Quando a Sony anunciou Playstation All-Stars Battle Royale, os novos do Restelo (que isto da trollada é maioritariamente malta jovem) levantou-se indignada apontando o dedo à cópia de Super Smash Bros da Nintendo. Meus meninos (e minhas meninas), se não existisse cópia nos videojogos, filmes, literatura e música já tínhamos morrido estúpidos, e cultura seria uma palavra apenas para designar criação de peixes.

A surpresa é porque raio demorou a Sony tanto tempo a criar o seu festival de estalada com as suas propriedades, quando tantas como a Capcom, Nintendo, Marvel, entre outras já entraram há muito tempo no arraial de sopapo. O certo é que o jogo está a caminho e promete colocar frente a frente as personagens mais famosas do universo Playstation. No entanto, os lutadores anunciados ainda nos parecem fraca figura face ao enorme catálogo da Sony. É certo que agora nos vão chegar a conta-gotas mais novidades mas nós não conseguimos esperar calados.

A equipa do Rubber Chicken reuniu-se para discutir e publicar quais os combates e personagens que devem fazer parte de Playstation All-Stars Battle Royale. O resultado absurdo foi este.

 

Lemmings VS Patapon

 

André Silva: Apesar de saber apreciar um belo mano-a-mano, confesso que me divirto muito mais quando a pancadaria envolve um maior número de gente, de preferência na ordem das dezenas. Lemmings vs Patapon seria uma tenda de cujo circo eu entraria de bom grado, com saco de pipocas e binóculos em riste. À partida parece ser uma batalha um pouco inglória para os humanoides suicidas de cabelo verde, já que os guerreiros Patapon estão muito mais habituados a estas andanças da pancadaria.

No entanto os Lemmings iriam contrapor a ferocidade dos pequenos tribalistas com um maior número de elementos na batalha e algumas engenhocas à mistura, para não falar da sua incapacidade em medir o perigo, que pouco tem de bravura e mais de estupidez. Os Patapon teriam uma maior capacidade organizativa na elaboração dos ataques, com bastante ritmo à mistura, por isso considero que seria uma batalha renhida. Os Lemmings na pior das hipóteses, poderiam sempre activar a contagem decrescente…

 

Ico & Wander VS Kratos & Sir Daniel Fortesque

 

 

Carlota Mendes: Neste jogo de duelos improvavéis, gostaria de ver Ico (Ico) e Wander (Shadow of Colossus) VS Kratos (God of War) e Sir Daniel Fortesque (MediEvil). Uma batalha composta por quatro personagens absolutamente marcantes para muitos de nós. A possibilidade de Ico e Wander “finalmente” se conhecerem aqui, agrada-me. O pequeno Ico com a sua espada para ataques próximos, e para ataques à distância… pois… que tal dar uso ao par de cornos que tem sobre a cabeça? Wander já consegue ser mais completo para o campo de batalha, para além da espada tem também arco e flecha e arpão. Kratos dispensa apresentações, as suas armas e golpes transmitem o seu mau feitio! E para finalizar, o carisma e elegância de Sir Daniel Fortesque, com a apelativa possibilidade de se desmembrar e fazer uso dos seus heroicos ossos. Até poderá ser uma batalha desequilibrada, em que à partida apostamos na dupla Kratos e Sir Daniel. Mas seria interessante ver exploradas as possibilidades de combate dos personagens da Team ICO.

 

Scott Shelby VS The Last Guy

 

Frederico Lira: Ambos os seus inimigos têm algo em mente: Matar! Ambos procuram salvar alguém de mentes perversas que assolam o bem-estar da sociedade. Fixam-se nesse propósito, como se não precisassem comer, dormir, sonhar, acordar. Um deles voa e tem uma capa só para dizer que é um super-herói, enquanto o outro fica agarrado no chão pela tão pesada barriga a cantarolar num charme meio grotesco para meninas bonitas que lhe oferecem algo inegável. Adivinharam, é uma amêndoa que sobrou da Páscoa.

Almost 8 bit style vs Alta Definição. Humor vs Drama.  Velocidade vs Força. Scott Shelby de Heavy Rain VS the Last Guy de…The Last Guy, estão no meu quadro para uma batalha atrapalhada. E sem sentido! A grande diferença está mesmo no espectro da definição, no tamanho e o resto é só a imaginação a reinar. Certo que a Sony não vai ligar ao que digo e substituir Scott por Ethan Mars, mas devem ter mais juízo que eu. Afinal, quem mata criaturas pequenas é o Ethan.

 

Parappa the Rappa VS Buzz

 

João Rodrigues: O meu combate ideal seria jogar como o Parappa the Rappa contra o Buzz da série de jogos epónima. Nada me daria mais prazer do utilizar o corpo da minha personagem como uma arma letal para infligir uma série de cortes de papel nas membranas de tecido mole entre os dedos do tão afamado apresentador que me persegue e goza comigo nos meus piores sonhos. Para completar esta bonita moldura, tal acção seria seguida de satisfatórios uivos de dor imortalizados por um Jorge Gabriel mal pago e ligeiramente violentado (para obtermos um realismo adicional).

