Chegou o momento dos Amazónicos mais importantes do ano, os saldos de Natal. Porque há sempre mais uma prenda para dar e uma nova crise todos os anos para enfrentar, escarafunchei as ligações virtuais da Amazon Inglesa à procura da melhor pechincha, este ano com uma oportunidade surpreendente a fechar o artigo. É aproveitar rapidamente pois estas promoções esgotam à velocidade da luz. No entanto, mesmo quando acabam vejam o link por baixo que diz “new” onde às vezes ainda sobram alguns items a bom preço.

Para que não se pague portes a encomenda deve ultrapassar os 25 euros. Os preços aqui listados contam com a ausência de portes e o câmbio da libra no dia 30 de Novembro de 2011. As comparações com os preços portugueses são baseadas nas ofertas da Fnac, Game e Worten, no entanto poderão existir promoções noutras lojas. Todos os preços são para jogos novos em primeira mão.

Os títulos aqui recomendados foram todos jogados por mim e resultam da experiência pessoal e não de uma qualquer leitura ou review.

Alice: Madness Returns (Xbox360)

Preço Amazon: €14

Preço Portugal: €29,99 (Fnac) / Poupança média: €16

Quem é que disse mal do jogo?

 

Como mandam as boas práticas jornalísticas de quem se interessa minimamente por obter um retorno financeiro, nada melhor que uma boa polémica para começar um artigo. Mas calamos desde já os críticos com um primeiro ponto: esta edição traz incluído o jogo original American McGee’s Alice que só por si já vale os 20 euros. Quanto à polémica, esta prende-se com problemas com Madness Returns ao nível do level design, nem sempre bem conseguido na progressão, da mecânica que por vezes é repetitiva e de alguns problemas gráficos ocasionais. Qual a polémica então? Um jogo com estes problemas era simplesmente encostado certo? Errado. Se alguém alguma vez viu o “The Cell” (2000) com a Jennifer Lopez sabe que uma narrativa mais esburacada que um queijo suíço, uma estrutura de ritmo desastrosa e uma direcção de actores inexistente, não conseguem apagar uma direcção artística e um universo visual únicos que só por si valem vários visionamentos do filme. Madness Returns é um desses casos, onde no meio de problemas se levantam certos momentos de jogo que valem dezenas de horas passadas em mais um número numa série como Call of Duty, Need for Speed, entre outros. Os bons momentos abafam os maus momentos, pois quando aparecem chegam a ser épicos. Ao vosso critério.

Brutal Legend (PS3)

Preço Amazon: €7,40

Preço Portugal: €24,99 (Fnac) / Poupança média: €17

Power Chords?

 

O nome deste blogue vem da cabeça de um senhor chamado Tim Schafer, o criador de Monkey Island, Full Throttle, Grim Fandango e Psychonauts, apenas para nomear uma parte do seu currículo que por si só já seria suficiente. Não contente, este senhor volta a fazer-nos rir quando pega no universo do Heavy Metal, junta-lhe a performance de Jack Black e boas implementações de vários tipos de mecânica de jogo como condução, combate, plataformas entre outros, para criar um jogo inclassificável que após terminar só apetece começar de novo. Uma experiência original e diferente a um preço que é dado.

Deus Ex: Human Revolution (PS3)

Preço Amazon: €14

Preço Portugal: €59,99 (Fnac/Worten) / Poupança média: €46

O preço foi a única coisa que não foi au(g)mentada.

 

Quem jogou o Deus Ex original (e quem não o fez: Shame on You!) e disser que não vai comprar esta sequela, é como alguém que fez sexo e diz que não fará mais porque já experimentou. Confesso que este eu ainda não joguei, atulhado que ando entre Skyward Sword, Uncharted 3, só para nomear alguns. Mas é óbvio que já o encomendei assim que foi lançado a este preço. O jogo é, nas palavras do Pedro aqui do blogue, “Brutal”. Eu acredito, pois cada vez que me ligo ao Xbox LIVE lá está ele a consumir horas de vida com aumentos e implantes (e não, não estou a falar do Bikini Zombie Slayers). Acredito no entanto que este conselho vai colocar muitos do que já gastaram o dinheiro na versão a Full Price um pouco deprimidos. E daí talvez não. Mesmo a muitos euros, é um Deus Ex.

Lego: Indiana Jones (Xbox360)

Preço Amazon: €17,90

Preço Portugal: €59,99 (Fnac) / Poupança média: €42

Pa pa rara, pa pa ra... pa pa rara, pa pa ra pa pa...

 

É preciso encaixar nas prendas de Natal um jogo que os filhos possam jogar, para justificar todo o dinheiro gasto nos outros títulos. No entanto, como um jogador decente é um jogador egoísta, pretende-se que esse jogo seja minimamente jogável pois isto de andar a apanhar peixinhos ou a escovar o cavalo tem os seus limites. Quem no entanto já jogou a mecânica que a Traveller’s Tales aplica a todos os títulos Lego sabe o quão viciantes estes se tornam e como a obsessão de apanhar todos os blocos (studs) é pior de largar do que a droga. Lego Indiana Jones é ainda um excelente jogo co-op em que dois jogadores podem cooperar (redundâncias aparte) ao longo de toda a campanha de forma inteligente do ponto de vista do gameplay. Um bom jogo para enganar a esposa com a nossa suposta vontade de estimular os miúdos.

