A indústria de videojogos pode ser muito madrasta e o aplauso da crítica não significa o sucesso comercial. Um bom exemplo é o excelente Little King’s Story que apareceu e desapareceu da Wii praticamente sem ninguém notar, à excepção da imprensa.
Talvez tenha sido a sua capa infantilizada que o tenha traído, talvez um lançamento ao lado de franchises mais conhecidos que o ofuscaram, talvez uma promoção errada naquele que não era um jogo para crianças, mas o certo é que o jogo não vendeu muito mais que 100 mil cópias. É uma pena, uma vez que o jogo apresentava uma mecânica de jogo muito fresca e inovadora, na qual controlamos um pequeno rei que é seguido por uma enorme party para onde quer que vá. É na escolha de quem faz parte desta companhia que reside o segredo do jogo e no equilíbrio de quantos guerreiros, lenhadores, caçadores ou lavradores levamos atrás de nós.
Um verdadeiro patrão manda fazer e fica a ver.
O jogo é um autêntico “quero, posso e mando” e uma reviravolta aos géneros do RTS e do RPG, com inovações nas mecânicas desses géneros, com vastas paisagens para explorar e uma excelente execução artística. É, para além do mais, um jogo enorme. O jogo foi produzido por Yasuhiro Wada, o criador da série Harvest Moon (esta felizmente bem conhecida de todos) e por Yoshirou Kimura (No More Heroes) que estão ambos agora na Grasshopper Manufacture. Isto só mostra que Suda51 não é parvo e anda atento.
Com a produtora original a declarar bancarrota, a propriedade intelectual do jogo andou armada em pombinha da catrina e andou a saltar de mão em mão, incluindo a Marvelous Entertainment também mais tarde falida e comprada, partes dos direitos a voarem nos corredores da Rising Star mas só para o território europeu, enfim, uma confusão pior que a herança dos Feteira, acabando finalmente nas mãos de alguém que pode salvar a série. Ou talvez não.
Leroy!!!
A Konami, actual detentora dos direitos de Little King’s Story, anunciou que vai lançar uma nova versão do jogo, com o nome New Little King’s Story e como download digital para a PS Vita. A sério? Não é que eu não adore a Vita, confesso que adoro, mas este jogo precisa de ser lançado também na PSN para a Playstation 3 e na Xbox Live Arcade. É do conhecimento geral que a Vita está a estrebuchar como um peixe fora de água no que toca a vendas e que precisa de bons títulos como de pão para a boca, mas lançar um jogo que se manteve desconhecido numa plataforma que para muitos ainda é desconhecida não é um tiro no pé?
Ao menos é uma certeza que a nova portátil da Sony vai ter um grande jogo no seu catálogo e que eu já tenho um jogo para levar nas férias do Verão, mas esta grande história de um pequeno rei merece muito mais.
