Passada uma semana do final da E3, com toda a poeira a assentar e a digestão das (parcas) novidades feitas, é tempo de fazer um balanço. Ao contrário do ano anterior em que o Rubber Chicken marcou presença em Los Angeles pela mão (ou pelas patinhas aviárias) do Frederico e do Miguel, nesta edição de 2014 as galinhas ficaram em terra e reservam-se para o milho que advirá da Gamescom. E depois de ficarmos acordados até tarde para assistir a algumas conferências, o pensamento que nos fica é simples: ainda bem que não fomos gastar as penas para voar além-Atlântico.

Existe sempre aquele lugar comum neste tipo de rescaldos, em que se coloca a simples questão: afinal quem ganhou? A Microsoft? A Sony? A Nintendo? Os jogadores? Para nós a resposta é simples: esta E3 tem dois vencedores. O primeiro vencedor são os estúdios dedicados à elaboração de trailers e que nos têm brindado em cada apresentação com verdadeiras peças de genialidade e por outro a cafeína.

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O nosso primeiro vencedor é facilmente justificável ao fazermos uma reflexão sobre esta E3 2014, e em extremo, se questionarmos a existência nos dias de hoje do próprio evento. Era sabido de antemão que este seria um ano fraco, sem novas consolas para apresentar, mas a cada conferência crescia em cada um de nós aquela ânsia de encontrar A GRANDE revelação de cada companhia. Aquela revelação que nos ia deixar dias a arfar de excitação e que nos conduziria a longos meses de espera. Esperámos e nada disso chegou. Não chegou aquela surpresa que nos arrebata e que nos rouba o fôlego por alguns segundos. E no seu lugar fomos brindados com muitos e bons trailers que não passam disso mesmo: trailers. Sem qualquer ingenuidade, todos sabemos que confiar nos trailers é como confiar na eficácia dos produtos de televendas que enchem os canais generalistas nas emissões da madrugada. Basta pensarmos no célebre caso de Dead Island. Mas jogabilidade, vídeos de jogo propriamente dito, tivemos muito pouco. E nós, homens feitos, barbudos, e alguns até pais de filhos, já temos idade suficiente para colocar um pé atrás quando vemos demasiado fogo-de-artifício em volta de algo sem termos um mínimo vislumbre de conteúdo.

O segundo vencedor, a caféina, porque foi a grande arma contra o entorpecimento narcoléptico que esta E3 2014 nos conduziu. É possível que para mim o grande momento de aborrecimento foi a apresentação da possibilidade de usufruir de serviços Video on Demand na PS4, e ver esse mesmo serviço e outros relacionados a ocuparem cerca de 10 minutos da conferência. O que trocando por miúdos apenas significa algo: havia muito, muito pouco para se falar nesta E3 2014, o que deixa antever um ano civil relativamente curto de lançamentos, em que tudo é adiado para 2015. Se espremermos a E3 como um citrino num espremedor do Stark, aquilo que nos vai é muito pouco. Mas ficamos com muita casca de laranja na mão, bonita, espessa, luzidia mas que em nada deixava antever o que estava no interior.

A E3 2014 foi uma daquelas situações de cumprir calendário. Foi uma demonstração de uma série de empresas que nos transpareceram em quase todas as atitudes que não tinham (quase) nada para dizer ou quase nada para apresentar.

Ainda assim, e já que estoicamente permanecemos acordados para assistir a todas as conferências, deixamos de seguida quais os jogos, ou os trailers, que mais nos deixaram entusiasmados para os próximos meses (ou anos) e que foram apresentados na E3 2014.

Ricardo Correia

1 – Valiant Hearts

2 – Splatoon

3 – Captain Toad

4 – No Man’s Sky

5 – Xenoblade Chronicles X

 

André Sanchez

1 – Rainbow Six Siege

2 – Evolve

3 – Inside

4 – Ori and the Blind Forest

5 – No Man’s Sky

 

Miguel Nogueira

1 – No Man’s Sky

2 – The Witcher 3

3 – Middle-Earth: Shadow of Mordor

4 – Bayonetta 2

5 – Captain Toad