A Ubisoft lançou uma adaptação de Ghost Recon no Facebook com um novo jogo gratuito. Ghost Recon Commander é um shooter isométrico com elementos de combate táctico em vários cenários exteriores e interiores. O jogo está muito longe de ser perfeito mas mostra-nos caminhos curiosos para os futuros títulos AAA e para a sua promoção.
Ghost Recon Commander foi criado por Brenda Garno Brathwaite, uma senhora com um estranho gosto na escolha do vestuário, que é uma das fundadoras da Loot Drop, uma produtora que se irá especializar em jogos para redes sociais e para mobile. A Loot Drop é mais uma de uma tendência de grandes nomes que estão a correr para estas plataformas. Na minha opinião, esta é uma corrida com bilhete de ida e volta. É certo que é no Facebook, no iPhone e noutros que se pode fazer muito dinheiro actualmente, mas estes criadores vão fartar-se de construir mecânicas Farmville ou Endless Run a determinada altura, principalmente por terem sido responsáveis pela inovação no passado e não pelo aproveitamento. Quero crer que o boom Indie no PC de onde saem jogos “baratos” que atingem sucessos financeiros enormes (como Braid ou Minecraft) passará pelo lugar onde estes criadores vão mudar-se a seguir, embora essa seja apenas uma opinião. Existe também a possibilidade de todas estas senhoras e todos estes senhores inventarem a nova roda nestas novas plataformas. Ghost Recon Commander não é o caso.
Com criadores como John Romero e toda a equipa de 30 bons artistas e programadores que formam a Loot, é um pouco frustrante ver esta equipa a lançar uma experiência tão pouco polida como Ghost Recon Commander. O jogo apresenta várias falhas. Os seus interfaces não são os mais intuitivos, as mecânicas de locomoção e de tiro parecem saídas de um jogo de escola, e existe muito pouca solidez em mecânicas que já foram mais que trabalhadas noutros títulos como o gasto de energia ou a gestão de dinheiro e extras (neste caso balas).
Brenda afirma que “querem dar a hipótese aos jogadores de todos os níveis de experiência de se divertirem, na plataforma da sua escolha”, mas com uma curva de aprendizagem algo acentuada e com as exigências gráficas deste jogo, arriscam-se a perder muitos dos jogadores casuais que a Ubisoft quer assegurar.
É certo que o jogo é uma versão Beta e que somos alertados para termos paciência com os tempos de carregamento e as exigências de processamento gráfico. Pedem-nos tempo enquanto vão optimizando o jogo nas próximas semanas. Mas com uma equipa destas reunida, um lançamento não deveria ser feito com uma versão tão pouco polida e foi por certo pressionado pelo lançamento dos irmãos maiores nas consolas e PC, Ghost Recon: Future Soldier e Ghost Recon Online.
No entanto, depois de experiências muito más como o que Prototype 2, The Secret World ou mesmo Mass Effect 3 fizeram no Facebook, é muito bom ver um jogo que não nos obriga a andar a partilhar todos os nossos passos e a recrutar todos os nossos amigos, para nos tornar marketeers sem ordenado em vez de jogadores. Ghost Recon Commander está carregado de conteúdo e permite toda uma jogabilidade standard de um freemium actual. Podemos jogar sem pagar, podemos pagar para acelerar a nossa progressão, podemos não partilhar os feitos com ninguém ou então passar a palavra a todos para ganhar novos elementos. O nível de personalização das personagens, as armas, os edifícios e equipamentos, entre muitos outros elementos que podemos adquirir mostram que o jogo vai permitir uma boa longevidade. O melhor, é no entanto o facto de por cada missão bem sucedida podermos desbloquear armas ou outros acessórios que vão depois poder ser usadas nas versões futuras de Future Soldier e de Online nas outras plataformas, através da mecânica Uplay da Ubisoft.
Se é certo que para já este Ghost Recon é um jogo muito fraco, principalmente tendo em conta a equipa responsável pelo mesmo, estamos mesmo assim perante um bom exemplo para indicar às grandes editoras como fazerem uma promoção nas redes sociais que respeite os jogadores dos seus títulos com aquela que é a melhor dádiva que podem dar ao seu público e a única estratégia na qual deveriam pensar: a possibilidade de jogar e se divertirem.
Podem experimentar o jogo aqui, desde que tenham uma máquina que aguente.