Desde sempre ouvi as mais variadas opiniões que davam como certo o desaparecimento de determinada plataforma de jogo em detrimento de outra.
Primeiro eram as consolas que nunca iriam superar os PC’s. Depois eram os PC’s que iriam desaparecer enquanto máquinas capazes de atrair jogadores porque as consolas tinham chegado a casa de toda a gente e iriam tornar a ideia de jogar num PC uma miragem distante .
Agora, de há uns anos para cá, é a vez das plataformas móveis se inscreverem como os detentores do título de pesos pesados na indústria.
Vamos todos passar a jogar em ecrãs de 5 polegadas? Todos nós? Não me lixem.
Tenho de admitir que tenho passado por todas estas excitações com uma postura silenciosa, polvilhada aqui e ali de algum desdém e de um quase infinito cepticismo.
Todas as plataformas tiveram e têm espaço para sobreviver. Ponto final. Porquê?
Porque, tal como os jogos são diferentes também as pessoas que desfrutam deles partilham essa característica.
Não acredito nesta perspectiva de homogeneização global que coloca a lado a lado o ciber-atleta que joga Starcraft II em campeonatos com prémios de milhares de Euros e aquele tipo que descobriu o Angry Birds há três semanas e joga duas vezes por semana durante 23 minutos, enquanto espera pelo 74 no Largo do Rato.
São duas pessoas diferentes.
Convinha imenso que a indústria não os confundisse numa tentativa bacoca de enfiar dinheiro ao bolso.
Não, o iPad não vai destronar o meu PC quando eu estiver a jogar Half-Life 9.
Não vai porque eu não quero.
Da mesma forma é óbvio que esta deverá ser a última das preocupações dos fabricantes de aparelhos móveis. Que interessa ao developer de Android, por exemplo, o facto de eu gostar de jogar fps’s com o rato, teclado e um monitor de 22″??? Nada.
Nem há razão para tal. Todos têm o seu target e a sua fatia no imenso mercado dos videojogos . Todos, sem excepção.
A única coisa que precisam de oferecer ao consumidor é qualidade. Seja em que plataforma for.
É aí que se precisam de concentrar e não nestas guerrinhas que tentam transformar o mais recente Nokia numa Playstation 3.
Uma nota também sobre um outro desenvolvimento, recente, que pode confundir ligeiramente algumas pessoas perante o que atrás escrevi.
A Playstation Vita saiu há uma semana em Portugal
Sabem o que mais me agrada neste produto? Não é o facto de ser portátil. É o facto de tentar inserir-se numa nova fatia de mercado.
O plano parece ser dotar o jogador de consolas mais hardcore de uma plataforma legítima onde possa jogar títulos que normalmente só estariam destinados ao mercado das consolas caseiras. Digo parece pois ainda não tenho a certeza. Só o tempo o dirá.
Assim de repente tudo o que disse fica em causa, certo?
Errado. É diferente jogar num ecrã de 5″ e jogar num plasma ou num monitor que ocupa meia parede. É diferente ter um sistema de jogos dedicado, com um controle dedicado ou ter um simples ecrã touch de uma tablet. Não têm as mesmas funções. Não serão usados da mesma forma por pessoas diferentes. E a Vita deixa isso bem em evidência ao utilizar os dois analógicos e ainda permitir a opção touch tanto no ecrã frontal como na retaguarda da consola.
O jogador mais experiente vai sempre exigir mais opções de controle e mais precisão. Tudo isto a juntar à natureza dos jogos e ao grau de imersão que proporcionam (e exigem)
E há ainda mercado para pessoas que nem sequer estão interessadas em mexer noutra plataforma que não seja o seu computador pessoal.
Com o seu rato, teclado, watercooling, caixa personalizada, etc…
Não quer dizer que não sejam todas excelentes opções de divertimento. Tanto os móveis, as tablet’s, os PC’s ou as consolas.
A única contestação que faço é que agradam a pessoas diferentes. E em situações diferentes.
Apenas e somente isso.
