Imaginem que alguém atira convites de Justin Bieber para o interior de uma sala de cinema onde estreia mais um episódio da saga Twilight. Estão a imaginar os gritos enquanto se arrancam cabelos, as cabeças espezinhadas por sandálias e as roupas rasgadas enquanto se tenta agarrar o último papel? A abertura de bilhetes para o evento Pax Prime é uma loucura semelhante, tirando a parte dos adolescentes fanáticos por vampiros extremamente afectados emocionalmente. E daí…

Os bilhetes para aquele que é conhecido como o evento de videojogos mais cool do planeta, responsabilidade dos senhores do Penny Arcade, esgotam logo no primeiro dia com uma boa razão. O Pax Prime surgiu para proporcionar um evento que fosse de encontro à verdadeira paixão dos jogadores: jogar, e conseguiu acabar por se tornar o gathering mais famoso e procurado por todas aquelas e aqueles que querem partilhar em grupo a paixão pelos jogos. É certo que as marcas tentam “intrometer-se” no evento, mas ao contrário do marketing desenfreado da E3, Gamescom e outras, aqui há uma certa ideia de comunidade purista, ao ponto de Jessica Nigri ser expulsa de uma das edições recentes por estar a personificar demasiado o conceito de “Booth Babe” mostrando o corpo para vender um título.

Saber soletrar o nome já é uma sorte, quanto mais saber jogar um RPG.

 

Para mim, o melhor dos eventos Prime é a atenção dada aos jogos Indie. Longe dos megafones, luzes, fumo e seios de outros eventos, as criações mais arriscadas e originais têm aqui um lugar de destaque, com a imprensa a poder prestar especial atenção devido à ausência de ruído. O Indie Megabooth começa já a ser uma presença assídua, onde mais de 30 indies actuais ou a lançar vão estar à disposição do público. A uma semana do arranque da Pax Prime 2012, aqui fica uma mostra do que melhor se faz por aí, nas garagens:

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