Se não fossem os jogos, esta seria uma conferência muito morna. O problema é que a maior parte dos jogos não eram sequer exclusivos. Percebeu-se que a Microsoft não tinha grande coisa para anunciar e redobrou esforços em ter as apresentações de jogabilidade dos grandes títulos em primeira mão.

Halo 4, que nos vai chegar em Novembro, foi uma estratégia errada, uma vez que este jogo devia ter fechado a conferência e não aberto. Foi a maior surpresa do evento não pelo anúncio, pois já sabemos há muito que este jogo aí vem, mas porque os primeiros minutos de jogabilidade mostraram que qualquer receio sobre a saída da Bungie do franchise pode ser afastado. A 343 Industries parece estar a trazer frescura para a série com inovações nas mecânicas de combate e inimigos claustrofóbicos. Um jogo ao qual não se estava a dar muito crédito passou talvez a ser um dos mais esperados agora. Podem ver aqui os primeiros minutos de jogabilidade:

 

A demonstração da jogabilidade do novo Splinter Cell Blacklist, que só esperávamos na conferência da Ubisoft, mostrou-nos sequências de execução fantásticas com um sistema de combos que permite ir executando os inimigos sempre em movimento e em grande estilo. Uma integração de comandos de voz opcional por Kinect, bem ao estilo de Mass Effect 3, parece-nos bem implementada e pouco intrusiva. Promete mas ainda vamos ter de esperar um ano.

 

Já onde o Kinect se revela uma intrusão é no novo Madden NFL 13, pois os comandos de voz para mudar de táctica ou comandar jogadas provocam pequenas pausas no jogo enquanto o mesmo tenta identificar o comando de voz. Também para Kinect, a Microsoft mostrou-nos Fable The Journey, que parece o irmão de Sorcery mas para o controlador de movimentos da concorrência. Ao contrário do jogo da Playstation que permite navegação com outro controlador, este parece que vai ser uma série de movimentos contra um televisor.

Também muito ameno foi o trailer de anúncio do novo Gears of War Judgment, o próximo jogo da série. Os trailers deste franchise sempre foram momentos épicos das conferências da Microsoft mas este é pouco inspirado e sem qualquer surpresa.

Bem ao contrário de Gears, o trailer de Forza Horizon mostra-nos aquele que pode ser um dos melhores Forza de sempre, ao colocar o excelente motor de jogo ao serviço de um mundo aberto com enormes estradas para percorrer de dia e de noite, em todo o género de cenários. Parece-nos que Forza Horizon vai ser aquilo que Need for Speed: The Run prometeu mas não entregou. Chega a 23 de Outubro deste ano.

 

A Microsoft reforçou a quantidade de canais de vídeo e cinema que estão disponíveis no serviço Xbox Live. Note-se que a consola é um dos media players mais usados nos Estados Unidos. A juntar a todos os comandos de voz que nos permitem percorrer todos os menus, agora vamos poder também falar um título específico ou um género de cinema para a consola e ela faz o trabalho por nós. Estão anunciadas 12 línguas nas quais nós não estamos presentes, para além de também não termos quase nenhum dos serviços e canais como Netflox, HBO Go, Last Fm, entre muitos outros em Portugal. Não se percebe porquê e não nos venham falar em problemas de direitos no nosso país pois grande parte dos serviços estão disponíveis através do browser normal. Enfim.

Dois dos anúncios menos interessantes são o Xbox Music, com a Microsoft a tentar (mais uma vez!) criar uma loja e um serviço de música online, e o novo Internet Explorer para a Xbox 360 que nos parece tão desnecessário como o irmão mais velho nos PC’s.

Já o Xbox Smart Glass mostra que a Microsoft sabe integrar serviços mas depois estraga tudo quando não admite que já não são os patrões da indústria digital. O serviço permite que a nossa Xbox 360, o nosso tablet e o nosso Smathphone estejam todos integrados. Na teoria, o serviço é perfeito. Se estivermos a ver um filme na televisão temos acesso no ecrã do telefone a informação sobre os actores, a sinopse, entre outros, ao mesmo tempo. Se estivermos a ver uma série na televisão podemos aceder a conteúdos no tablet como um mapa interactivo da área de Game of Thrones que está a ser mostrada no momento. O melhor ainda são os jogos com os dispositivos a fornecerem informação adicional do jogo como mapas, localização dos inimigos, entre outros. O problema? Funciona apenas em dispositivos com sistema operativo Windows. A Microsoft podia aqui ser esperta e criar aplicações para iOS e Android, mas insiste em bater na tecla de tecnologias que só ela quer que o público use.

