liberdade de resolver estes problemas sozinhos, tal faz parte daquilo que os RPGs permitem fazer, mas isso está longe de ser uma tarefa fácil. Da mesma maneira que uma espada precisa de uma bigorna e de um martelo para ficar pronta para o combate, todos precisamos de um grupo que nos permita ser mais do que o que somos, complementando as nossas falhas, há medida que nós fazemos o mesmo nesse mesmo grupo.

É aqui que o trabalho de equipa entra. A entreajuda em momentos adversos e por vezes cruciais onde não existe margem para erro. Todos se reúnem para quebrar o enigma, um decifrando, um traduzindo e organizando, e o outro movendo as peças; todos se preparam para o combate, com os guerreiros na dianteira enquanto os feiticeiros e os arqueiros lhes dão fogo de cobertura; todos se preparam para fugir, e os mais fortes e rápidos pegam nos mais fracos e lentos.

São estes momentos que marcam, não só as personagens que os viveram, mas também aqueles que lhes deram vida. E da mesma maneira que as nossas personagens se ajudam umas às outras, também nos ajudam a nós, levando-nos a conhecer melhor aqueles com quem nos juntamos à mesa, ao mesmo tempo que fazem de nós alguém melhor ao fim de cada jogo.