Não são só as meninas que gostam de despir e vestir as suas bonecas. Se algum dos “meninos” que visita o Rubber Chicken afirmar que nunca vestiu e despiu as bonecas das irmãs, primas ou vizinhas está a mentir com todos os dentes que tem na boca. Isso é uma coisa muito feia. Isso e não comer a sopa toda.

O que é certo é que as meninas e os meninos depois crescem. As meninas atacam ferozmente sapatos, vestidos, malas, chapéus, leggings e outros utensílios de vestuário que lhes deixam os cartões de crédito a arder, mas continuando dessa forma com o despir e o vestir das brincadeiras da sua infância. Já os meninos, fica-lhes ali muita coisa a consumir a consciência. Como já são grandes olham para a guerra como algo muito pouco apetecível, entendem que os índios e os cowboys desapareceram há quase 200 anos, que se ganha muito pouco na polícia, e que ser astronauta ou ganhar o euromilhões pertencem à mesma categoria impossível da estatística. A partir daí, na cadeira do escritório dos seus trabalhos de gestão, engenharia, advocacia ou medicina mantém-se algo a remoer.

– “Quando for grande quero ser analista de sistemas”. “Isso é aborrecido, eu prefiro gestão de resíduos sólidos”.

 

LittleBigPlanet trouxe muita originalidade ao mundo dos videojogos mas uma das melhores características do jogo é a possibilidade de adquirir fatos adicionais para vestir as nossas personagens. A oferta é gigante e não há nenhum fato quer não fique adorável nos Sackboys de tecido. Das personagens de Metal Gear, a God of War, passando por animais, escafandros ou vestuário Steampunk, tudo lhes assenta que nem uma luva. Daí que LBP é um pequeno alívio no cérebro inconsciente dos meninos e meninas que já deixaram de o ser. As meninas podem assim refrear o frenesim consumista de vestuário e os meninos podem deixar de aproveitar o Carnaval como desculpa para se vestirem de mulheres.

O novo pacote de Princesas Disney para LBP é do melhor que já apareceu como conteúdo adicional e só a colecção dos Marretas consegue passar-lhe à frente. Podemos todos mudar para um perfil PSN alternativo e vestir os nossos sackboys de Ariel, Jasmim, Branca de Neve ou Rapunzel e saltar alegremente ao longo dos níveis, sem que os nossos amigos fiquem a olhar desconfiados para nós. Entre isso e ir para o palco do Finalmente, em Lisboa, encarnar a Bonnie Tyler com um playback de “Holding out for a Hero”, a primeira opção é bastante mais segura se quisermos manter o nosso emprego.

Solta a gaja que há em ti!

 

Obrigado Media Molecule, por nos devolverem a nossa infância e por nos pouparem o custo financeiro da terapia psicológica. Ou na volta sou só eu…