Estarei eu a pedir demais? Sim? Ok, contento-me por um combo em forma de rap onde o Parappa distribui petardos de força no focinho de quem quer que seja que apanhe à sua frente enquanto profere qualquer coisa como “kick to left, kick-kick to the right!” repetida e ritmadamente.

 

Flower VS Journey

 

Miguel Tomar Nogueira: É o combate máximo para decidir de uma vez por todas qual é o jogo mais bonito. As pétalas de Flower possuem o poder de envolver todo o inimigo, rodando à sua volta e desorientando-o por completo. O problema é que as pétalas não têm qualquer poder de combate fora esse, daí que tentem manter o inimigo tão desorientado que acaba por desistir. Já a personagem de Journey esconde debaixo do robe um arsenal mais completo que uma personagem de Call of Duty e não se admirem a ver de lá sair um lançador de rockets. É a personagem mais furtiva da Playstation.

Caso a luta entre num impasse, ambas as personagens redobram os esforços na tentativa de fazer o outro chorar tanto de emoção, face à beleza do combate, que perde as forças. Alerta-se para uma grande e perigosa possibilidade deste combate acabar em bem.

 

Sigurd Harcourt VS Basch fon Ronsenburg

 

Mónica Guerra Leiria: Irmão bastardo do herdeiro do trono, raptado aos 13 anos, brainwashed e treinado para lutar pelo inimigo, Sigurd Harcourt (Xenogears) tinha poderes extra sensoriais e fazia parte de uma elite, os Elements, nos quais representava o fogo. Manteve-se leal ao irmão Bart e volta assim que consegue ultrapassar o tal brainwashing, para auxiliar Bart a recuperar o trono. Pelo meio, a aventura custa-lhe um olho. Basch fon Ronsenburg (Final Fantasy XII) é o braço direito do rei, o homem de honra que viu o mundo desabar quando o irmão gémeo (que ninguém sabia que existia) assassinou o rei, o incriminou e aprisionou numa jaula durante 3 anos. Mal sai da jaula luta como se tivesse treinado diariamente, porque deixar que a atrofia muscular nos impeça de lutar é para os fracos. Ambos honrados, um tem ESP, o outro a capacidade física de ignorar anos imóvel; um mexe-se com agilidade, o outro com precisão; um pode comandar um submarino do deserto ou um mech gigantesco, o outro pode invocar criaturas míticas de destruição. Be still, my little fangirl heart!

 

Lil & Laarg VS Deviant

 

Pedro Soares Filipe: A ideia que me veio à cabeça seria juntar Lil e Laarg de Escape Plan com o Deviant de Little Deviants. O contraste é enorme entre qualquer das personagens mas Lil e Laarg podiam ser lentos (como no jogo) e possuir mais resistência a danos, enquanto o Deviant teria a possibilidade de ‘rolar’ por cima dos adversários. Mas fantástico mesmo seria adaptarem o jogo para a Vita de forma permitir que o Deviant fosse controlado pela deformação do terreno.

De uma forma ou outra parece-me que quanto maior for a total liberdade na inclusão de personagens insólitos / inesperados maior será o gozo desta nova proposta da Sony. Porque não incluir um dos bólides de Gran Turismo 5 na lista de lutadores?

 

Dr. Don VS Dr. Dan

 

Rui Pereira: Na minha opinião, talvez as personagens mais adequadas para este tipo de jogos sejam aquelas que sugerem maior desapego da realidade, espalhem o caos e a confusão. Ou seja, que em última análise sejam mais caricatas e divertidas. Se eu adoptar esta perspectiva choné e não ser racional (Maximo e Alundra seriam os seleccionados), a minha escolha mataria dois coelhos numa cajadada só.

Dr. Don e Dr. Dan pertenciam a um jogo de tiros chamado Point Blank em que realmente se utilizava uma pistola para o efeito. Hoje em dia se calhar aponta-se o dedo apenas porque a tecnologia desenvolveu-se tanto que os novos ecrãs já não reconhecem light guns e os tubos de raios catódicos fazem-nos lembrar o espaço 1999 e não a tecnologia usada na maior parte da história da televisão como aparelho reprodutor de imagens. Mas sem me querer perder, faço referência a estes dois irmãos (com o mesmo tipo de bigode só pode) que preenchem todos os requisitos para temperar PlayStation All-Stars Battle Royale e torná-lo numa grandessíssima sopa da pedra (de Almeirim claro). As suas fisionomias são caricatas, parecem imunes às leis da física e o potencial que permitiriam em combates tag team fariam as delícias daqueles que têm especial prazer em massacrar, diminuir e humilhar as personagens baluartes do universo Sony.

Kratos, Solid Snake, Nathan Drake e outros espertinhos da Silva que têm a mania que são sempre os maiores, chorariam baba e ranho com intermitentes pedidos de clemência. Dr. Don e o Dr. Dan rir-se-íam gloriosamente ainda que os seus bigodes não o deixassem transparecer…