A PSP foi uma das máquina mais férteis em RPG Japoneses e, na sua geração, a melhor portátil para os jogar, graças à definição do seu ecrã e à grande capacidade dos UMD. Para além de todos os títulos que nos chegaram ao Ocidente como Persona, Ys Seven, The 3rd Birthday ou Gods Eater Burst, existem várias dezenas de títulos que nem sequer atravessam o globo.

Mesmo agora, com a Vita a querer dar cartas, continuam a sair lançamentos para a PSP, alguns a ocuparem os tops Japoneses. Um desses novos jogos é Conception: Please Have My Babies. Calma, não é um jogo desses! É um Dungeon Crawler!

A estória rebuscada coloca um estudante secundário a ser transportado para um universo paralelo chamado Granvania que está repleto de demónios resultantes da desordem nas estrelas. O nosso personagem vai tornar-se um Messias em Granvania e tentar salvar o mundo para poder regressar ao seu. Take that Never Ending Story.

Fetiche Alert!

 

Os Japoneses têm uma liberdade narrativa da qual o Ocidente nem se aproxima. Para nós, tudo tem de estar bem explicado. Para os nipónicos, who cares. Podemos saltar no ar e ficar por lá a dar murros sem pressa de voltar ao chão? Check. No meio de um universo normal aparece uma bola com olhos? Check. Vamos colocar um título absurdo que nada tem a ver com o jogo? Check.

Esta liberdade e descomprometimento com a realidade produz no entanto universos fantásticos e estórias tão rocambolescas que se tornam surpresas a cada passo, mesmo que não façam qualquer sentido. Inazuma Eleven e One Piece são um dos exemplos. O Japão é criticado por estar a produzir estes jogos em série e a deixar o género perder força. Sim, existe muita adaptação de animes e manga em massa, mas a estranheza e a novidade continuam existentes em cada título, pelo menos para os jogadores ocidentais.

A Vita é uma consola perfeita para este género de jogos. O seu ecrã é ainda maior, mais brilhante e mais colorido do que o da PSP, o que a torna fantásticas para as muitas sequências animes e personagens desenhadas que habitam estes jogos. E essa pode bem ser a arma que lhe falta para vencer no Oriente. É certo que não é tarefa da Sony mas sim dos third party desenvolver esses títulos. É certo também que com a gigantesca base de PSP instalada no Japão é mais seguro produzir para essa consola. Mas é tarefa da Sony convencer os produtores a produzir RPG na Vita e, já agora, a localizá-los para o Oriente.

Deixem é sempre a versão Japonesa e as suas vozes incluídas. Essa é metade da diversão.