Aqui no Rubber gostamos pouco de rumores.
A imprensa concorrente está cheio deles e sempre que os vemos reviramos os olhos e levamos a mão à cabeça.
No entanto há demasiado fumo no ar, passe a expressão, e quando há fumo geralmente é por alguma razão.
Depois da recente entrevista de Gabe Newell, co-fundador da Valve Software, ao site Penny Arcade ter deixado toda a gente perplexa com a seguinte frase “Well, if we have to sell hardware we will.” e de um artigo um pouco vago no site The Verge ficámos curiosos.
Vamos tentar reunir alguns pedaços de informação para vos ajudar a decidir (tal como nós) se isto pode ou não ser verdade:
– Segundo os rumores não seria propriamente a Valve a construir a consola. A Alienware, que é conhecida por todos os entusiastas de PC’s topo de gama, teria aceite construir o seu novo X51 de acordo com as especificações da Valve. Especificações essas que incluiriam a compatibilidade total com o Steam, a sua plataforma de distribuição de jogos online.
– Neste momento a Valve já teria registado uma patente para um controlador proprietário. Algo vagamente semelhante a um comando de uma Xbox 360 mas com a possibilidade de ler dados biométricos que indicariam o estado emocional do jogador e reagiriam em consonância.
Não, a parte acima descrita não é tirada do Deus Ex. A tecnologia existe e há alguns anos que está a ser testada.
– Há ainda esta pérola. No ano passado surgiu no site da Steam, uma informação sobre uma nova forma de apreciar o serviço de jogos da Valve na sala de estar, o Big Picture. A notícia foi dada pela própria Valve durante a GDC do ano passado e as implicações pareciam enormes.
Mas a verdade é que o serviço ainda não foi lançado ao público.
– Será possível relacionar este atraso com a hipótese de tudo ser uma estratégia ainda mais vasta para uma investida global (o serviço Steam tem só 30 milhões de utilizadores…) no mercado dos videojogos?
– Pouco se tem falado do Half-Life 3. Está a ser produzido e consta que está atrasado. Atrasado ou à espera de ser o título de lançamento para esta ‘Steam Box’, como já lhe chamam?
– Porque é que tenho as palmas das mãos suadas ao escrever esta notícia se estamos em Março, estão apenas 19º no escritório e tudo isto não passa sequer de um rumor???
O Rubber vai continuar muito atento a possíveis desenvolvimentos e promete contar tudo assim que tiver a confirmação.
Dito isto, tentem manter-se no fresco. Como puderem.
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Está a ser especulado que isto não passa de uma “consola que joga títulos de PC”. Não me parece que seja isto que eles estão a tentar fazer. Se isto for verdade, é errado fazer-se a distinção entre “consola” e “PC” – falaremos de “entertainment systems”, o que me parece ser a direcção da Valve. O objectivo é abrir o mercado e deixar os developers com menos capacidades de comprarem um developer kit (coisa bastante cara e necessária para se desenvolver um jogo para uma consola) fazer um jogo sem esse tipo de investimento. É que um dos rumores principais desta “Steam Box” é o facto de não ser necessário ter um developer kit para fazer um jogo para ela.
Neste momento a única grande diferença que separa os mercados das consolas e dos PCs é o facto de as consolas oferecerem um hardware fixo ao consumidor. De um ponto de vista de um developer, faz mais sentido descartar os DevKits se agora se podem fazer jogos para uma consola que abrange tanto o mercado dos PC como o das consolas.
A única preocupação aqui são os “exclusivos”, que seriam a maneira das outras consolas darem alguma luta. Mas, como disse, o simples facto de ser mais fácil produzir conteúdos para aqui aliado às excelentes práticas de negócio que a Valve tem para com os seus consumidores é um factor muito atractivo para os Developer Studios. Isto só poderia ser bom para a indústria porque o facto de estarem agora a competir com uma empresa que dá DLC e updates grátis aos seus consumidores, só vai forçar a Microsoft e a Sony a adaptarem-se ou a morrer.
Se isto for verdade, o futuro promete…
O curioso vai ser ver como uma máquina destas se confronta não com as consolas actuais, mas com as boxes de streaming. Ou seja, começamos a ter a maior divisão que já tivemos, com todos a atirarem-se às gargantas uns dos outros: Uma box da Valve ligada à televisão que faz transferência de títulos digitais (mas sem dev kits), as consolas com transferência de jogos digitais e jogos físicos (com exclusivos), o mercado do streaming com o OnLive e o Gaikai, e ainda para juntar à festa todo o mercado de jogos casuais incluído nas futuras televisões. Nunca isto esteve tão ao rubro. Game on!
Pelo que foi dito, a box da Valve também teria suporte físico e leria já títulos de PC out of the gate. How’s that for backwards compatibility? :P