Tenho estado a jogar Heroes of Ruin na 3DS para fazer a análise e já dei por mim, várias vezes, a pensar como seria bom estar a jogar aquele jogo na VITA. Se é verdade que o ecrã 3D proporciona uma experiência fantástica num jogo isométrico a verdade é que a consola da Nintendo não está preparada para longas sessões de jogo em mãos adultas. Inevitavelmente fico com as mãos dormentes devido à posição de jogo, com os botões L e R estranhamente por baixo da metade inferior dos dedos e os dedos restantes demasiado curvados para conseguirem estar em todos os controlos. Pelo contrário, a PS VITA tem uma dimensão e um “encaixe” perfeitos nas mãos de um adulto.

A nova Nintendo 3DS XL é a resolução deste problema e a minha consola actual começou imediatamente a implorar pela sua vida assim que eu acabei de visionar a Nintendo Direct onde a nova portátil foi anunciada, desta vez sem bananas. A DSi XL tem uma dimensão que encaixa perfeitamente nas mãos, daí que a nova 3DS, de dimensões similares com os seus quase 16 centímetros de largura (menos dois que a PS VITA), irá seguir o mesmo caminho. Os cantos arredondados, tornam a consola esteticamente menos apetecível mas acredito que foram desenhados para favorecer a ergonomia.

Hell Yeah!

 

Outros dos problemas quando se joga Heroes of Ruin, ou Resident Evil por exemplo, é a dimensão reduzida do ecrã. A 3DS possui processadores gráficos bem mais potentes que a DSi o que faz com que os produtores desenvolvam jogos com mais elementos 3D nos cenários. Só que com a reduzida dimensão dos mesmos, estes elementos ficam sempre demasiado pequenos e grande parte do detalhe perde-se ou confunde-se na jogabilidade. Estar mais do que uma hora com o efeito 3D ligado e com elementos tão pequenos num ecrã é meio caminho andado para uma boa dor de cabeça. Com os novos ecrãs 90% maiores da 3DS XL a consola irá com certeza proporcionar uma experiência de jogo muito mais fantástica mas também muito mais confortável a nível visual.

Há no entanto uma questão por perceber. Se os jogos futuros forem elaborados para a resolução dos ecrãs maiores, com um redimensionamento para os ecrãs mais pequenos não é preocupante mas se for o contrário a acontecer a 3DS XL vai sofrer dos problemas de pixelização exagerada que acontecem na DSi XL. Uma vez que os processadores em ambas as consolas devem ser os mesmos esperemos que todos os jogos tentem tirar o partido máximo da resolução de 800 por 240 permitida, pois em caso contrário vamos ter alguns “triângulos e quadrados” a mais. E isso não costuma ser bonito.

O novo Castlevania chega a tempo de ser jogado no fantástico novo ecrã.

 

O que vai proporcionar muitas horas de debate é o facto de que a Nintendo poderia ter aproveitado para colocar o segundo analógico nesta 3DS. O ecrã inferior poderia ter uma dimensão ligeiramente mais reduzida para acomodar este segundo controlador. Há duas razões para não incluir o segundo controlador. A primeira é o facto da 3DS normal não os ter e de muito poucos jogos aproveitarem o acessório adicional. Isto parece a história do ovo e da galinha. Coloquem o segundo analógico e vão ver os jogos a aparecerem. Com o maior poder de processamento vão começar a aparecer jogos nos quais seria uma delícia ter um comando dedicado para a câmara (recordo-me da frustração e dores no pulso por causa de Kid Icarus). Para quem tem a 3DS actual pode sempre usar a alternativa dos botões ou o Circle Pad Pro que se torna inviável numa 3DS XL. É certo que a decisão de não incluir dois analógicos também se pode prender com uma questão de custos de fabrico, embora a Nintendo pudesse aproveitar a investigação e desenvolvimento do comando da Wii U, assim como os seus processos de fabrico para tentar adicionar esta inevitabilidade futura já nesta geração da consola.

Má onda…

A não inclusão de um transformador de corrente é simplesmente inaceitável por mais argumentos que  marca nipónica utilize. A justificação de reduzir o custo final da consola é absurda. Pode-se tentar poupar em todos os aspectos de um aparelho electrónico mas nunca na necessidade de adquirir a fonte de alimentação em separado. É certo que muitas pessoas já têm uma 3DS e uma fonte de alimentação mas também é verdade que muitas vão ter a sua primeira portátil da Nintendo e outras vão trocar a anterior pela nova nas lojas especializadas de jogos. Com as consolas à venda em superfícies não especializadas como os Hipermercados já estou a antever milhares de crianças a receberem consolas em casa sem fonte de alimentação.

Ponto positivo é o lançamento de uma nova versão de Art Academy que aproveite este novo ecrã. Nintendo 3DS: New Art Academy promete melhorar uma aplicação pouco falada nos sites e imprensa mas uma das que mais sucesso tem na Europa e na qual miúdos e graúdos passam muitas horas a aprender a desenhar e a pintar. A possibilidade de fazer download de mais lições no futuro proporciona uma longevidade muito maior ao título e as primeiras imagens que mostram as novas ferramentas de desenho e pintura prometem.

É também a pensar nos futuros downloads que a 3DS XL passa a contar de raiz com um cartão SD de 4 Gb. New Super Mario Bros. 2 será um dos primeiros jogos que poderá ser adquirido em caixa física ou como download digital e a partir daí quase todos os grandes títulos vão possibilitar a compra a partir do “éter” das nossas ligações Wi-Fi. Vai ser necessário mais espaço para guardar estes jogos e aqui a nova XL arrasa a concorrência com a possibilidade de comprar cartões de qualquer marca, o que irá facilitar a compra de cartões de 16 Gb ou superiores sem a necessidade de gastar as excentricidades impostas pelas dispendiosas memórias exclusivas da VITA.

O esquema de cores é similar ao da DSi XL (provavelmente há componentes fabricados para as duas) com a parte inferior das consolas em preto e a parte superior em prateado, azul ou vermelho. Infelizmente ainda não temos a opção de amarelo. Sim, pode parecer feia na caixa mas garanto-vos que ao vivo parece um belo táxi de Nova Iorque. Para finalizar, a cereja no topo do bolo: assim como acontecia na DSi XL, a 3DS XL vai permitir acomodar uma bateria maior que promete chegar ao dobro das 3,5 horas de jogo que a actual consola permite. A DSi XL conseguia atingir sessões de 6 horas mas se a 3DS chegar às 5 horas já é um grande passo em relação à irmã mais pequena. A Nintendo 3DS XL vai estar disponível no nosso país a partir de 28 de Julho e deverá custar cerca de 200 euros. A minha vai ser vermelha.

Uma para a mesa dois por favor.