É diferente ter uma consola ou ter um telemóvel. E a menos que os nossos telemóveis e tablet’s se convertam em consolas e PC’s, com comandos dedicados, óculos 3D, e toda a capacidade para criar aquele espaço solitário, privado e tão necessário para a imersão total num bom jogo (e só estou a falar de single player) então não estou mesmo convencido.
Aliás, façam este exercício comigo:
Estamos no futuro. Apetece-me jogar Doom 6. Puxo do meu iPad, ligo-lhe os óculos 3D, um rato, um teclado e no meio da paragem de autocarro lá estou eu a subir no ranking com frag’s cada vez mais impressionantes…
Quem é que estão a tentar enganar?
Comments (10)
Gostei mesmo. Pena que certas companhias não tenham ainda percebido isso. Prefiro um PC para jogar FPS a uma consola.
Estava no outro dia a jogar calmamente MW3 com alguns amigos quando um jogador decidiu entrar e usar e abusar de AIMBOT. Calmamente sai do jogo e fui falar directamente com um “customer support” da Activision. Relatei o meu problema e o Sr. perguntou-me muito simpaticamente: PS3 ou XBOX 360? ???????? Então e o PC? Nós existimos!
Fico triste quando estas companhias multi milionárias simplesmente decidem esquecer que existem outras plataformas de jogo sem ser as consolas. Se assim é, então pergunto-me para quê gastar mais dinheiro em converter esses jogos para outras plataformas se só se interessam pelo mercado das consolas?
Prefiro estar numa matança de porco (angry birds) enquanto espero pelo autocarro do que como o Pedro disse “armar” a barraca e vamos aos tiros.
Pagava para ver a cena da paragem de autocarro. Se calhar até nem é má ideia. Tinham era de ter cuidado para não correr para o meio da estrada, durante aquela knife kill mais entusiasmada.
:D @André
Amen, brother! (Desculpa lá o tom de tele evangelista Norte Americano, é do entusiasmo de ver mais alguém que não acha que the next best thing vai arrasar com tudo o que veio antes.)
Exactly! Ainda no outro dia li um artigo algures na net (link do reddit), em que diziam que a indústria de videojogos como a conhecemos está a morrer, e que cada vez mais o ênfase iria ser dado nos dispositivos portáteis e que o PC e consolas, mais cedo ou mais tarde, iriam desaparecer… that is some bullsh*t…
Para mim e na minha experiência como gamer há 2 coisas que eu quero:
1. Jogos em sistemas portáteis = instant fun!
2. Jogos para jogar em casa confortavelmente = imersao, storytelling, experiência cinematográfica, etc…
Ainda hoje fui resgatar a minha PSP ás trevas, e os 2 jogos que la tinha, nem os tirei: PES 2010 e Burnout Revenge. Simples, descomplicados, pegar e jogar, diversão imediata. Tal como o Angry Birds e o Field Runners que tenho no iPod. Nunca consegui jogar um RPG na PSP, porque das duas uma: ou perdia os transportes todos, ou então não me consigo focar no jogo o suficiente. Para mim, jogar no banco do comboio, ou na paragem do autocarro, requer “prazer” instantâneo.
Quando chego a casa, aí sim, visto o robe e o tactical gear e vou para o Battlefield 3. Ou então grito uns “FUS ROH DAH” no Skyrim :P
Não acho que haja nada de errado com o haver RPGs na PSP, mind you – a 6ª vez que terminei o FFVII foi na PSP, mas joguei-o em casa, não a caminho de um lado qualquer – mas não substituem a experiência com um écran com tamanho de gente.
Claro! Não estou a falar mal dos RPGs na PSP atenção…apenas estava a referir-me a minha experiência pessoal. Por acaso devia ter referido que também a PSP me manteve agarrado a ela durante longas horas, mesmo jogando em casa…depende sempre do tipo de jogo, mas tendo a favorecer mais o PC no caso de estando em casa.
*no caso de estar em casa*
Exactamente João. Eu não diria melhor :D
lo unico ke c es ke microsoft no sabe hacer coalnsos el xbox blanco tiene el problema d las 3 lucs rojas el elite tmbn el edicion halo tmbn mejor djen esa xupada d xbox y comprenc el play 3 es mejor ke esa cosa d xbox gracias espero ke lo comprendan