Metroid Prime 3: Corruption (Wii)

Preço Amazon: €10,90

Preço Portugal: €49,99 (Fnac/Game) / Poupança média: €39

Mais uma voltinha, mais uma viagem à procura da solução.

 

O segundo melhor jogo da Wii (ninguém bate Skyward Sword), o melhor shooter para a Wii (mesmo contando com GoldenEye), a prova que o Wiimote é uma revolução (mesmo contando com Babysitting Mama e My Horse and Me). Esta penúltima aventura de Samus é um shooter na primeira e terceira pessoa que é ao mesmo tempo um jogo de plataformas e um puzzle de aventuras. O melhor são as adaptações das mecânicas com o wiimote e nunchuck que nos permitem utilizar movimentos de uma forma não intrusiva, emprestando ao jogo uma componente física raramente experimentada. Disparar um chicote de energia e puxar o braço para arrancar um escudo a um inimigo é um de vários momentos únicos. Mas atenção, este jogo não é para meninos e mesmo numa dificuldade mais permissiva certas boss fight vão colocar a vossa faceta de hardcore gamer bem à prova, assim como alguns puzzles vão nos obrigar a viajar muito entre planetas. Um título para a história dos videojogos, nos mais altos patamares do game design.

Madworld (Wii)

Preço Amazon: €6

Preço Portugal: €49,99 (Fnac) / Poupança média: €44

Fazer amigos, entre os animais.

 

Aquele que é provavelmente o jogo mais violento da Wii é também um dos jogos mais belos da consola. Este brawler na terceira pessoa premeia o combo mais violento que se possa imaginar, seja com a utilização de motosserras, sinais de trânsito, pneus, ou paredes cravejadas de espigões. Em arenas onde a originalidade e o nosso nível de demência andam de mãos dadas, o resultado é literalmente um banho de sangue. Mas um sangue muito negro, num universo muito branco. Resumindo, solta o básico que há em ti.

42 All Time Classics (DS)

Preço Amazon: €16,40

Preço Portugal: €29,99 (Fnac) / Poupança média: €14

E ainda tem online multiplayer, para esses loucos deathmatch de gamão.

 

Este é o jogo de bolso imprescindível para qualquer viagem mais longa de comboio ou avião, ou a companhia perfeita para os últimos minutos antes de apagar a luz. Tudo o que é jogo conhecido seja de cartas, seja de dados, seja de tabuleiro está aqui e bem desenhado. Rummy, Poker, Copas, Blackjack, Xadrez, Damas, Ludo e muitos outros companheiros de infância e parques de campismo numa compilação que dura horas, meses, anos. É certo que existem muitas compilações destas para a portátil, mas esta é feita pela própria Nintendo. Normalmente isto chega para arrumar qualquer assunto de qualidade de desenho de um jogo. All Time Classics é a gramática e o prontuário de bolso do acto de jogar.

Super Scribblenauts (DS)

Preço Amazon: €10

Preço Portugal: €29,99 (Fnac) / Poupança média: €20

Não sei como isto me vai ajudar a ultrapassar o nível, mas o importante é que posso.

 

O primeiro Scribblenauts (Gesundheit!) foi um jogo ainda repleto de problemas. O que não admira quando a premissa é um jogo de plataformas onde podemos escrever e criar qualquer objecto que nos apeteça para ultrapassar os obstáculos. Ou seja, quem se propõe criar o infinito ou acaba numa instituição ou nos livros de catequese. No entanto, a 5th Cell conseguiu à segunda com algumas limitações bem camufladas. No entanto, entenda-se que a liberdade não é de todo penalizada. A semana passada criei um unicórnio para montar e voar para uma plataforma superior. De seguida criei uma bazuca para tentar destruir o unicórnio. Este é um jogo no qual podemos perder horas parados no mesmo ponto do nível, sem progedir, só a inventar a criação mais absurda que nos lembrarmos (exemplo prático: uma caneta gigante com asas, um cão amarelo e vermelho, um telefone explosivo, entre muitos outros). É o videojogo mais arriscado desta listagem de Dezembro e, só por isso, mesmo que não estivesse em saldo merecia estar aqui.

Dj Hero Renegade Edition (Xbox360)

Preço Amazon: €46,70

Preço Portugal: €119,95 (Fnac/Game) / Poupança média: €73

Sexo.

 

Pornográfico! Obsceno! Infame! A impressionante edição do não menos impressionante jogo rítmico que já custou 200 euros quando do seu lançamento e mesmo agora não desce abaixo dos 100 euros em terras lusas. Já não bastava o Dj Hero ser o melhor jogo de ritmo de todas as incursões por onde o género viajou e imitar na perfeição o acto de entusiasmar a malta com turntables, ainda nos colocam esta edição à disposição por menos de 50 euros. Esta é A PRENDA DE NATAL, onde o jogo é acompanhado por periféricos de edição especial com uma qualidade de construção e acabamentos invejáveis, para além do excelente duplo CD áudio exclusivo com faixas de Eminem e Jay-Z. Isto num jogo que originalmente possui um set de mais de 80 faixas originais remisturadas propositadamente para o jogo por nomes como DJ Shadow e Daft Punk entre outros. Esta edição não irá durar muito tempo a este preço e destes já não se fazem mais. Quem não tem e não vai buscar deveria ser internado. Para toda(o)s um bom Natal, com muito scratch à mistura.

Apanhou ou descobriu outra pechincha por esse mundo? Partilhe nos comentários, que com a crise à porta toda a ajuda neste Natal é necessária. Seja solidária(o). Ajude quem mais precisa de jogar.