Qual é o jovem que não gosta de videojogos? Se é que chega a existir é uma raridade e talvez lhe possamos chamar comportamento desviante, corrigido com uma palmada no rabo e uma sessão de jogo independente. “Olha que se não jogas o Call of Duty até ao fim o pai põe-te a jogar Flower!”
Esta geração não cresceu com os videojogos, nasceu com eles, numa tendência que só tende a aumentar, pois não só os primeiros gamers sérios têm agora mais de 30 anos e continuam a jogar, como mesmo os pais que não jogaram em crianças e jovens estão agora agarrados aos Angry Birds e aos QualquerTemaVille dos telemóveis e browsers. As SmartTV, os Tablets e outras invenções futuras vão ainda provocar uma difusão maior daquela que é a área de entretenimento mais rentável do momento. O mercado das Tablets está a crescer a um impressionante ritmo de 400% por ano, em tempo de crise, sendo os jogos a maior parte das aplicações descarregadas.
Deixar os filhos manterem o bichinho dos videojogos é para muitos pais uma perda de tempo, uma distracção ao estudo, uma alienação à realidade e é muita a preocupação e a dúvida sobre a forma como deve ser gerir o tempo de jogo. Mas se o tempo que se passa a jogar poderá ter de ser doseado na juventude, já o acto criativo deve ser incentivado sempre que possível.
Para juntar o melhor de dois mundos, o Instituto Restart vai organizar um workshop de Iniciação aos Videojogos para jovens dos 14 aos 18 anos, onde vai ser possível aprender o básico da criação de jogos. O curso vai ter a duração de uma semana, durante as manhãs de 20 a 24 de Agosto e nele os jovens vão aprender a executar todas as fases de produção e criação, construindo um protótipo do Pac-Man. O Workshop servirá também como introdução à ferramenta de criação de jogos Unity 3D, gratuita, e que vai permitir aos jovens continuarem depois da formação a desenhar e criar jogos.
É uma aposta acertada pois idealizar, planear e executar um videojogo é um dos actos de criação mais complexos, pois engloba planeamento, gestão, lógica, criação de elementos artísticos visuais e sonoros, criação de bandas sonoras, animações, programação, escrita narrativa, entre muitas outras peças que fazem da produção de jogos uma das áreas que os pais erradamente olham com desconfiança. Olhem à volta volta, olhem para vocês próprios e tentem perceber quantas pessoas jogam em vosso redor e com que frequência. É impressionante não é? Depois lembrem-se de que é preciso quem faça esses jogos. É de pequenino…
Mais informações no site do Instituto Restart.