No papel, o Xbox Smart Glass é perfeito, mas fechado a plataformas Windows é uma má aposta.

 

Voltando ao melhor da conferência, mostrar os jogos dos outros, vimos Tomb Raider a ser jogado pela primeira vez. Parece que este jogo nos vai trazer uma das experiências mais equilibradas entre jogabilidade e sequências animadas. Está muito parecido com Uncharted mas é necessário dar o crédito à Lara Croft por ter sido a inspiração para o jogo da Naughty Dog. Uncharted 2 foi um dos melhores jogos a misturar acção e mecânica de jogo, exagerando depois em Uncharted 3. Tomb Raider parece um passo na direcção certa.

 

A Microsoft têm três exclusivos na mão que talvez sejam jogos para o Xbox Live. O primeiro, Ascend: New Gods, dos criadores do mediano Toy Soldiers, parece-nos um God of War Lite e, neste género, ou se faz em grande ou não se faz. O segundo é LocoCycle que não sabemos se será um racer futurista inspirado em Tron, uma vez que só podemos contar com um trailer que revela muito pouco, mas vindo das mãos da Twisted Pixel, a produtora responsável por jogos fantásticos como Splosion Man, Comic Jumper ou The Gunstringer, estamos com muita vontade de saber mais. Em terceiro lugar, não sabemos o que achar de Matter, o jogo onde o produtor Gore Verbinski está envolvido. À partida parece um clone de Portal para o Kinect, mas neste momento tudo será especulação.

 

Outro exclusivo que foi mostrado no palco foi Wreckateer e nós perguntamos porquê? Este parece mais um jogo em que o Kinect é usado de forma a proporcionar uma diversão casual muito descartável e com o que nos pareceu muito pouca precisão. A Microsoft poderia ter demonstrado o prometedor Steel Batallion em alternativa para mostrar que o Kinect pode ser uma mais valia.

Relacionado com o Kinect, um anúncio que poderá passar despercebido é a junção entre o Nike + e a tecnologia da Microsoft, mas ao qual devemos dar muita atenção. A sério, fiquem connosco. Se já experimentaram o Nike+ com os vossos iPod ou com os iPhone para os treinos de corrida, sabem que é uma tecnologia que funciona muito bem ao nível do incentivo. Nike+ Kinect Training promete integrar todo o treino de fitness usando o Kinect e a já enorme comunidade e funcionalidades do Nike+. Este promete colocar as pessoas a mexer e, o mais difícil, não desistirem uma semana depois.

Pela primeira vez estou entusiasmado com um jogo de fitness.

 

Trey Parker e Matt Stone subiram ao palco para revelar mais pormenores sobre South Park: The Stick of Truth mas isso limitou-se a Trey Parker e Matt Stone subirem ao palco para revelar mais pormenores. Lá tivemos direito a um trailer e, com a Obsidian no desenvolvimento do RPG da mítica série, uma garantia dos criadores que esta não vai ser uma destruição de um franchise.

Para fechar, a Microsoft conseguiu ter o exclusivo na apresentação da primeira demostração jogada de Call of Duty: Black Ops 2. O jogo está magnífico ao nível da acção que se passa em segundo plano mas não parece trazer grandes inovações ao género para além da temática semi futurista. Halo 4 deixou-nos muito mais entusiasmados. Publicaremos um vídeo quando estiver disponível.

 

A Microsoft com muito pouca coisa para mostrar puxou dos galões e foi a primeira a mostrar os jogos dos outros. Halo 4 promete, Forza Horizon também e Nike + pode ser bem maior do que se pensa. Mas a Microsoft não consegue esconder que está de molho até à próxima geração, provavelmente na E3 2013.