Quando apareceu o projecto République no Kickstarter, eu acreditei que o financiamento do mesmo seria automático. A ideia era trazer uma experiência AAA para os dispositivos da Apple. Com uma equipa com elementos de Metal Gear Solid, Halo ou F.E.A.R. no currículo, a única coisa que poderia deixar alguns de pé atrás seria o facto de Ryan Payton, o responsável pela campanha, ter tido papeis de produção e design em Metal Gear Solid 3 e 4, e uma participação abandonada prematuramente em Halo 4,  mas nunca ter tido o papel principal na produção de um jogo, sendo sempre o “segundo na sombra”.

No entanto, essas dúvidas deviam ter ficado desfeitas quando Payton conseguiu David Hayter (O “senhor” Solid Snake) e Jeniffer Hale (a “senhora” Shepard, e mais de uma centena de videojogos) para o elenco de vozes do jogo. Com a confiança da indústria nas capacidades de produção de Payton, deveria estar ganha a confiança do público.

 

A premissa do jogo híbrido entre jogabilidade furtiva e sobrevivência é muito prometedora. Nós fazemos o papel de um Big Brother “dos bons” que tenta ajudar a protagonista Hope a escapar de um regime totalitário. O que nós controlamos são elementos no cenário, desviando a atenção de uma câmara, chamando um elevador, entrando num computador, enquanto a nossa protagonista vai avançando na acção, num jogo com uma narrativa de cerca de 6 horas. Quando se joga há muitos anos e se vê a forma como os criadores estão a pensar coordenar os elementos, o nosso instinto entra imediatamente em alerta. Este jogo tem tudo para ser um óptimo projecto. Agrada-me principalmente a equipa estar a tentar criar uma protagonista feminina mais densa e menos “sexualizada”, o que já faz falta na indústria.

1, 2, 3, salva todos!

 

O problema é que com apenas mais 3 dias na campanha o projecto está tremido, pois ainda não conseguiu atingir os 300 mil dólares do objectivo final de 500 mil dólares. Com versões Pc e Mac também anunciadas é uma pena se este projecto não for para a frente. Ou então, que uma editora lhe pegue, embora aí a liberdade criativa possa estar muito comprometida, inclusive a protagonista com alguma dimensão.

Podem aceder aqui à página de Kickstarter de République.